Convido os amigos e amigas a conhecer alguns filmes de terror que trazem no elenco personagens femininas incríveis, seja como mocinhas, personagens secundários ou mesmo vilãs.
Você já ouviu falar do termo “final girls”? Então, ele foi criado em 1992, pela autora Carol J. Clover, para se referir às mulheres que sobreviviam nos finais dos filmes de terror. O negócio é que essas final girls costumam ser mocinhas que conseguiram chegar até o fim porque alguém se sacrificou por elas. Mas não é delas que eu vou falar hoje.
Gostaria de aproveitar e parabenizar todas as amigas aqui do blog Noite Sinistra pelo dias das mulheres, comemorado hoje dia 08-03. FELIZ DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES.
Para a confecção desa lista tentei deixar de fora personagem possuídas por demônios e espíritos, dando mais enfoque a personagens mais "humanas mesmo". Sem mais enrolações convido a todos a conhecer essa lista de filmes de terror que mostra mulheres incríveis e que sexo frágil é o caramba.
Raw (2016)
Uma garota vegetariana chamada Justine é obrigada a comer carne em seu trote na universidade, e logo em seguida ocorre um certo “despertar feminino”, entrando em uma onda de canibalismo.
Raw foi cercado por controvérsias desde a data do seu lançamento até hoje, estando entre listas de filmes que são difíceis de serem assistidos até o final e fazendo com que seus espectadores passem mal durante a exibição. Apesar dessas situações, é um ótimo filme, que realmente pode ser um pouco pesado para algumas pessoas com estômago mais fraco, mas que vale a pena, se você aguenta um pouco de sangue.
Raw é um filme sobre uma garota que descobre a si mesma e o mundo ao seu redor, além de todas as possibilidades que a cerca, através de analogias e metáforas interessantes.
February (2015)
Também sob o nome de “The Blackcoat’s Daughter”, conta a história de duas garotas, Kat e Joan, que ficam presas durante o inverno em um internato, com uma presença assustadora.
Duas histórias são contadas ao mesmo tempo, até que elas se unem sob uma só. É um filme denso e interessante de assistir. Os papéis são, em sua maioria, femininos. São mulheres que interagem com outras mulheres o tempo todo, de uma forma natural.
Sob a Sombra (2016)
Filme dirigido por Babak Anvari, narra a história de Shideh (Narges Rashidi), uma mãe que precisa lidar com a guerra que assola sua cidade, Teerã, capital do Irã. Além disso, o medo e a insegurança fazem com que Shideh comece a acreditar que um espírito maligno persegue sua filha.
Sob a Sombra trata diretamente da figura de Shideh, uma mãe que vê sua família totalmente desestruturada com a Guerra das Cidades, que aconteceu nos anos 1980, consequência da Revolução Iraniana. É um filme incrível sobre a força de uma mãe que precisa auxiliar sua filha a sobreviver em meio ao medo da guerra, e a inquietação de forças obscuras e criaturas da mitologia árabe.
O Quarto dos Esquecidos (2016)
Dana (Kate Beckinsale) se muda com seu marido e filho para uma casa em uma zona rural. Após perder o filho caçula em um trágico acidente doméstico, Dana tem que lidar com a depressão, a tristeza e o medo de estar morando sob o mesmo teto que algo amaldiçoado.
O Quarto dos Esquecidos é um filme que surpreende. Dana é uma mulher que está tendo muitas dificuldades em seguir em frente, e não consegue se permitir descansar. O que vemos é uma mãe desesperada que quer descobrir o que tem de errado em sua casa e só precisa de um pouco de paz.
XX (2017)
Antologia de terror com 4 segmentos, todos dirigidos e protagonizados por mulheres. Na ordem: Jovanka Vuckovic dirige o segmento The Box, que conta a história de uma caixa misteriosa que altera a vida de uma família completamente (pra pior, claro); The Birthday Cakeé o segmento seguinte, dirigido por St. Vincent, e conta a história de uma mãe que procura fazer o melhor aniversário possível para sua filha, e decide lidar com toda e qualquer circunstância que ponha isso em risco; o terceiro segmento, dirigido por Roxane Benjamin, Don’t Fall, narra a história de 4 jovens que decidem acampar e se deparam com algo maligno; Her Only Living Son, de Karyn Kusama, é o último segmento e trata da relação de mãe e filho, cujo pai é algo mal.
Karyn Kusama é uma excelente diretora, e Her Only Living Son merece destaque. O desespero dessa mãe ao que fazer com seu filho, é palpável. Além de tudo, é uma iniciativa incrível ao colocar 4 mulheres dirigindo histórias e curtas de horror.
Kiss of the Damned (2012)
O filme conta a história de um casal apaixonado, Djuna (Josephine de La Báume) e Paolo (Milo Ventimiglia). Djuna é uma vampira e Paolo, ao se apaixonar por ela, acaba permitindo a transformação. Tudo vai bem, até que a irmã de Djuna, Mimi (Roxane Mesquida), chegue e sua relação complicada com ela faz com que os três tenham momentos difíceis.
Kiss of the Damned é um filme sobre vampiros que envolve muito mais drama do que terror, mas que entra na lista pelo cuidado ao tratar da relação das duas irmãs – que sempre foi bastante conturbada e se encerra em si mesma – não precisando do elemento masculino para tornar a relação complicada, e com uma direção feminina que faz total diferença ao se contar essa história.
Jogo Perigoso (2017)
Jessica (Carla Gugino) vai passar um final de semana romântico com seu marido em uma casa no campo, afastada da movimentação da cidade. Seu marido, no entanto, morre e deixa Jessica algemada na cama. Nesse tempo em que está presa, sem conseguir se comunicar com ninguém, Jéssica relembra momentos que a traumatizaram quando pequena.
Baseado em um livro de Stephen King, Jogo Perigoso foi uma produção da Netflix e, sem dúvida, foi um dos acertos do serviço de streaming na linha do terror. É um filme que trata de assuntos delicados e que deveria ter um aviso enorme de TW: abuso e estupro. Mas o desenvolvimento da personagem Jessica, que passa a maior parte do filme deitada em uma cama, e a atuação de Carla Gugino, transformam o filme em algo, no mínimo, interessante de se acompanhar.
Pânico 4 (2011)
No quarto filme da franquia Pânico, acompanhamos uma Sidney que tem conseguido viver muito bem sua vida, lidando com seus traumas, escrevendo um livro e tentando ajudar outras pessoas. Até que Ghostface parece ter voltado pra uma revanche.
Pode não ser o preferido de muitas pessoas, mas Sidney Prescott e Gale Weathers são duas mulheres incríveis no gênero do terror, como têm sido desde o primeiro filme.
A Colina Escarlate (2015)
Com um elenco de tirar o fôlego, com Mia Wasikowska, Jessica Chastain, Tom Hiddleston e Charlie Hunnam, A Colina Escarlate é um “clássico-gótico-moderno”. Clássico, por manter os elementos básicos da categoria de obras góticas, com uma enorme casa assombrada e personagens típicos do século XIX, mas moderno, porque ele é trabalhado de uma forma que só alguém no século XXI poderia fazer, com efeitos, cores e detalhes incríveis. Tudo isso é arquitetado na mente do incrível Guillermo Del Toro, que conduz com maestria um filme visualmente belo.
Let the ringht one in (2008)
Por fora ela é apenas mais uma menina, mas carrega um grande segredo. Esse filme delicado para o gênero, que teve uma refilmagem americana pouco tempo depois, mostra o relacionamento entre duas crianças. Um menino que sofre no colégio com bullying e uma menina que é muito mais do que aparenta ser. Ela não é a encarnação do mal em forma de garota, ela não está possuída. É apenas uma menina normal e diferente que pode ser extremamente perigosa quando com fome. Não é à toa que fez tanto sucesso em 2008.
O Silencio dos Inocentes (1991)
Filme que rendeu a Jodie Foster seu segundo Oscar, e mistura thriller de assassinatos em série com as conversas entre uma inexperiente agente do FBI e um serial killer canibal. A personagem de Foster, Clarice, se destaca por seu profissionalismo e cortesia entro do meio em que está inserida na trama. Desbancando os homens do setor e conquistando seu lugar de protagonista.
Silent Hill (2006)
Baseado no game de mesmo nome e gênero o filme traz a saga uma mãe querendo salvar a sua filha em uma cidade perturbadora. Passando por provações psicológicas em meio ao horror. Ao contrário da maioria de filmes de terror com mães, este não se foca na maternidade/gravidez em si e sim na determinação dela em continuar procurando.
Resident Evil (2002)
Também baseado em um game de mesmo nome mostra Alice, uma mulher que não lembra muito bem quem é e que está dentro de uma equipe designada para tentar resgatar algum sobrevivente de uma epidemia zumbi que ocorreu dentro de um laboratório de pesquisa controlado pela Umbrella. Não precisamos dizer que Alice chuta umas bundas.
A noite dos mortos vivos (1990)
No caso o remake do filme de 1968 onde sete estranhos ficam presos em uma casa isolada enquanto uma infestação de zumbis canibais os alcança. E a moça não deixa a desejar. Ela podia ter sido escondida atras de um homem, poderia ser uma donzela em perigo, poderia ter sido morta com poucas roupas cuidadosamente rasgadas nos lugares certos, mas não.
Aliens, o resgate (1986)
Ripley acorda de um sono de 50 anos sendo a única sobrevivente de uma tragédia espacial. Ela descobre que sua antiga nave foi colonizada por humanos e relutante aceita enfrentar novamente seu maior inimigo para defender as famílias que lá habitam. Ripley poderosa dês do primeiro filme! Ela é forte, corajosa e mulher.
A Bruxa (2016)
Mostra uma família de colonos ingleses que está construindo a vida nos EUA do seculo XVII. Ao terem de se mudar para uma clareira afastada perto de uma floresta, coisas estranhas começam a acontecer.
Esse é um filme para refletir. Tanto pelo papel da mulher na sociedade da época, quanto na religião. Vista como um ser que tem um toque do obscuro, alguém que não se pode confiar plenamente, que se deve temer. É o medo da mulher livre. Que é vista quase como o demônio. Não é atoa que a “caça as bruxas” existiu e teve foco em caçar, torturar e matar mulheres.
A Vingança de Jennifer (1978)
A década de 70 foi marcada por trabalhos provocadores, mas foi o desconhecido Meir Zarchi o responsável em realizar o clássico representante do sexploitation, subgênero marcado pela violência e sexo: A Vingança de Jennifer, cuja tradução do título original “Eu Cuspirei no seu túmulo” já deixa claro o tom cru do filme. Nele, uma aspirante a escritora, Jennifer (interpretada pela neta de Buster Keaton, Camille) é estuprada por um grupo de caipiras da região e partirá em seguida, para uma vingança violenta. A tagline do filme na época dizia nenhum júri da América iria condená-la. O filme tem ainda o seu apelo atual, devido o viés escroto encontrado na nossa sociedade machista que coloca a responsabilidade na mulher.
Zarchi realiza um filme incomodante, tosco e quase amador – as atuações são o melhor exemplo disso – cujo intuito principal é chocar o público através de sequências fortes – a cena de estupro com quase 20 minutos interruptos e a de castração são apelativas ao extremo – que impressionam. O texto reproduz a barbárie e humilhação sofrida por uma mulher que faz seu revide dentro de um horror feminino vingativo frio, perverso e assustador. Nele, a violência provoca mais violência e Meir deixa claro que quando se fala dela em si, os papéis de gênero são idênticos na sua natureza primitiva, pois a vingança de Jennifer aos seus agressores é tão pesada quanto o estupro que sofreu. Ganhou um remake recentemente chamado Doce Vingança que teve duas continuações. Mesmo violento, não tem o formato realístico e cru do original, até porque foi feito para a geração estilizada de Jogos Mortais.
O Abismo do Medo (2005)
O britânico Abismo do Medo é praticamente a versão feminina do clássico O Enigma de Outro Mundo (1981) do maestro John Carpenter. Troca-se os homens e o enredo cientifico-conspiratório pelas mulheres e uma trama aventureira de estudo das relações. Há de elogiar o trabalho de Neil Marshall (também autor do roteiro) na construção do clima psicológico do filme que deixa grande parte do roteiro em um suspense claustrofóbico onde as relações interpessoais se deterioraram e mostram-se mais cruéis, que as criaturas que habitam uma caverna onde um grupo de mulheres resolveu se aventurar.
A tensão humana das relações é sem dúvida a temática mais interessante do longa que explora o quanto é frágil o ser humano na sua interação social em momentos conflituosos. Sem contar que Marshall sabe utilizar muito bem os espaços fechados e o medo da escuridão para encenar sequências violentas e cheias de gore. O horror feminino explorado em Abismo do Medo simplesmente não envolve as criaturas grotescas que habitam a caverna – elas são secundárias – e sim o duelo entre duas amigas que apresentam suas culpas e inseguranças por esconderem segredos uma da outra e que no meio da escuridão serão manifestados através dos seus instintos primitivos mais assustadores.
A Hora Do Pesadelo (1984)
O clássico filme Hora do Pesadelo traz como protagonista a jovem Nancy Thompson. A personagem quebra um pouco os padrões das protagonistas femininas frágeis e enfrenta o vilão Freddy Krueger. Quando Nancy percebeu que seus amigos também estavam tendo pesadelos horrorosos à noite, começou a investigar os casos, juntar as peças e chegar no nosso vilão. Como se não bastasse, seus amigos vão se ferrando, um a um, deixando todo o drama para ela.
Carrie – A Estranha (1976)
Baseado no livro de Stephen King e dirigido por Brian De Palma em 1976, Carrie (papel de Sissy Spacek) é uma jovem tímida que, ao mesmo tempo em que descobre a puberdade, descobre também seus poderes telecinéticos. Durante uma festa de formatura do colégio... bem, isso é outra história.
A Órfã (2009)
Vivida pela menina prodígio Isabelle Fuhrman neste filme de 2009, a pequena Esther esconde um grande segredo – que obviamente não iremos revelar aqui, caso você ainda não tenha assistido a este filme (o que está esperando?). Basta dizer que a menina toca o inferno nas vidas de seus pais adotivos.
Sexta-feira 13 (1980)
Somos reflexos de nossos pais. Isso sem dúvida se mostra uma frase verdadeira quando o assunto é o assassino Jason Voorhees. Antes de dar as caras nas sequências e ficar imortalizado, o psicopata com máscara de hockey deve agradecer sua mãe pelo sucesso. A “doce” senhora Voorhees foi vivida por Betsy Palmer no filme de 1980.
Louca Obsessão (1990)
Não é preciso ser uma vampira, lobisomem, assombração, demônio ou morta viva para ser assustadora. Seguindo mais pela linha Sra. Voorhees e indo além, Annie Wilkes é uma das melhores personagens criadas por Stephen King. Na pele de Kathy Bates neste filme de 1990 a coisa só melhora. Duvida? Bates levou o Oscar de melhor atriz, o que é mais do que podemos dizer pela maioria das outras na lista.
Fonte: CinePop, Top7, DeliriunNerd e GarotasGeeks
Escolheu muito bem esse novo layout para o seu blogue. Ficou muito bom. Aprovadíssimo! 👍🏻
ResponderExcluirMuito grato...você costuma acessar o blogue via celular ou computador?
ExcluirComputador.
ExcluirBahh legal...Hoje em dia a maioria dos acessos são realizadas pelo celular, por isso mudei o template, embora esse não seja tão bonito para celulares ele é bem mais leve, ou seja consome menos dados móveis...
ExcluirÓtimo novo layout
ResponderExcluirMuito agradecido, achei importante modificar o template para favorecer o acesso de várias mídias diferentes...
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