Incidente acontece no mesmo dia em que estão programadas diversas manifestações na França contra o aumento das agressões antissemitas. Ministério Público abriu uma investigação.
Quase 80 túmulos de um cemitério judaico na cidade de Quatzenheim, leste da França, foram encontrados profanados nesta terça-feira (19), anunciou a prefeitura de Bas Rhin. O Ministério Público informou investiga o caso e busca os autores do delito.
Suásticas, que são símbolo do nazismo, foram pichadas em algumas sepulturas nesta terça quando estão programadas diversas manifestações na França contra o aumento das agressões antissemitas.
Além das suásticas azuis e amarelas, em um túmulo foi escrito "Esassisches Schwarzen Wolfe" ("Os Lobos Alsacianos Negros") -- uma possível referência a um grupo autonomista alsaciano ativo nos anos 70.
O prefeito de Bas-Rhin, Jean-Luc Marx, citado em um comunicado, condenou "com a máxima firmeza este odioso ato antissemita e expressou seu total apoio à comunidade judaica".
O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que viajará ao local do crime, segundo o ministro do Interior, Christophe Castaner, falando à rádio RTL. Essa viagem acontece antes de sua visita ao Memorial do Holocausto em Paris, que precederá muitos protestos contra o aumento dos atos antissemitas na França.
Reações
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, denunciou a profanação como um ato "chocante" cometido por "selvagens antissemitas", e chamou os líderes franceses a tomarem uma "forte posição contra o antissemitismo".
O ministro da Imigração israelense, Yoav Gallant, condenou a profanação do cemitério e chamou os judeus da França a emigrarem a seu país. "Voltem para casa, emigrem a Israel", escreveu Gallant no Twitter.
Ataques antissemitas
A instituição também investiga os insultos antissemitas que teriam sido ditos para o escritor e filósofo Alain Finkielkraut durante um protesto contra o governo por parte dos "coletes amarelos" no fim de semana passado.
Poucos dias antes da agressão verbal contra o ensaísta, uma suástica foi pintada em um retrato em Paris da ex-ministra Simone Veil, sobrevivente de um campo de extermínio nazista durante a Segunda Guerra Mundial, que morreu recentemente. Duas árvores que haviam sido plantadas em memória de um jovem judeu assassinado em 2006 também foram destruídas.
Dados publicados na semana passada pelo Ministério do Interior mostram que o número de atos antissemitas subiu 74% na França em 2018. No total, houve 541 atos antissemitas na França no ano passado, em comparação com 311 em 2017, segundo a France Presse.
by: Chico Izidro
Fonte: G1
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