Albert Battel, o oficial do Exército alemão que salvou vários judeus

em 12/02/2019


Sempre que falamos de segunda guerra mundial, acabamos dando mais enfoque aos crimes e massacres cometidos, mas hoje o foco é outro: falar um pouco de um oficial nazista que possibilitou que diversos judeus escapassem com vida da Polônia.

Albert Battel (21 de Janeiro de 1891 - 1952) foi um ( Wehrmacht) oficial alemão, advogado, e humanitário. Battel nasceu em Klein-Pramsen, na Silésia prussiana. Após servir na I Guerra Mundial, estudou Economia e Jurisprudência em Munique e em Breslau (Wrocław).

Com cinquenta e um anos de idade era oficial de reserva. Battel estava estacionado em Przemyśl no sul da Polónia, onde era ajudante do comandante militar local, o Major Max Liedtke. Quando as SS se preparavam para lançar a primeira "reinstalação" (liquidação) de judeus em Przemyśl a 26 de Julho de 1942, Battel, em consorcio com o seu superior hierárquico, ordenou o bloqueio da ponte sobre o Rio San, o único acesso para a gueto judeu.

O comando local das SS tentou atravessar a ponte bloqueada, no entanto sargento-ajudante de guarda da ponte ameaçou abrir fogo a menos que se retirassem. Tudo isso aconteceu em plena luz do dia, para o espanto dos habitantes locais.

Pouco tempo depois, nessa mesma tarde, um destacamento do exército sob o comando de Albert Battel invadiu a área do gueto e utilizando camiões do exército, evacuou mais de 100 famílias judias para o quartel do comando militar local. Estes judeus foram colocados sob a proteção da Wehrmacht e foram, portanto, protegidos da deportação para o acampamento-extermínio de Belzec.


Após este incidente, as autoridades SS começaram uma investigação em segredo para averiguar a conduta do oficial do exército que ousou desafia-los sob as referidas circunstâncias. Ele viu que Battel, embora fosse membro do Partido Nazista desde Maio de 1933, já havia sido noticia no passado pelo seu comportamento amigável para com os judeus. Antes da guerra havia sido indiciado por ter feito um empréstimo a um colega judeu. Mais tarde, no decurso do seu serviço em Przemyśl, ele foi cordialmente advertido por "apertar" a mão do presidente do Conselho Judaico. Toda a questão chegou a atenção do mais alto nível da hierarquia Nazista. Nada menos do que Heinrich Himmler (Reichsführer-SS, chefe das SS), que teve um interesse nos resultados do inquérito e enviou uma cópia da documentação incriminatória para Martin Bormann, chefe da Chancelaria do Partido e braço direito de Adolf Hitler. Na carta de acompanhamento, Himmler jurou que o advogado fosse preso imediatamente após o fim da guerra.

Toda esta investigação permaneceu desconhecida para Battel. Em 1944, teve alta do serviço militar por causa de doença cardíaca. Quando voltava para sua cidade natal (Breslau), caiu em cativeiro pelos Soviéticos. Após a sua libertação, regressou Republica Federal Alemã, mas foi impedido de voltar a exercer a advocacia por decisão de tribunal. Morreu em 1952 em Frankfurt.

A sua posição contra as SS (bloqueando a ponte), só ficou reconhecida muito tempo depois da sua morte, especialmente, através do esforço tenaz do investigador israelita e advogado Dr. Zeev Goshen.
Em 22 de Janeiro de 1981, quase 30 anos após sua morte, Yad Vashem decidiu reconhecer Albert Battel como: "Justos entre as Nações", tendo uma árvore com o seu nome em Israel.

Fonte: A Vida no Front

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