Pesquisador alemão descobre centenas de imagens de 'nazistas crossdressers' Soldados se vestiam de mulher e faziam performances para colegas de guerra. Convido os amigos e amigas a conferirem um pouco mais sobre esse assunto na matéria abaixo, que nos foi enviada pelo amigo Chico Izidro.
BERLIM — Um artista alemão, colecionador de fotos de guerras, encontrou centenas de imagens que mostram soldados nazistas vestidos de mulher e fazendo performances para seus colegas de trincheira. Segundo o jornal "Daily Mail", Martin Dammann fazia uma pesquisa sobre a vida dos homens que serviam durante o Terceiro Reich quando se deparou com as fotografias. Elas estão compiladas no livro "Soldier Studies Cross-Dressing in der Wehrmacht".
O sociólogo Harald Welzer afirmou à publicação que essas manifestações não era incomuns e nem mesmo restritas aos soldados do nazismo.
— Mesmo que pareça paradoxal, essas fotografias de soldados da Wehrmacht usando roupas íntimas femininas, que num primeiro momento soam exóticas, na verdade corroboram a normalidade da situação, principalmente em tempos de guerra — revela ele.
Nas fotos, os soldados aparecem utilizando desde vestidos e saias improvisadas com toalhas e lençóis até maquiagem e roupas íntimas. Em algumas, eles posam de maneira desinibida.
A maioria das imagens parecem ter sido tiradas durante festas ou celebrações, comumente promovidas para ajudar os combatentes a suavizar os efeitos da guerra.
De acordo com a "Folha de São Paulo", a coleção de Dammann também traz fotos semelhantes de soldados britânicos e americanos, mas o pesquisador afirma que os casos eram mais frequentes nas linhas de frente do exército do regime de Adolf Hitler.
— É preciso distinguir entre a ideologia nazista, que era homofóbica, e a lógica de líderes militares, que precisavam do maior número possível de soldados na melhor forma física e mental possível — explicou Dammann.
É verdade que, na coleção de Dammann, há também fotografias de soldados americanos e britânicos, nas duas Guerras Mundiais, com roupas femininas. “Tem até evidências de crossdressers desde as guerras napoleônicas.” Mas, até onde ele pode averiguar, eram mais frequentes em tropas de Hitler.
“Assim, os militares tinham interesse em todos os tipos de diversões, e o crossdressing era frequentemente, embora nem sempre, tolerado como um desses entretenimentos.”
Fora que, em grupos que lutavam próximos ao fronte, a maioria dos que aparecerem na obra de Dammann, “o controle das autoridades era de qualquer jeito limitado”. Mais fácil, pois, era para um recruta fazer o que bem entendesse sem o risco de represálias.
Suspeitas sobre uma possível homossexualidade de Hitler, latente ou ativa, o acompanharam por anos e aparecem em várias de suas biografias. Na comédia “Primavera para Hitler”, de 1968, Mel Brooks faz dessa desconfiança sobre a orientação sexual do Führer uma piada, retratando-o como um tipo afeminado e histérico (“Keep It Gay” é uma das músicas na trilha).
Em “O Segredo de Hitler” (2001), o historiador alemão Lothar Machtan afirma que parte das políticas homofóbicas do Führer —como as “listas rosas” que a Gestapo mantinha para perseguir gays— era movida por seu temor de que questões sobre a própria sexualidade fossem reveladas.
Hitler, segundo Machtan, “se sentiu muito vulnerável devido a esse passado e sempre tentou escondê-lo”.Daí a execução, em 1934, do aliado de longa data Ernest Röhm.
Chefe de uma tropa paramilitar do nazismo, ele era um gay avesso a armários. Há menções a orgias pouco discretas que promoveu, que “despertaram tempestades de protestos dentro do próprio movimento nazista”, de acordo com um livro de 1939, “Hitler is No Fool” (Hitler não é nenhum bobo), de Karl Billinger, um opositor que passou meses num campo de concentração antes de ir para os EUA.
Estima-se que o acossamento de homossexuais na Alemanha sob jugo do Terceiro Reich vitimou 10 mil pessoas. Há desdobramentos perversos dessa política homofóbica, como um médico nazista da Dinamarca, Carl Værnet, que conduziu experimentos médicos em prisioneiros de campos de concentração. A intenção era “curá-los” da homossexualidade.
Ele teve autorização de Heinrich Himmler, um dos oficiais mais graduados do nazismo, que já se referiu ao gosto por pessoas do mesmo sexo como “uma infecção” e pedia “a exterminação dessa existência anormal”. Værnet chegou a injetar hormônios artificiais na virilha de alguns detentos. Com o tratamento, ao menos dois homens morreram de infecção.
Agradecimentos ao amigo Chico Izidro pelo envio dessa matéria.
Fonte: O Globo e Folha de São Paulo
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