A pedra extraterrestre encontrada no Egito há 20 anos contém compostos nunca vistos no Sistema Solar

em 27/06/2018


Ano 1996, os pesquisadores encontram no Egito aquela que possivelmente seja a pedra mais estranha já vista na Terra. Apelidada de Hipátia, mais de duas décadas depois de incertezas os especialistas chegavam a conclusão que a relíquia era de origem extraterrestre, ainda que não parecesse pertencer a um meteorito ou cometa. Um novo estudo agiganta ainda mais o mistério.

Foi no ano 2013 quando enfim descobriram que aquela peça inclassificável encontrada no deserto do Saara não se originara de um meteorito, ainda que apontassem a um tipo de mineral do núcleo de um cometa. Em todo caso, Hipátia, nomeada assim pela cientista da Alexandria, se confirmava que sua origem não estava na Terra.


Uma análise posterior revelou que o fragmento recheado de diamantes não vera de nenhum cometa também: suas características combinadas eram únicas entre os materiais extraterrestres conhecidos.

Agora, quatro anos depois, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Johannesburgo analisou a matriz carbonosa da pedra, e encontrou uma falta de matéria de silicato que a distingue de outros materiais interplanetários que caíram à Terra, junto à presença de minerais que parecem ser anteriores ao próprio Sol.

Os meteoritos não metálicos são chamados de condritos e, desde o ponto de vista da composição, se parecem muito à Terra, com uma pequena quantidade de carbono e uma grande quantidade de silício. No entanto, Hipátia é o oposto, com muito carbono e pequenas quantidades de silício. Segundo o pesquisador principal, Jan Kramers:

- "Ainda mais incomum, a matriz contém uma grande quantidade de compostos de carbono muito específicos, chamados Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, ou PAH, um componente principal do pó interestelar que existia inclusive antes da formação de nosso sistema solar. O pó interestelar também se encontra em cometas e meteoritos que não se esquentaram durante um período prolongado em sua história."

Kramers explica que alguns dos PAH em Hipátia se converteram em algum momento em diamantes submicrométricos, provavelmente em seu impacto com a Terra. Contudo, não foi o único achado surpreendente. Os pesquisadores também encontraram alumínio em sua forma metálica pura, algo extremamente raro no Sistema Solar, ao menos até onde sabemos.

Ademais, acharam carbeto de silício -também conhecido como moissanite- e fosfato de iodo de prata em formas inesperadas. Também um composto que consiste principalmente em fósforo e níquel, sem ferro, uma composição mineral nunca antes vista, nem na Terra nem em outros materiais extraterrestres.

Todas estas características em conjunto sugerem que a pedra é feita de materiais inalterados que são anteriores ao Sol... mas que a própria pedra provavelmente se formou após o Sol, principalmente porque é necessário uma nuvem densa como uma nebulosa solar para formar objetos maiores.

Por tanto, trata-se de uma total incógnita que desafia nossos modelos de formação planetária que supõem que o material está distribuído uniformemente por todo o disco protoplanetário, ainda que, obviamente, precisam fazer mais pesquisas para saber mais sobre isso. Segundo Kramers:

- "Hipátia formou-se em um ambiente frio, provavelmente a temperaturas inferiores à do nitrogênio líquido na Terra. Em nosso sistema solar teria estado bem mais afastado que o cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, de onde originam a maioria dos meteoritos."

O pesquisador finaliza o trabalho com uma frase que deixa a porta aberta a qualquer teoria, ao menos até que consigam se aprofundar mais na origem da pedra mais estranha já encontrada pelo ser humano, uma que poderia ser anterior à formação do Sistema Solar, ou ter origens interestelares.

Fonte: Mdig

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