A “Doença X” é tão mortal e misteriosa que não sabemos nada sobre ela, exceto que pode ser a próxima epidemia global mortal.
De acordo com especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o código “Doença X” indica um patógeno que não foi sequer descoberto ainda, mas cuja ameaça iminente e inevitabilidade lhe garante um lugar na lista das “doenças mais perigosas” do mundo.
“A história nos diz que é provável que o próximo grande surto seja de algo que não vimos antes”, disse o executivo-chefe do Conselho de Pesquisa da Noruega e conselheiro da OMS John-Arne Rottingen, ao portal The Telegraph.
Como uma doença que nem existe pode ser considerada uma séria ameaça para a saúde pública?
A melhor maneira de pensar sobre isso é que a “Doença X” é um risco contagioso que ainda não descobrimos, mas que é praticamente certo.
Por conta disso, precisamos estar preparados para ela, e a OMS decidiu incluí-la no seu plano de pesquisa e desenvolvimento para doenças prioritárias.
Esse plano compreende um catálogo de possíveis epidemias futuras para as quais não possuímos suficientes contramedidas.
Lançado inicialmente em 2015 e revisado anualmente, a OMS pede que cientistas concentrem seus esforços nos principais agentes patogênicos susceptíveis de causar surtos graves no futuro próximo, para os quais existem poucas medidas médicas, ou nenhuma.
A lista
A revisão mais recente ocorreu em fevereiro, com especialistas concordando que as seguintes doenças são as que mais exigem a atenção dos pesquisadores: febre hemorrágica da Crimeia-Congo; doença por vírus Ebola; febre hemorrágica de Marburg; febre de Lassa; síndrome respiratória por coronavírus do Oriente Médio; síndrome respiratória aguda grave; doenças por vírus de Hendra (HeV) e vírus de Nipah (NiV); febre de Vale do Rift; e doenças por vírus Zika.
Este ano, pela primeira vez, a OMS adicionou a “Doença X” à lista, em um reconhecimento do fato de que é altamente provável que outro patógeno que ainda não conhecemos se junte à essa lista e se torne extremamente perigoso.
Ao aumentar a conscientização sobre essa probabilidade, podemos impulsionar os esforços de pesquisa para combater ameaças desconhecidas iminentes.
O objetivo, segundo Rottingen, é garantir que nos planejemos de forma flexível em termos de vacinas e testes de diagnóstico, que funcionarão para qualquer um ou um grande número de doenças, sistemas que nos permitirão criar contramedidas de maneira mais rápida.
De onde a “Doença X” poderia vir?
Ninguém sabe com certeza onde essa doença poderia aparecer, mas há uma grande quantidade de fontes possíveis, incluindo vírus existentes que adquirem novas virulências e sintomas, como o Zika, até vírus manipulados que escapam de laboratórios ou são usados como armas biológicas e infecções transferidas de animais para seres humanos.
Rottingen acredita que este último seja o cenário mais provável. “À medida que o ecossistema e os habitats humanos mudam, há sempre o risco de doenças brotarem de animais para humanos. É um processo natural e é vital que estejamos conscientes e preparados”, disse.
O mundo cada vez mais urbano e globalizado torna mais provável que novas doenças surjam e se espalhem – não podemos ficar simplesmente de braços cruzados para essa possibilidade.
Fonte: Hypescence
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