Faraó egípcio foi o primeiro "gigante" conhecido

em 09/08/2017


Supostos restos mortais de Sa-Nakht, um faraó do Egito Antigo, podem remeter ao mais ancestral gigante humano conhecido, segundo um novo estudo.

Há uma abundância de mitos que narram histórias de gigantes, desde os da geada e fogo das lendas nórdicas até os titãs que, segundo a mitologia grega, guerreavam com os deuses. Até mesmo o então presidente americano Abraham Lincoln acreditava em gigantes, tanto que declarou uma vez, inspirado em ver as Cataratas do Niágara:


"Os olhos dessa espécie de gigantes extintos, cujos ossos enchem as colinas da América, olharam para o Niágara, como os nossos fazem agora. Contemporânea com toda a raça de homens, e mais velha do que o primeiro homem, Niágara é forte e hoje fresca como há 10.000 anos."

Uma seleção de recortes de jornais informando sobre descobertas de esqueletos gigantes nos EUA
Aparentemente, Lincoln acreditava na existência de gigantes, mas ele estava certo? Um novo estudo diz que sim; bem, mais ou menos (não o tipo de gigantes que a maioria de nós imaginaria).

No entanto, os gigantes são mais do que meras lendas; o crescimento acelerado e excessivo, condição conhecida como gigantismo, pode se manifestar quando o corpo produz hormônios de crescimento em excesso. Isso geralmente ocorre em detrimento de um tumor que se instala glândula pituitária do cérebro.

No passado pessoas em tal condição podem ter servido de inspiração para a criação de mitos a respeito de gigantes.

O "gigante" egípcio

Como parte de uma pesquisa em andamento destinada a estudar as múmias, cientistas investigaram um esqueleto encontrado em 1901 em uma tumba perto de Beit Khallaf, no Egito. Uma análise anterior estima que os ossos datam da Terceira Dinastia do Egito, por volta de 2700 aC.

O trabalho prévio indicou que o esqueleto do homem – que teria alcançado até quase dois metros de altura – pode ter pertencido a Sa-Nakht, um faraó que viveu durante a Terceira Dinastia. “Pesquisas anteriores que também investigavam antigas múmias do Egito sugeriram que a altura média para os homens daquela época era de aproximadamente 1,7 m”, informou o co-autor do estudo, Michael Habicht, um egiptólogo do Instituto de Medicina Evolutiva da Universidade de Zurique.

Fragmento de relevo do faraó Sa-Nakht, do Museu Britânico (Wikimedia Commons)
Os reis egípcios antigos eram provavelmente mais bem alimentados e mantinham melhor estado de saúde do que os plebeus da época, de modo que se pode deduzir que cresceriam mais do que a média. Ainda assim, os restos mortais analisados ​ultrapassariam o tamanho de Ramesses II, o faraó egípcio mais alto de que se tem notícia, que viveu mais de um milênio depois de Sa-Nakht e tinha “apenas” cerca de 1,75m de altura, segundo Habitch.

Sinais de gigantismo

No novo estudo, Habicht e seus colegas reanalisaram o suposto crânio e a ossada de Sa-Nakht. Os ossos mais longos do esqueleto mostraram evidências de “crescimento exorbitante”, que são “sinais claros de gigantismo”, disse Habicht.

As descobertas sugerem que este antigo cidadão egípcio provavelmente teve gigantismo, o que faz dele o caso mais antigo que se conhece entre as ocorrências desta desordem no mundo, explicaram os pesquisadores. Pelo que se sabe, nenhum outro rei do Egito Antigo teve gigantismo.

“Estudar o desenvolvimento evolutivo das doenças é de grande importância para a medicina de hoje”, disse Habicht.

Nas primeiras dinastias do Egito, aparentemente dominavam o padrão estético as pessoas de pouca estatura, com “muitos ‘baixinhos’ na prestação de serviços à realeza”, afirmoi. “Não temos certeza, porém, quanto aos motivos dessa preferência”.

Ainda assim, pelo fato de que os alegados restos mortais de Sa-Nakht foram enterrados em um túmulo como os da elite, talvez não haja nenhum estigma social associado ao gigantismo na época.

Os cientistas relataram suas descobertas na edição de agosto da revista The Lancet Diabetes & Endocrinology.

Fontes: Hypescience e OVNIHoje

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