Nos últimos dias muito tem se falado do desaparecimento de Bruno Borges (clique AQUI para saber mais), morador do Acre de 24 anos. Ele desapareceu deixando para trás nada menos que 14 cadernos criptografados e uma estátua de Giordano Bruno avaliada em R$ 7 mil, a internet foi à loucura tentando desvendar a ligação entre eles. Para além das especulações malucas e das teorias da conspiração, é um bom momento para aprender sobre a vida do teólogo e filósofo que viveu durante o século 16. Na matéria abaixo os amigos e amigas poderão conhecer um pouco a respeito de Giordano Bruno.
Giordano Bruno foi um monge italiano da Ordem dos Dominicianos desde os seus 15 anos. Nascido em 1548, dedicou-se ao estudo da teologia de São Tomás de Aquino e da filosofia aristotélica assim que entrou no seminário, tornando-se membro da Academia Florentina. Aos 17, ingressou na Ordem dos Pregadores.
Com o passar do tempo, porem, começou a adotar ideias controversas na época como, por exemplo, a negação de qualquer tipo de imagem religiosa que não fosse o crucifixo. Em 1575, pouco depois de receber seu doutorado em teologia, abandonou a ordem.
Foi grande defensor do conceito de infinito e de uma espécie de panteísmo. Segundo ele, os seres humanos ainda não eram capazes de realmente entender o conceito de Deus, que estaria em tudo e em todos. Para Bruno, Deus era a inteligência e a vida por trás de tudo que existe no mundo, e a matéria formadora dos objetos era expressão passiva de sua vontade.
Em resumo, Giordano Bruno, era hilozoísta — quem defende a ideia de que absolutamente tudo possui vida dentro de si — e panpsiquista — quem acredita que tudo tem alma. Por ter ideias tão liberais em torno da religião, ele era grande defensor da unificação das religiões, a favor de que Deus estava além de qualquer tipo de dogma ou regra.
O infinto era, para ele, algo complexo demais para a mente humana, já que os sentidos estão reservados a compreender apenas o que pode ser limitado pelo espaço e pelo tempo. Segundo Bruno, o universo possuía essa mesma propriedade e o número de planetas seria incalculável. A ideia do filósofo era de que muito possivelmente existissem muitas Terras com muitos messias por aí.
Na estrada
O teólogo peregrinou pela Europa dando aulas e divulgando suas teorias. Passou por Suíça, Inglaterra, França, Alemanha e República Tcheca. Entre suas viagens, converteu-se ao calvinismo e chegou a dar aulas na Universidade de Oxford, mas logo abandonou a religião de Calvino por considerá-la contrária à liberdade intelectual.
Giordano Bruno defendeu o conceito de que a verdade deve prevalecer sobre as vontades e as crenças, inspirando, séculos mais tarde, o movimento iluminista. Uma vez, Bruno escreveu que “só os espíritos mais fracos é que pensam com a multidão por ser ela multidão. A verdade não é modificada pelas opiniões do vulgo, nem pela confirmação da maioria".
Após vários ataques em diferentes regiões, foi preso em Veneza pelo Santo Ofício. A pedido do papa, foi entregue ao tribunal da Santa Inquisição e condenado a sete anos de prisão. Durante esse tempo, por não concordar em negar as próprias convicções, acabou sendo queimado no dia 17 de fevereiro de 1600.
O programa "Cosmos: a spacetime odyssey", produção apresentada por Neil deGrasse Tyson em 2014, mostrou em um de seus episódios a incrível história de Giordano Bruno através de uma animação. A série foi inspirada no programa original "Cosmos" de 1980, realizada por Carl Sagan e sua esposa Ann Druyan e tem como objetivo trazer a ciência e o prazer da pesquisa para dentro da casa de jovens telespectadores.
Escultor de estátua acredita que jovem desaparecido seja a reencarnação do filósofo
De acordo com o site G1, foi o artista plástico Jorge Rivasplata, de 83 anos, que esculpiu a obra, e o mesmo falou ao repórter do G1 que acredita que Bruno Borges seja a reencarnação de Giordano Bruno. Segundo o G1, Rivasplata disse:
“A maioria não entende, mas eu o conheço há muito tempo. Dá para acreditar que foi reencarnado Giordano Bruno nele. Não posso contar mais, a única coisa que posso dizer é que já terminou os livros que ele [Giordano] deixou inconcluso. Queria falar ao seu pai e mãe que não se preocupem, ele está bem e vem apresentar ao mundo esse projeto lindo, fantástico.”
A escultura teria sido entregue no dia 16 de março e finalizada no quatro de Bruno pelo próprio artista.
Como todos já sabem Bruno deixou no local 14 livros escritos à mão, alguns deles também copiados nas paredes, no teto e no chão, porém em linguagem criptografada.
O artesão que esculpiu a estátua disse que a mesma foi preenchida com espuma, madeira, cascalho e cimento, para que ficasse mais pesada, evitando assim sua remoção. Porém ela não está presa ao chão. O artista explicou:
“Não é presa, mas é bem pesada para que não seja tirada do lugar”
A Polícia Civil do Acre está investigando o caso, que está sob sigilo. Fabrizzio Sobreira, delegado e coordenador da Delegacia de Investigação Criminal (DIC), informou que eles estão investigando todas as possibilidades para descobrirem o paradeiro do rapaz.
O escultor Rivasplata disse que Bruno foi aluno dele num curso de desenho e pintura, e que mais tarde fez a encomenda, a qual demorou dois meses para ser concluída. Embora a obra tenha sido avaliada em R$ 20 mil, Rivasplata disse ter cobrado R$ 7 mil, pois acreditava nas ideias de Bruno. O artista conta:
“Ele se destacou. É muito inteligente, superdotado. Ele viu meu trabalho, gostou e me deu um livro sobre o Giordano. A estátua ficou no fundo da minha casa, Bruno veio buscar em uma caminhonete. Depois fui chamado para terminar, para fixar onde deveria ficar.”
Ainda de acordo com o site G1, Rivasplata foi uma das últimas pessoas a conversar com Bruno sobre o projeto. Ele diz que não sabia do plano de Bruno de sair de casa, e acredita que os escritos são a conclusão das teorias defendidas pelo próprio Giordano, as quais foram interrompidas quanto o filósofo foi queimado na fogueira pela Inquisição, no ano de 1600.
Uma vez que a escultura foi entregue e colocada no quarto de Bruno, Rivasplata entrou em contato com o rapaz para perguntar se ele havia gostado da obra. A última vez que se comunicaram teria sido por intermédio de mensagens de celular. O artista ainda disse ao G1:
Ele respondeu: ‘a estátua está perfeita, melhor impossível. Estou extremamente satisfeito, mestre Rivas. Logo a apresentaremos ao mundo. Esse trabalho o Acre vai conhecer, o Brasil e o mundo’.
Quem trabalha para si, sua obra não serve para nada, vai para a tumba. Quem trabalha para a humanidade fica perpetuado para toda a vida. A obra dele [de Bruno Borges] é para outros, não é para ele.
Tudo foi premeditado para esse projeto, tudo o que está acontecendo já estava escrito. Acredito muito nele. Desde que começamos a conversar sempre acreditei.
O parentes de Bruno o viram pela última vez na segunda-feira (27), durante o almoço. Ao final da tarde, Athos Borges, pai de Bruno, voltou para casa e percebeu que seu filho estava ausente. Ele disse:
"Entrei no quarto e não vi a cama, não vi nada, só vi aquilo tudo. Naquele momento, percebi que ele tinha ido embora."
Segundo Denise Borges, mãe de Bruno, as mudanças teriam sido feitas durante 22 dias, quando o casal estava viajando em férias. Bruno ficou em casa com o irmão gêmeo Rodrigo e a irmã mais velha Gabriela.
Gabriela disse que a porta do quarto de Bruno ficou trancada durante os 22 dias, mas ela não tentou entrar no quarto. Ela conta:
"Ele falava que era o projeto dele e disse que iria me contar o que era em duas semanas. As pessoas falam: ‘por que você não foi lá e abriu aquela porta?’. As pessoas têm que entender que não se tratava de uma criança. Ele é um adulto e tem a privacidade dele. Me incomodava, mas eu não podia arrombar a porta."
Embora os 14 livros escritos por Bruno estejam criptografados, ele deixou as “chaves” para a decodificação. Os textos foram criptografados com a utilização de pelo menos quatro códigos diferentes.
A irmã de Bruno, Gabriela Borges, de 28 anos, diz que as chaves estavam numa pasta colocada num lugar bem visível:
"Não estava em difícil acesso, ele não deixou muita coisa no quarto, além do que foi feito. Só não encontrei uma das criptografias, mas a maioria está lá."
Devido ao interesse de Bruno Borges na ovniologia, e o fato de haver um quadro dele ao lado de um ET, muitos internautas dizem que ele teria sido voluntariamente “abduzido” num disco voador. Obviamente, não há a menor fundamentação para esta alegação. Pelo que tudo indica, o jovem simplesmente resolveu desaparecer para atrair a atenção à sua obra, que provavelmente será decifrada e estará em todas os sites de notícia da Internet logo após.
Fonte: Galileu e G1
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