A primeira Guerra Mundial pode não ter ocorrido no século 20, afinal. Ela pode ter acontecido cerca de 3.200 anos antes, um evento que o arqueólogo Eberhard Zangger chamou de “Guerra Mundial Zero”,
Os “Povos do mar”, dos quais pouco se sabe, provavelmente dominaram algumas das maiores civilizações da antiguidade.
Ainda mais intrigante é o fato de que esta mega guerra pode ter sido provocada por uma civilização perdida ou em grande parte esquecida, que alguns documentos antigos se referem como os “Povos do Mar”. Se isso for verdade, pode ajudar a explicar porque as grandes civilizações mais reconhecidas do Mediterrâneo oriental que coexistiram por volta de 1200 a.C. — como o Novo Império do Egito, os hititas da Anatólia central e os micênicos da Grécia continental — declinaram todas, rapidamente, quase na mesma época.
A teoria também pode ajudar a explicar os acontecimentos que levaram a uma das batalhas mais famosas da antiguidade, imortalizada por Homero: a Guerra de Troia. Zangger acredita que o ataque contra Troia pode ter sido um dos atos finais do conflito, a catarse que finalmente pôs fim ao breve domínio dos chamados Povos do Mar.
É uma teoria ousada, mas que merece uma nova análise.
Mas quem seriam esses misteriosos Povos do Mar? Zangger sugere que eles provavelmente eram uma coalizão de pequenos reinos da Anatólia ocidental, unidos por uma língua comum: o luvita ou lúvio, uma linguagem conhecida, mas pouco estudada, daquela região. A Anatólia ocidental também era rica em minerais e em minérios de metal, o que poderia ter sido a base para a economia Luvita.
Os estudos das imagens de satélite parecem indicar que o território também esteve densamente povoado durante o final da Idade do Bronze e que mais de 340 grandes urbanizações estariam espalhadas pela região. Apenas uma pequena fração desses lugares foi investigada pelos arqueólogos.
“Alguns desses lugares são tão grandes que você pode vê-los do espaço,” disse Zangger. “Há muitas coisas esperando para serem encontradas, tudo é simplesmente emocionante.”
A Guerra Mundial Zero, se é que ela realmente ocorreu, provavelmente começou com um ataque bem cronometrado pelos luvitas contra os hititas, o que levou o Império Hitita à ruína. A partir daí, é provável que os luvitas tenham começado uma série de invasões marítimas aos egípcios, desestabilizando aquela civilização. Essas campanhas podem ter levado os luvitas a ir mais longe, no entanto, isso os deixou mais vulneráveis aos micênicos da Grécia, que podem ter começado a guerra em defesa própria, antecipando o fato de que os luvitas os atacariam em breve.
Como documenta Homero em “A Odisseia”, a Guerra de Troia trouxe instabilidade para a própria Grécia e acabou provocando sua queda.
Zangger estabelece um caso convincente, mas muitos arqueólogos continuam céticos, particularmente em relação à terminologia usada por ele, a quem alguns chamaram de “contador de histórias bombástico”.
“Ele está trazendo à tona esta ideia de uma antiga guerra internacional”, disse Michael Galaty, na Universidade Estadual do Mississippi. “A maioria dos arqueólogos se recusa a usar essa terminologia.”
Grande parte das provas que Zangger precisará para convencer seus colegas céticos permanece enterrada, à espera de descobertas arqueológicas, na região há muito tempo negligenciada da Anatólia ocidental. Mas isso também é parte do assunto: sua teoria de uma Guerra Mundial Zero e o rótulo de “contador de histórias bombástico” que o acompanha já está gerando um interesse renovado pelas escavações na região. Quer esteja certo, quer esteja errado, Zangger está provando ser o catalisador que pode finalmente levar os arqueólogos a prestar mais atenção à Anatólia ocidental.
Veja este vídeo com mais detalhes da teoria de Zangger:
Fonte: Yahoo
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