No dia 25 de julho de 2016, 19 pessoas morreram e 20 ficaram feridas com gravidade num centro de deficientes mentais no Japão na sequência de um ataque de um homem armado com uma faca, segundo o balanço mais recente dos bombeiros e da polícia.
O homem identificado como Satoshi Uematsu, 26 anos de idade, invadiu uma instituição para pessoas com deficiência em Sagamihara, cidade localizada a cerca de 50 quilômetros de Tóquio, no Japão, e esfaqueou 19 pessoas até à morte.
“Os médicos confirmaram a morte de 19 pessoas”, disse um porta-voz dos bombeiros citado pela agência de notícias AFP. Outras 25 pessoas ficaram feridas, 20 delas com gravidade, segundo a mesma fonte. A polícia confirmou os 19 mortos, mas aponta para 45 feridos, 20 em estado considerado grave, segundo a agência japonesa Kyodo.
O atacante já trabalhou no centro de deficientes, localizado num subúrbio muito povoado de Tóquio (Sagamihara). O homem, que se entregou polícia depois do ataque assumindo a culpa, esteve internado recentemente num hospital psiquiátrico, por ser considerado perigoso, adiantaram entretanto as autoridades locais.
Quando se entregou às autoridades, o suspeito teria afirmado que queria “os deficientes fora deste mundo”, segundo fontes policiais citadas pela imprensa japonesa. O homem despediu-se do cento de deficientes a 19 de fevereiro passado, onde trabalhava desde 2012, revelou um porta-voz da câmara municipal local.
Nesse mesmo dia, a polícia alertou a câmara para a possibilidade de o homem cometer um ato violento, depois de ter tentado entregar uma carta a um deputado local, em que manifestava a intenção de “matar 470 deficientes pelo bem do Japão”, segundo as autoridades locais.
Suspeito libertado após 12 dias internado
“As vidas das pessoas com múltiplas deficiências são extremamente difíceis e, por isso, o meu objetivo é conseguir um mundo em que essas pessoas recebam a eutanásia com o consentimento de um tutor”, escreveu o homem, na mesma carta.
Por causa deste episódio, foi submetido a testes médicos e internado num hospital psiquiátrico, com os médicos a considerarem-no perigoso, disse o porta-voz do município. A 2 de maio passado teve alta, após 12 dias de internamento, apos os psiquiatras terem concluído que tinha melhorado e que já não representava perigo. As autoridades não tinham voltado a receber queixas relacionadas com o seu comportamento.
O Ataque
As instalações tinham cerca de 150 residentes no dia do ataque quando estavam em funções oito funcionários. As vítimas tinham idades entre os 19 e os 70 anos, de acordo com a agência Kyodo que cita o departamento de controle de acidentes da cidade de Sagamihara. Um médico citado pela televisão NHK afirmou que os pacientes estavam psicologicamente em estado de choque e não conseguiam falar.
As autoridades chegaram ao local às 2h30 japonesas, na madrugada de segunda para terça-feira. A polícia havia sido avisada sobre o sucedido por um dos trabalhadores da instituição, via telefone. Não existe qualquer informação que aponte para que este ataque tenha alguma motivação política ou religiosa.
O Japan Times, citando um relato ouvido na NHK, escreve que um morador vizinho da clínica avistou um homem de cabelo loiro e vestido “com roupas escuras” a entrar no edifício.
Cerca de meia hora após as autoridades serem alertadas, o suspeito entregou-se, ele portava as facas usadas no ataque ainda cobertas com sangue.
Este tipo de ataque é considerado raro no Japão, um país onde existe um controle muito restrito da propriedade de armas de fogo. Em maio, recorda o Daily Mail, uma cantora pop japonesa, Mayu Tomita, foi esfaqueada por um fã por, alegadamente, ter devolvido um presente que este lhe tinha enviado. Em março de 2015, cinco pessoas com idades entre os 60 e os 80 foram mortas da mesma forma em Suwoto, cidade na ilha de Awaji, em várias casas.
Declarações de conhecidos
Satoshi Uematsu era tido pelos seus vizinhos como um jovem simpático que gostava de ajudar os outros. “Provavelmente, esperam que eu diga que ele era estranho, ou tinha feito alguma coisa de mal, mas ele era simplesmente um tipo simpático, amigável, que dizia olá sempre que nos víamos na rua“, contou ao The Guardian um vizinho de Uematsu, Akihiro Hasegawa.
Fontes: O Observador e Uol
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