Haximu é o nome de uma comunidade Yanomami na fronteira do Brasil com a Venezuela, nas proximidades do Rio Demini. O nome da aldeia tornou-se mundialmente conhecido após a sangrenta chacina de crianças, mulheres e velhos de Haximu, pegos de surpresa no início da manhã, por um grupo de garimpeiros fortemente armados, em meados de 1993.
Após a morte traiçoeira de quatro Yanomami, homens de Haximu iniciaram a vingança ritual que a tradição Yanomami exigia, tomando a vida de dois garimpeiros. Depois da segunda vítima recobrada, garimpeiros que já trabalhavam dentro do território Yanomami, planejaram a chacina da totalidade dos habitantes de Haximu, o que só não ocorreu porque a maior parte de seus membros estava em festa na aldeia vizinha, e outros estavam na mata, fazendo roça. O massacre mais cruel aconteceu numa dessas roças, nos arredores de Haximu, no norte estado de Roraima de 1993. Pelo menos 16 Yanomamis, mas alguns jornais da época, entre eles The Globe and Mail e The New York Times, chegaram a afirmar que 73 indígenas haviam sido assassinados pelos garimpeiros. Esse fato acabou deixando muita gente descrente em relação a veracidade dos fatos ocorridos.
Dentro do primeiro ataque, os garimpeiros mataram quatro ou cinco homens jovens do Yanomami Haximu-teri. Em resposta, os indígenas atacaram os mineiros, matando pelo menos dois deles e ferindo outros dois. Na sequência deste ataque, os garimpeiros atacaram novamente, matando cerca de 12 Yanomami (quase todas vítimas eram idosos, jovens e crianças) e queimados onde é a aldeia de Haximu.
Esse massacre foi iniciado pelas tensões relacionadas à corrida do ouro de 1987 no Brasil, que incluem conflitos entre os mineiros brasileiros e o povo Yanomami.
Antecedentes ao massacre
Ao examinar o histórico do ouro corre em Haximu, a recorrente ocorrência acontece com os Yanomami, que Albert Bruce se refere como o "ouro armadilha." Quando os primeiros garimpeiros chegam, eles fornecem os Yanomami com caridade doações até vários outros mineiros ocupam. Assim, o número de mineiros aumenta, o equilíbrio de poder é modificada e as perturbações Yanomami tornam-se a eles. Tensão finalmente surge quando os Yanomami querem mais mercadorias ocidentais, tais como medicina, roupas e alimentos, que não chegaram a invocar quando os mineiros chegaram. Como resultado, o uso da violência torna-se um resultado comum, que podem fornecer razão por que motivo os mineiros iniciaram ataques contra os Yanomami.
O incidente específico que levou garimpeiros a atacar os Yanomami é incerto e muitos detalhes sobre o evento estão confusas. Um antigo tuxua (chefe) de Haximu, chamado Antonio, alegou que os garimpeiros atacaram seu povo quando eles roubaram uma rede de mineiros.
Sobreviventes do massacre de Haximu falam 20 anos depois
Sobrevientes de um massacre terrível em que dezesseis Yanomami foram mortos pelas mãos de garimpeiros ilegais falaram vinte anos após o ataque, enquanto garimpeiros continuam a invadir a terra Yanomami.
O massacre da comunidade Haximu na Amazônia venezuelana foi realizado por 22 garimpeiros brasileiros em 1993. No violento ataque, os garimpeiros atiraram em mulheres, crianças e anciãos, e mataram um bebê com um facão.
Sobreviventes do massacre, Marisa e Leida Yanomami, disseram em uma rara entrevista: ‘Os garimpeiros mataram meus irmãos, irmãs e meu pai com terçados; alguns morreram com armas de fogo.… Nós não podemos falar muito porque é uma tristeza. Quando nós falamos sobre o massacre nós lembramos do nosso pai’.
Vinte anos depois, os territórios Yanomami no Brasil e na Venezuela continuam sendo invadidas por garimpeiros ilegais que poluem os rios com mercúrio, destroem a floresta e continuam a atacar os Yanomami apesar de uma operação das autoridades brasileiras para retirar os garimpeiros da terra Yanomami.
Na Venezuela, os Yanomami temem uma invasão de larga escala em suas terras, após a empresa estatal chinesa CITIC ter sido contratada para explorar, mapear e catalogar reservas minerais na Venezuela, muitas das quais se encontram em terras indígenas.
COIAM, um grupo de organizações indígenas da Amazônia, condenou os planos da CITIC e declarou: ‘Solicitamos ao Governo Nacional a revisão urgente de todos os projetos e a não implementação dos mesmos em territórios e comunidades indígenas devido aos possíveis impactos destrutivos ambientais e socio-culturais. A vida e a sobrevivência física e cultural dos povos indígenas e das futuras gerações dependem da proteção integral de seu habitat e terras.’
No Brasil, os Yanomami são veementemente contra ao projeto de lei de mineração que vem sendo debatido no Congresso Nacional, que se for aprovado, abrirá o território Yanomami e outros territórios indígenas para a mineração em grande escala, e trará mais invasores para seus territórios.
Cinco dos autores do massacre de Haximu foram condenados por genocídio, uma decisão que foi aclamada como histórica e sem precedentes. Mas hoje, apenas um garimpeiro continua na prisão. Um outro que cumpriu parte de sua sentença, voltou a garimpar ilegalmente na terra Yanomami e foi novamente preso durante uma operação para retirar os garimpeiros da terra Yanomami no ano passado.
Davi Kopenawa, um porta-voz Yanomami, disse à Survival: ‘Eu nunca esqueci de Haximu. Os garimpeiros mataram dezesseis Yanomami e os mesmos garimpeiros voltaram para lá. Nós estamos revoltados porque os garimpeiros não foram punidos e não sofreram como nós sofremos.’
Na esteira do massacre várias comissões binacionais foram criadas, incluindo uma para monitorar e combater o garimpo ilegal. No entanto, parece ter estado inativa durante muitos anos. Survival escreveu para os dois governos instando-os a manter seus acordos para controlar o garimpo ilegal e proteger a terra Yanomami.
Os Yanomami passam de 30.000 e são a maior tribo relativamente isolada na América do Sul, abrangendo a fronteira entre Venezuela e Brasil. Uma onda de garimpeiros ilegais dizimou a tribo na década de 1980, quando um em cada cinco Yanomami no Brasil morreu em violentos ataques ou por doenças trazidas pelos invasores.
Fontes: Wikipédia e Survival
Quando amanhecer, você já será um de nós...
Infelizmente isto nunca terá fim!
ResponderExcluirEm 1960 foram mortos por arsênico, a mando de empresários, 3500 índios da etnia Cinta Larga.
Em 2004, foram mortos 100 garimpeiros por índios e que inclusive alguns deles usaram fuzis automáticos.
O principal motivo para estes geconídeos é a mineração. É só ver a reserva Roosevelt. Ela é uma reserva que pertence aos índios, só que nesta reserva se encontra a maior mina de diamante do mundo. Alguma dúvida do que irá acontecer? Ou melhor vem acontecendo, pois não é muito divulgado na mídia, porém não é difícil de procurar e ver que sempre há brigas com mortes envolvendo índios, mineiros e até fazendeiros. Se o Brasil já está parecendo uma terra de ninguém, imagina a região norte do país.
Nelson, moro no pará e endosso o que você fala. O Estado Nacional é ausente. Uma tristeza. Navios roubam água dos rios. A guerra entre agronegócio s indígenas. Por aí vai.
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