Oriundos da Península Escandinava, os vikings foram os primeiros colonizadores da Islândia, a gelada ilha localizada entre a Groenlândia e a Europa. Apesar de muitos princípios nórdicos ainda terem sido preservados no país, o paganismo foi engolido pelo cristianismo e a maioria da população hoje é protestante.
A questão religiosa foi tão séria que, mil anos atrás, foi proibido construir templos que homenageassem a crença original daquela terra. Um século depois, a versão atual do paganismo nórdico tem ganhado cada vez mais adeptos, e os islandeses finalmente poderão adorar Odin, Thor e Frigg em um santuário moderno.
A iniciativa é da Ásatrúarfélagið (“Associação Ásatrú”, em islandês), que fomenta esse neopaganismo, isto é, uma versão atual das tradições e credos vikings.
Apesar da construção do templo ter sido anunciada em 2015, a organização realiza eventos, rituais e até recolhe impostos na função de instituição religiosa desde 1972. Eram poucos os fieis – geralmente em torno de 100 pessoas – mas, quatro décadas depois, eles já são mais de 2.000 membros.
Cravado em uma colina, o templo será construído na capital do país, Reykjavik, com um domo de vidro, para iluminar o ambiente naturalmente como era feito na época dos navios dragão. Entre as atividades previstas, estão casamentos, batizados, funerais e eventos para grupos de jovens. Os famigerados rituais “Blot”, onde animais eram mortos e oferecidos aos deuses, também estão previstos, mas sem a parte dos sacrifícios.
Desde 2003, Hilmar Örn Hilmarsson é o líder dos vikings da Islândia. Questionado pelo site Big Think sobre a tradição cristã do país, ele afirmou que a ideia não é reprimir ou substituir outras religiões, e sim “refletir sobre a complexidade espiritual histórica” do povo nórdico.
“Eu não acho que alguém acredite em um deus de um olho só que cavalga em um cavalo gigantesco. Enxergamos essas histórias como metáforas poéticas e uma manifestação de forças da natureza e da psicologia humana”, explicou o “godi” (como são conhecidos os sacerdotes vikings), dessa vez ao The Telegraph.
Se todos pensassem igual a Örn Hilmarsson e o credo alheio fosse respeitado, sem julgamento ou qualquer repressão, o mundo com certeza seria um lugar melhor.
Fonte: Yahoo
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