As diferenças ideológicas entre religião e ciência provocam inúmeras discussões e debates, que muitas vezes descambam para xingamentos e demonstrações de falta de educação. Aqui nos comentários do blog esse tipo de atitude já causou alguns mal estares, logo eu costumo evitar textos que provoquem tal tipo de reação na galera. Porém hoje decidi deixar essa minha postura de lado, e trago a vocês um texto polêmico, e que trás a opinião de um cientista amplamente engajado nessa "briga" com as ideologias religiosas. Abaixo os amigos e amigas poderão conferir um pouco das ideias desse cientista, muitas delas contestando o modelo criacionista, e ao final algumas alegações polêmicas do mesmo. Deixo bem claro que esse texto não é baseado nas ideias e ideais desse pobre blogueiro, mas sim do pesquisador citado no título da postagem.
O biólogo britânico Richard Dawkins palestrou para um auditório lotado no Complexo Ohtake Cultural e abriu a temporada de 2015 do Fronteiras do Pensamento. Na noite da quarta (27-05-15), Dawkins usou vários exemplos retirados da natureza para ilustrar um conceito que nos é familiar das aulas de história, só que, neste caso, aplicado à biologia evolutiva. “Predadores e presas estão amarrados a uma corrida armamentista, em que se empurram mutuamente na mesma direção”, disse. Assim como a obtenção de soberania militar aumentaria as chances de uma nação sobreviver a uma guerra, essa corrida evolutiva teria um único e inabalável objetivo - a sobrevivência do indivíduo mais apto e a consequente transmissão de seus genes, bem-sucedidos do ponto de vista da seleção natural, para as gerações seguintes.
Um dos casos utilizados pelo biólogo na conferência é razoavelmente semelhante com a maneira como descreveu a visão aérea de São Paulo, que chamou sua atenção momentos antes de seu avião pousar. Em uma carta publicada no dia 27 de maio no site de sua fundação, Dawkins comparou a cidade a outras megalópoles parecidas dos Estados Unidos, onde existem alguns aglomerados de edifícios altos cercados por áreas suburbanas menos verticalizadas. “São Paulo é o oposto. Uma floresta de prédios altos parece se estender de horizonte a horizonte, com poucas clareiras pontilhadas. E a cena toda é enevoada com o que me foi dito ser poluição”, escreveu. Um pouco como a especulação imobiliária paulistana, que estimula a construção de prédios cada vez mais altos, a natureza opera um processo semelhante nas florestas - se uma árvore cresce acima da média, estimula o crescimento das demais. O motivo da competição, como não poderia deixar de ser, é a sobrevivência.
No contexto de uma floresta, quanto mais alta for uma árvore, maior será a quantidade de luz que vai receber e, portanto, produzirá mais alimento. Se as outras não crescerem também, vão ficar em regiões sombreadas e correm o risco de não sobreviver. “As árvores só são altas para serem mais altas do que as outras”, afirmou o cientista, entre comparações em que dizia que a economia natural é movida a energia solar e que, sob o ponto de vista econômico, a altura das árvores é um desperdício. “Elas crescem muito mais alto do que um planejador econômico recomendaria”, disse. Ainda traçando paralelos, como bom divulgador de ciência que é, Dawkins relacionou a situação com a de um estádio - quando uma única pessoa se levanta, obriga todas as demais a se levantarem também para conseguir enxergar. “Se ao menos todos concordassem em se sentar, teriam a mesma vista e mais conforto”, apontou, em uma provável referência ao tema geral do Fronteiras deste ano: como viver juntos?
Talvez para a decepção de muitos que o assistiam, o polêmico biólogo só alfinetou os religiosos uma única vez durante sua palestra. Ele citou um aspecto da corrida armamentista evolutiva que “pode aborrecer os que gostam da teoria do designer inteligente” - no caso do guepardo e da gazela, o primeiro parece ter sido desenhado para caçar a segunda. “De que lado está o designer?”, provocou, arrancando risadas da plateia. Falando em guepardos, outro aspecto explorado nas pontes entre economia e evolução foi a questão do risco e da priorização de recursos na velocidade dos animais. “Pernas compridas e finas são boas para correr, mas também para quebrar”, observou Dawkins. Para a presa, uma perna quebrada pode significar o assassinato, e para o predador, a morte pela fome. Uma boa referência para entender o que explicava, segundo o cientista, seriam as ideias do maior teórico do liberalismo. “Se for pra fazer analogias econômicas, temos que pensar na mão invisível de Adam Smith”.
As polêmicas
Apesar de ter proferido uma conferência interessante, foi na hora das perguntas do público que Richard Dawkins trouxe à tona sua verve polêmica e apresentou algumas das reflexões mais instigantes da noite. Quando questionado sobre sua posição a respeito do aborto de fetos com Síndrome de Down, o biólogo reforçou que não condenava a prática do ponto de vista ético, e um dos argumentos que usou para se justificar foi que um grande número de mulheres recorriam ao procedimento nesses casos. A polêmica surgiu no ano passado depois da seguinte resposta de Dawkins no Twitter: “Aborte [o feto com Down] e tente de novo. Seria imoral trazê-lo ao mundo se você pudesse escolher”.
É claro que a declaração provocou uma enxurrada de críticas e pegou bem mal, tanto que o cientista publicou um texto logo no dia seguinte explicando melhor sua posição. Basicamente, para ele, seria imoral do ponto de vista do sofrimento da criança. Outra resposta polêmica a um questionamento da plateia foi, é claro, sobre religião. Dawkins afirmou que “a religião é como um vírus de computador”, pois se aproveita de traços psicológicos criados pela evolução que favoreciam a sobrevivência dos nossos ancestrais, como a crença na sabedoria tribal e o respeito pela autoridade. “Elas exploram os bons aspectos da maquinaria cerebral humana, que são acreditar e obedecer”, disse.
Quanto ao seu “grau de descrença”, em uma escala de um a sete, ele afirmou que está em seis. “Nenhum cientista pode afirmar com cem por cento de certeza que algo não exista, porque alguém pode achar evidências”, explicou. Mas não se engane: como acrescentou em seguida, para o biólogo, Deus está no mesmo plano que os unicórnios e as fadas. Quando indagado sobre se o ateísmo não é, em si, uma forma de fundamentalismo, a resposta foi afiada. “Se alguém me mostrar evidências boas sobre a existência de Deus, estou pronto para mudar de ideia - e isso não é fundamentalismo”. Ao comentar o dado de que 40% da população dos EUA acredita que a Terra tenha sido criada há apenas 10 mil anos, Dawkins foi categórico, no melhor estilo Dawkins: “é como se uma nação que está entre as maiores potências científicas mundiais fosse dividida em duas espécies, sendo que uma delas é de ignorantes idiotas”.
Como eu trouxe aqui a opinião de apenas de um dos lados da discussão, eu abro total espaço aos leitores, via comentários, expressar sua opinião. Peço aos amigos e amigas que se manifestarem contra a opinião de Richard Dawkins, não o façam usando palavrões, pois eu gostaria de usar alguns bons argumentos de vocês completando a postagem.
Apesar de não mencionar outras entidades, a mim fica claro que a opinião de Dawkins, não se limita apenas as religiões cristãs, mas também a todo o tipo de crença em entidades sobrenaturais, sejam elas divindades, fantasmas, demônios, fadas, etc.
Fonte: Galileu
CONFIRA OUTRAS POSTAGENS DO BLOG NOITE SINISTRA
Links Relacionados:
Cinco evidências científicas que dão sentido a episódios da Bíblia.
Ritual Romano (Rituale Romanum)
Movimento religioso do Pastafarianismo.
Cinco evidências científicas que dão sentido a episódios da Bíblia.
Ritual Romano (Rituale Romanum)
Movimento religioso do Pastafarianismo.
Não vejo que a corrida armamentista seja para impor a sobrevivência do mais apto. A corrida armamentista é de um lado a vontade de impor o idealismo de uma sociedade capitalista ou uma sociedade socialista/comunista. E o outro lado e a corrida pelo controle das fontes de energia (petróleo e gás natural). Apesar de que “teoricamente” podemos dizer que as pessoas que vivem num país capitalista são muito mais evoluídas que as pessoas que vivem num país socialista/comunista.
ResponderExcluirA ideia da árvore que cresce mais para ter mais chance de receber a luz solar já rasga o diploma de biólogo deste cidadão. Uma árvore não sobrevive somente com a luz, mas também com um solo fértil. E como qualquer ser vivo neste planeta, há quem se desenvolve mais. No meio dos seres vivos sempre haverá o mais alto e o mais baixo, o mais forte e o mais fraco. Se somente a luz fosse motivo para uma árvore crescer, qual seria o tamanho das árvores numa floresta como a Amazônia. Elas estariam atrapalhando o trafego aéreo.
Ele fala do designer que projetou o guepardo e a gazela. Ele sendo um biólogo deveria ver que a natureza é perfeita e a grande prova disto é mostrada na migração do Serengueti. E dizer que pernas finas são boas para correr, pede para ele provar isto medindo as penas dos atletas velocistas. Mais uma vez ele rasgou o diploma dele.
A maior baboseira que ele pode dizer foi sobre o aborto de crianças que nascerão com síndrome de down. Quem segue noticias pelo mundo vê que pessoas com síndrome de down seguem uma vida normal. O único sofrimento que estas crianças e pessoas seguem é o preconceito como deste cidadão. Se seguir a ridícula ideia dele, logo uma mãe ou um casal vai querer fazer um aborto pq seu filho irá nascer com os olhos castanhos, ou irá nascer com o nariz grande. Só demonstra o preconceito de um cara ridículo.
A religião não pode ser generalizada. Eu sei que há pouquíssimas religiões escondidas que não fazem mal a ninguém. Só o que este cara disse em comparar Deus com unicórnios e fadas provam de que ele realmente não entende nada e ele também é somente mais um vírus de computador que se aproveita de traços psicológico para favorecer suas ideias ridículas. Se ele pesquisasse um pouco, principalmente a arqueologia, veria que está sendo descobertas muitos “fatos” e não “teorias” do que está escrito na Bíblia. Não vejo a arqueologia mostrar fatos de unicórnios ou fadas. Ele não pode criar uma tese só pq 40% da população estadunidense acha que a Terra tenha sido criada há 10 mil anos. Os estadunidenses em sua grande maioria não sabem onde fica o Afeganistão que seu país invadiu, não sabem onde fica o Iraque que seu país invadiu e pensa que Buenos Aires é a capital do Brasil. Então a utópica nação que está entre as grandes potencia mundial é formada pela sua grande maioria de pessoas desinformadas ou “ignorantes idiotas” como ele disse.
Este cidadão não tem diferença nenhuma com um líder religioso que quer seguidores para aumentar sua conta bancaria e seu ego magro.
Engraçado, eu já cansei de ser visto como alienado por ser cristão, geralmente é o mesmo pessoal que segue esse cara, usam ele como exemplo pra tudo. Tratam tudo o que ele diz como verdade absoluta nunca nem ao menos questionam. Parabéns pelo seu comentário, tenha um bom dia.
ExcluirMantenha sua fé de cabeça erguida Vinicius e não liga para o que dizem. Qualquer coisa de o endereço desta postagem e manda vir debater comigo. Não posso provar tudo, mas há uma grande quantidade de "fatos" e não "teorias" por toda internet.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSe esse Richard DaWkins fosse um cientista de fato, entenderia pela Antropologia que o ser humano além de social é religioso, não tem como tirar isso do ser humano tem religiões mais light outras radicais, o que este Dawkins faz é só um mi mi mi que não resolve nada. sobre ele comparar religião com virus de computador, não seria original dele, pois a mesma coisa que falar que religião é o ópio do povo como marxismo prega. dawkins é só outro reclamão, que nao resolve merda nenhuma.
ResponderExcluirJesus deixou uma mensagem de salvação e amor, mas não é a maioria que segue.