Kaspar Hauser foi uma criança abandonada, cuja vida e morte esteve envolta em mistério, encontrada na praça Unschlittplatz em Nuremberg, Alemanha do século XIX, com alegadas ligações com a família real de Baden. Não se sabe muito a respeito da sua origem. Acredita-se que ele tenha nascido em abril de 1812. Kaspar veio a falecer em 17 de dezembro de 1833 em Ansbach, Mittelfranken, e até hoje a sua história não foi devidamente explicada.
Kaspar Hauser tornou-se conhecido na Alemanha ao afirmar que havia passado toda a sua vida em uma masmorra, sem contato com humanos, sendo alimentado apenas com pão e água. O jovem, supostamente com quinze anos de idade, apareceu em uma praça pública de Nuremberg, em 26 de maio de 1828, com apenas uma carta endereçada a um capitão da cidade, explicando parte de sua história, um pequeno livro de orações, entre outros itens que indicavam que ele provavelmente pertencia a uma família da nobreza. Hauser tornou-se o centro das atenções de Nuremberg e, em pouco tempo, surgiram rumores de que deveria ser o príncipe herdeiro da família real de Baden, no sudoeste da Alemanha, que havia sido roubado do berço em 1812.
Como supostamente passou quase toda a sua vida aprisionado numa cela, não tendo contato verbal com nenhuma outra pessoa, não conseguia se expressar em um idioma. Porém, logo lhe foram ensinadas as primeiras palavras e, com o seu posterior contato com a sociedade, ele pôde pausadamente aprender a falar, da mesma maneira que uma criança pequena. Afinal, ele havia sido destituído somente de uma língua, que é um produto social da faculdade de linguagem, não da própria faculdade em si. A exclusão social de que foi vítima não o privou apenas da fala, mas de uma série de conceitos e raciocínios, o que fazia, por exemplo, que Hauser não conseguisse diferenciar sonhos de realidade durante o período em que passou aprisionado.
Hauser odiava comer carne e beber álcool, já que aparentemente havia sido alimentado basicamente por pão e água. Aprendeu a falar, a ler e a se comportar, e a sua fama correu a Europa, tendo ficado conhecido, à época, como o "filho da Europa". Por causa da sua história triste, toda a cidade de Nuremberga adoptou Kaspar, tratando-o como um filho. Ele foi colocado sob os cuidados pessoais de um certo professor Daumer e atraiu a atenção das sociedades alemã e europeia.
Kaspar Hauser viveu com alguns tutores até ser assassinado com uma facada no peito, em dezembro de 1833, nos jardins do palácio de Ansbach. As circunstâncias e motivações ou a autoria do crime jamais foram esclarecidas, apesar da recompensa de 10.000 Gulden (c. 180.000,00 Euros) oferecida pelo rei Luís I da Baviera para quem pegasse o assassino.
Memorial no local do atentado contra Kaspar Hauser nos jardins do Castelo de Ansbach. |
Os estranhos atentados
No dia 17 de Outubro de 1829, Kaspar foi encontrado na casa de Daumer com a testa sangrando, resultado de um ferimento com uma faca, efetuado por um homem mascarado que apareceu de repente e o atacou.
Em 1831, ele foi ferido na testa outra vez, quando um revólver disparou acidentalmente.
No dia 14 de Dezembro de 1833, Kaspar foi mortalmente ferido por outro golpe de punhal. A polícia investigou o parque, mas não encontrou a arma. O mistério aumentou ainda mais, porque os polícias encontraram apenas as pegadas de Kaspar na neve. Ele morreu três dias depois.
Kaspar Hauser na cultura popular
A sua história foi representada no filme de Werner Herzog, "Jeder für sich und Gott gegen alle" (em língua portuguesa, "Cada um por si e Deus contra todos"), de 1974, lançado em português com o título "O Enigma de Kaspar Hauser".
A bibliografia destinada a desvendar a real identidade de Kaspar Hauser é composta por mais de 400 livros e 2 mil artigos. Alguns biógrafos são a favor da teoria do príncipe e outros, de que Hauser era um garoto que foi abandonado na cidade e inventou a história da masmorra para despertar a generosidade alheia.
Para esses historiadores, a história da masmorra não faz sentido, uma vez que o jovem teve um bom desenvolvimento físico e mental, algo que não poderia acontecer vivendo em uma prisão pequena e escura, sendo alimentado todos esses anos apenas com pão e água.
Kaspar Hauser não era o Baden desaparecido
Em relação à sua procedência real, em 1996, a revista alemã "Der Spiegel' patrocinou um exame de DNA para comprovar a história. Uma mancha de sangue na roupa de Kaspar Hauser, guardada em um museu alemão, foi comparada ao DNA da realeza de Baden, e o resultado foi que eles não têm relação.
De acordo com historiadores mais recentes, é provável que Kaspar Hauser tenha sido o filho ilegítimo de alguma família respeitável, criado em alguma fazenda isolada e abandonado na cidade quando os parentes não quiseram mais o manter. Contar uma história fantástica sobre como foi maltratado teria sido uma estratégia para comover as pessoas e conseguir dinheiro, amigos e fama. O escritor Jan Bondeson afirma em seu livro "Os Grandes Impostores"que “a história de Kaspar Hauser tem alguns temas característicos dos contos de fadas tradicionais: o príncipe aprisionado, o ingênuo com poderes extraordinários, o órfão à procura de suas verdadeiras origens. Na literatura e nas artes, Kaspar Hauser adquiriu vida própria”.
Fontes: Paradigma da Matrix e Wikipédia
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