Saudações galera atormentada, hoje volto a publicar uma matéria da série "Histórias e Lendas brasileiras". Na verdade hoje abordaremos uma série de lendas da cidade de São Francisco do Sul, a cidade mais antiga de Santa Catarina, e uma das mais antigas do Brasil.
São Francisco do Sul é a cidade mais antiga de Santa Catarina. Colonizada por franceses, espanhóis e açorianos, sua primeira ocupação, foi feita temporariamente por espanhóis por volta de 1553. Apesar de muitos acreditarem, não existem provas de que teria sido em São Francisco do Sul um dos pontos onde em 1504 a expedição de Binot Paulmier de Gonneville teria aportado.
O Leprosário de São Francisco do Sul
Localizado na entrada do porto de São Francisco do Sul, no Balneário de Capri, encontram-se as ruínas de um antigo leprosário, que segundo registro de alguns historiadores, foi mandado construir pelo Imperador Dom Pedro II para servir de abrigo à hansenianos deportados do Rio de Janeiro e de outras regiões do litoral catarinense.
Depois da desativação do leprosário, ficou sem receber visitas por um longo período, pois os moradores tinham medo de serem contaminados com o bacilo da lepra.
O leprosos vinham para o leprosário para ficar em total isolamento, ficavam ali até serem totalmente devorados pelo bacilo.
Segundo relatos de pessoas que visitaram o local, quando se chega perto das ruínas a sensação é muito negativa, logo lhe vem na mente uma sensação de agonia. Vários Moradores locais afirmam que avistam constantemente espectros de humanos que se escondem entre os pilares do antigo depósito humano.
Há também moradores mais próximos ao local que descreveram gritos, pedidos de ajuda e lamentos, que saem de dentro das ruínas.
O cabecinha
Irrequieto, imperioso e desabusado, Domingos Francisco Francisques, mais conhecido pela alcunha de “Cabecinha”, tornou-se o terror da vila de São Francisco do Sul, principalmente depois de ter sido nomeado, além de capitão-mor, que já o era desde 1686, locotenente, sesmeiro e procurador do Marquês de Cascais.
Acusado de cometer arbitrariedades e uma série de assassinatos e malvadezas, foi condenado à morte por enforcamento em praça pública. Sua cabeça salgada e exposta até que o tempo a consumisse. Mas a sentença nunca se concretizou, pois Cabecinha ao saber da sua condenação, embrenhou-se na mata e nunca mais se teve notícias dele.
Ruína da antiga casa de Cabecinha |
Uns dos mais célebres crimes, deu-se quando um filho dele faleceu. Cabecinha queria que o corpo fosse enterrado em baixo do altar mor da matriz. Como o Vigário da Vila, o Frei Fernando, recusou-se a fazê-lo, Cabecinha mandou seus homens prenderem o vigário e lançá-lo em uma velha canoa fora da barra, com a maré vazante, provido apenas de uma porção de peixe seco.
A Lenda da Carroça sem Cavalo
Nas noites de inverno, quando o frio nevoeiro que vinha do mar descia sobre a cidade, as pessoas que moravam em uma certa rua de São Francisco, denominada hoje Rua Dez, eram acordadas nas altas horas da madrugada, com o barulho de uma inconveniente carroça.
Essa carroça se locomovia de forma tão lenta, que os moradores, já irritados, levantavam-se de suas camas para verificar o que estava acontecendo. Quando abriam as janelas de suas casas para espiar quem era o responsável por tamanho incômodo, tinham um tremendo susto. A carroça não tinha cavalo! Dentro da carroça, panelas velhas, baldes amassados, chaleiras e bules, alguns pendurados no lado de fora da carroça, eram os responsáveis pelo tremendo barulho. As pessoas escondiam-se em suas casas, assombradas com tamanha manifestação do outro mundo, esperando que a carroça e o barulho desaparecesse lá longe.
A Lenda da Escrava Maria
Nos anos em que a escravidão era a responsável pela movimentação da economia francisquense, uma escrava chamada Maria, sem entender a razão pela qual foi tirada de sua gente, e trazida a um mundo estranho onde era espancada no pelourinho, o ódio crescia em seu coração.
Maria teve um filho com um escravo da mesma fazenda, mas não queria que seu pobre filhinho tivesse o mesmo destino que ela. Ela estava decidida a fugir. Um dia, antes do sol nascer, Maria juntou as poucas coisas que tinha naquela fazenda infeliz, e com seu filho nos braços, partiu rumo a liberdade. Mas seu senhor não estava disposto a deixa-la ir em paz.
Maria estava desesperada. Para onde fugir? Avistou, ao longe, o Morro da Cruz, e partiu em sua direção. Ao pé da montanha, Maria decidiu que não daria chance ao senhor da fazenda de faze-la sofrer outra vez ou seu filho. Subiu a montanha, e lá de cima viu toda a Ilha. Uma bela visão. Abraçou seu filho com força, olhou uma vez mais ao seu redor e atirou-se no espaço vazio. Durante alguns segundos, parece que a paz reinou em sua vida, mas isso terminou no momento em que seu corpo tocou as pedras. O sofrimento acabara.
O Criador, com pena da pobre escrava, transformou-a numa linda orquídea, que floresce todas as manhãs, quando um lindo beija-flor de asas douradas, seu filho, vem beijá-la com carinho.
A Lenda da Ilha do Cação
Há muitos anos atrás, viviam dois irmãos muito unidos, que pescavam e trabalhavam na lavoura juntos. Um desses irmãos estava noivo e prestes a casar. Em uma ilha, que hoje é chamada Ilha do Cação, resolveram os dois irmãos iniciar uma nova lavoura de feijão. E obtiveram grande êxito, levando-os a dobrar a área de plantio. Numa de sua inspeções pela lavoura, encontraram uma parte destruída. Sem entender o que havia ocorrido, os dois irmãos replantaram a área e voltaram no dia seguinte. A plantação havia sido destruída novamente. Decididos a descobrir quem estava atrapalhando seu trabalho, replantaram o feijão e, escondidos, ficaram de tocaia.
A noite, uma grande lua iluminou toda a baía. O silêncio era total. De repente, ouviu-se um forte barulho vindo do mar, as águas tornaram-se revoltas. Os irmãos estavam tremendo de medo, quando viram sair do meio das águas duas enormes serpentes, que rastejaram em direção a plantação, destruindo tudo no seu caminho. Quando a luz da lua cheia bateu sobre as serpentes, uma transformação ocorreu. As serpentes foram transformadas em duas belas moças, que assustadas ao perceber a presença dos irmãos, tentaram fugir em direção ao mar. Uma delas fugiu, mas a outra foi presa por um dos jovens, que ao tocar a moça, ouviu essas palavras: "Você quebrou meu feitiço e agora me pertence!" O rapaz ficou apavorado, pois estava de casamento marcado. Mas a moça encantou o rapaz, que voltou ao continente, desfez seu noivado, e voltou para os braços de sua misteriosa amada, com quem deu início a uma família cujos descendentes foram muito influentes na sociedade francisquense.
A Lenda da Ilha Redonda
Em São Francisco do Sul há uma ilha, chamada pelos pescadores de Ilha Redonda devido ao seu formato. Conta-se que era muito piscosa, atraindo pescadores de vários locais.
Entretanto, poucos tinham a coragem de permanecer na ilha à noite, pois dominados pelo medo e o mistério que rondava a ilha ao anoitecer, lançavam suas embarcações ao mar e fugiam apavorados. Os que lá permaneciam, contavam que em noites de lua cheia, exatamente a meia-noite, quando o silêncio era quase fantasmagórico, ouvia-se a distância um solitário lenhador a abater árvores com seu machado. Meia hora depois, o "Lenhador", como passou a ser conhecido, recolhia seu machado e o silêncio tomava conta da Ilha Redonda novamente.
No dia seguinte, pela fúria com que o "Lenhador" havia trabalhado na noite anterior, todos esperavam encontrar uma grande área desmatada, mas espantavam-se, pois não havia sequer uma árvore lançada ao solo por toda a ilha. Muitos, que não acreditavam nas histórias contadas por aqueles que ouviram o furor do machado do "Lenhador", iam passar uma noite na ilha e voltavam contando que realmente, em noites de lua cheia, ouvia-se nitidamente o som do machado afiado contra as árvores.
A Lenda da Roseira
Em uma fazenda, na Ilha de São Francisco do Sul, havia uma menina muito simpática e inocente, que morava com seus tios, pois ainda jovem, seus pais haviam falecido. Eles a tratavam mal, pois a consideravam um empecilho. No caminho que levava até a fazenda havia uma roseira, que teimosamente engatava no vestido da menina, rasgando um pedaço, toda vez que ela se dirigia para a escola ou retornava para sua casa. Como aquela situação continuava a persistir, a menina, já aborrecida, resolveu queixar-se aos seus tios. Estes não deram muita importância ao fato, e mandaram-na passar longe da roseira e assim evitar o problema.
Assim a menina fez no dia seguinte. Quando estava passando a uma certa distância da roseira, qual a surpresa da menina, quando um galho atravessou seu caminho e rasgou novamente um pedaço de seu vestido. Assustada, a menina voltou apressada para a fazenda chorando, e contou o sucedido aos seus tios, que prometeram resolver o caso no dia seguinte. No outro dia, foram até o local em que se encontrava a roseira, e com um machado, cortaram a planta até a raiz.Embaixo da raiz, encontraram surpresos, um grande recipiente repleto de moedas de ouro. Com as moedas, tornaram-se grandes proprietários de terras na região, mas enviaram a menina embora sem nenhuma das moedas encontradas graças a ela.
Fontes: ClicRBS e Wikipédia
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adoro essas histórias
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