A bizarra história de 4 ilhas de quarentena

em 26/10/2015


Desde o início dos surtos da Peste Negra, até os problemas de transmissão depois da grande migração europeia, médicos de séculos passados se viram com um grande problema: como lidar com os doentes, que poderiam contaminar outras pessoas? A resposta foi macabra - isolá-los em ilhas de quarentena.

Confira aqui quatro histórias dessas ilhas bizarras:

Santa Maria de Nazaré, Itália

A Peste Bubônica chegou na Europa pelo Mediterrâneo, através de portos italianos em 1347. Oficiais de Veneza isolaram barcos de postos infectados em uma quarentena - os 40 dias inspirados no período em que Jesus ficou no deserto, sendo tentado pelo diabo. Em 1377, oficiais da cidade de Ragusa (hoje Dubrovnik), colocaram os pacientes vindos de barcos em ilhas, inspirando o pessoal de Veneza a usar a ilha de Santa Maria de Nazaré para o mesmo propósito. As pessoas também chamavam o lugar de 'lazaretto', derivado de Lázaro (personagem bíblico que Jesus teria ressuscitado). No fim do século XVI, pessoas com hanseníase (lepra) foram levadas para lá. Em 1864, a ilha foi considerada território grego - mas doentes ainda eram colocados na ilha em época de surto.


Ilha Partridge, no Canadá

Para irlandeses dos anos 1840, que estavam escapando da fome em seu país, a estatística de que apenas 3 em 10 passageiros sobreviveriam a uma jornada de barco até o Canadá era algo as er superado. Ao chegar no Canadá, os imigrantes eram levados a ilhas como a Partridge, em New Brunswick. Cerca de 15 mil irlandeses passaram uma quarentena lá, para garantir que eles não transmitiriam tifo no continente. Só depois de um século, em 1942, a ilha fecharia as portas - quando a vacina para o tifo foi criada.


Isla de Flores, no Uruguai

Em 1890, as ilhas de quarentena já haviam evoluído de medidas emergenciais para procedimentos padrão na hora da migração. Um exemplo é a Isla de Flores, que fica na costa de Montevidéu. Para você ter uma ideia de como o negócio era chato, em 1899, um barco chamado USS Newark havia aportado no Rio de Janeiro, que passava por um surto de febre amarela. Para evitar a quarentena, Joseph Taussig, vice-almirante, ordenou que a embarcação inteira fosse lavada depois de deixar o território brasileiro - mesmo assim, a tripulação ficou 24 horas sob observação.

Na Isla de Flores, oficiais inspecionavam o navio na primeira das ilhas (são três pequenas ilhas). Se alguém mostrasse sinais de doença, era levado para a segunda ilha. Se houvesse um defunto, ele ia para a terceira ilha.


Sorokdo, na Coreia do Sul

Uma das poucas ilhas de quarentena que existe até hoje, por causa de hanseníase. Apesar da cura para a popular 'lepra' ter sido encontrada há 60 anos, seu estigma ainda continua vivo em Sorokdo. Funcionando desde 1916, oficiais que mantinham a ilha obrigava os pacientes a trabalhar em campos de trabalho, os tornava estéreis e conduzia experimentos médicos neles. Hoje, pacientes podem escolher sair. Mas os sobreviventes, alguns desfigurados, acreditam ser menos traumático viver entre outros doentes do que sofrer no 'mundo lá fora'.


Fonte: Revista Galileu


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