A face mais cruel da crise migratória na Europa foi evidenciada nesta quarta-feira com uma foto marcante de uma criança encontrada morta na costa da cidade turca de Bodrum. O motivo já é conhecido. Em busca do sonho europeu, o menino estava em um barco de refugiados que afundou ao tentar chegar à ilha de Kos, na Grécia.
A imagem está sendo amplamente divulgada nas redes sociais, como símbolo do fim desastroso de alguns imigrantes que se arriscam em perigosas travessias para o continente europeu, muitas vezes fugindo de conflitos, violência, pobreza, fome e perseguição.
A hashtag #KiyiyaVuranInsanlik (humanidadelevadapelaságuas), em referência à foto, foi para o topo dos trending topics no Twitter.
A foto foi publicada em vários jornais. “Se essa imagem extraordinariamente poderosa de uma criança síria morta em uma praia não mudar a atitude da Europa com os refugiados, o que irá?”, questionava o título do britânico “The Independent”. Já o português “Público” justificou a publicação: “Vamos de forma paternalista proteger o leitor de quê? De ver uma criança morta à borda da água, com a cara na areia? Não sabemos se esta fotografia vai mudar mentalidades e ajudar a encontrar soluções. Mas hoje, no momento de decidir, acreditamos que sim.”
Ao menos 12 refugiados que viajavam em duas embarcações morreram nesta quarta-feira, entre eles cinco crianças e uma mulher. Os corpos de algumas vítimas, incluindo o de Aylan Kurdi, de 3 anos, e de seu irmão Galip, de 5, foram vistos na areia, causando angústia entre as pessoas que estavam no local. Sete pessoas foram resgatadas pela guarda costeira e duas estão desaparecidas.
Acredita-se que os passageiros sejam sírios que escapam de uma guerra civil que já matou mais de 200 mil pessoas.
A rota por mar Bodrum-Kos é relativamente curta, mas não menos perigosa. As agências humanitárias estimam que, ao longo do mês passado, pelo menos duas mil pessoas tentaram cruzar Turquia e Grécia por essa via.
A história por trás da foto do menino sírio que chocou o mundo
Aylan Kurdi, o menino refugiado sírio de três anos cujo afogamento causou consternação ao redor do mundo, tinha escapado das atrocidades do grupo autointitulado "Estado Islâmico" na Síria.
Aylan e sua família eram de Kobane, a cidade que ganhou notoriedade por ter sido palco de violentas batalhas entre militantes extremistas muçulmanos e forças curdas no início do ano.
O pai do menino, Abdullah, fugira com mulher, Rehan, e outro filho, Galip, para tentar chegar ao Canadá, onde vivem parentes da família. Isso mesmo depois autoridades do país da América do norte terem negado um pedido de asilo.
Negado
Da família, apenas Abdullah sobreviveu à tentativa de travessia de barco entre a Turquia e a Grécia, em que, além dos familiares, morreram pelo menos outras nove pessoas.
Parentes dos Kurdi no Canadá disseram à mídia canadense que o pai telefonou para informar sobre a morte das crianças e da mulher. E que desejava voltar a Kobane para enterrar a família.
Teema Kurdi, tia dos meninos que vive na cidade canadense de Vancouver, disse ao jornal National Post que vinha tentando conseguir uma travessia mais segura para os parentes. Contou que vinha financiando a estadia deles na Turquia, mas que Abdullah tinha decidido entrar como refugiado na Europa por conta da situação precária em que estariam vivendo.
Teema, que emigrou para o Canadá há mais de 20 anos, entrara com um pedido de asilo para os parentes. Mas nem mesmo o apoio de um parlamentar, que entregou a solicitação diretamente ao ministro da Imigração, Chris Alexander, sensibilizou as autoridades canadenses. O pedido foi negado em junho.
De acordo com as leis do país, refugiados podem ir para o Canadá caso tenham apoio financeiro de pelo menos cinco cidadãos do país, mas apenas candidatos que tenham oficialmente recebido status de refugiados podem fazer o pedido.
Aylan e Galip |
Fontes: Último Segundo e O Globo
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Ridículo somente agora o mundo se comover com o que está acontecendo na Síria. Será que ninguém viu as outras crianças que morreram antes desta foto ser publicada. Ninguém viu a quantidade de naufrágios que ocorreram e estão ocorrendo com os refugiados tentando ir para a Europa. Ninguém tem a capacidade de pensar que entre as varias centenas de pessoas que morreram nestes naufrágios haviam também crianças. Precisou de uma foto de um corpo na praia para "somente" comover, pois a ONU nunca fez e nunca fará nada para solucionar o problema que já ocorre a mais de quatro anos.
ResponderExcluirTem uma reportagem da BBC que conta o que uma arqueóloga brasileira ouviu na Grécia dos refugiados que chegavam: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150831_refugiados_lesbos_mdb
E outra da The Atlantic que mostra em imagens como estão as crianças sírias: http://www.theatlantic.com/photo/2015/08/syrias-children/402583/
Pois é...dias atrás saiu uma notícia a respeito de cerca de 50 corpos encontrados dentro de um caminhão na Áustria.
Excluirhttp://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150827_corpos_imigrantes_austria_fn
É grave o problema das pessoas que estão fugindo da guerra...elas acabam se sujeitando a riscos imensos e até a pessoas inescrupulosas que atuam como traficantes de seres humanos.
Eu vi, e atualizando, foram 71 corpos no total.
ExcluirE vou te mandar agora por e-mail uma imagem que circulou já há alguns anos atrás que ilustra bem o que vc diz sobre pessoas inescrupulosas.