No dia 11 de julho de 2011 um corpo em pedaços foi encontrado em um quarto de motel (algumas fontes afirmam que era uma pousada), no bairro da Guanabara, as margens da BR 316, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. O homem havia sido morto e esquartejado no dia anterior e como forma de dificultar a identificação, os criminosos levaram a cabeça da vítima e os dedos despejados na privada e encontrados depois na fossa do motel. A cabeça acabou sendo localizada em uma lixeira defronte uma revenda de veículos em Ananindeua.
Posteriormente a polícia acabou identificando a vítima como Joelson Sousa, e o caso, que chocou o estado do Pará, acabou conhecido como Caso Joelson. Convido a todos a conhecerem mais detalhes desse tenebroso assassinato que nos foi indicado pela amiga e colaboradora Nayara Mastub.
Inspirados na aranha que mata o macho após o ato sexual, a Polícia Civil denominou 'Viúva Negra' a operação desenvolvida para encontrar os assassinos de Joelson. Até chegar ao desfecho do caso as ações da polícia percorreram os municípios de Belém, Ananindeua, Santa Izabel, Novo Repartimento, Santarém, Monte Alegre e Almeirim, onde foram encontrados os supostos assassinos.
Coordenada pela Divisão de Homicídios da Diretoria de Policia Especializada da Polícia Civil, a operação teve início no dia 11 de julho, um dia após a morte da vítima.
Pegadas, marcas de sangue e impressões digitais foram os primeiros indícios dos movimentos dos assassinos. Através de um produto encontrado no quarto do motel e pelo seu código de barras, a polícia descobriu o nome de dois suspeitos, pois esses haviam comprado o produto em um supermercado. Seus nomes são: Savana Nathália e Raimundo Nonato Ferreira dos Santos.
Na residência da vítima foram encontradas anotações entre as quais constavam o nome completo da principal suspeita - Savana Nathalia Barbosa Cruz, e os números do seu CPF e RG. a vitima supostamente enviava dinheiro e bens para Nathalia.
Seis dias antes do crime, o próprio Joelson registrou na Seccional da Marambaia um Boletim de ocorrência comunicando que Raimundo Nonato ficou de transportar seus bens para Macapá. O acusado já teria feito outros fretes para a vítima. Uma cômoda, uma cama, um computador e R$ 2 mil teriam sido levados por Raimundo em uma Kombi. No entanto uma ‘esposa’ de Nonato entrou em contato por telefone com Joelson e avisou que os bens não chegaram ao seu destino, pois Raimundo teria fugido com uma amante. O boletim de ocorrência serviria como garantia pra vítima e foi encontrado no kitnet em que Savana vivia, em Santa Izabel. Através desses indícios a polícia conseguiu então estabelecer o elo entre Joelson, Raimundo e Savana.
Além das buscas na casa da vítima, outro recurso utilizado pela polícia foi o seu perfil em uma rede social na Internet. A polícia fez o levantamento de informações que pudessem relacionar a vítima aos assassinos e à sua possível localização. Através de fotos postadas em ambos os perfis virtuais, a polícia chegou à casa de Savana e ao balneário Porto de Minas, em Santa Izabel, onde ela esteve com Raimundo dias antes do assassinato.
No perfil virtual da vítima as informações de que era solteiro e que teria interesse em conhecer mulheres indicam que o relacionamento entre ele e Savana acontecia apenas virtualmente. Já no perfil de Savana, ela indicava que vivia em Itaituba e Joelson constava na sua lista de amigos. Através da foto em que a vítima aparece em frente a uma tela de computador com a foto de uma mulher ao fundo a polícia detectou a fachada do kitnet da ‘Viúva Negra’.
A certeza de que Savana era a ‘Viúva Negra’ veio quando, ao comparar o retrato falado feito com base nas descrições dos funcionários do motel e as fotos do perfil virtual a polícia constatou que a semelhança facial era de 70%. Uma mulher de pele clara, sobrancelhas e lábios finos, olhos pequenos e cabelos na altura do ombro com mechas loiras, aparentando entre 38 a 43 anos, com altura entre 1,60 e 1,65m e compleição física considerada ‘forte’. Essa era a descrição da suspeita.
Cronologia do Crime
Segundo as investigações policiais, momentos antes do crime, Savana Nathália fez uma ligação para Joelson na noite do dia 10 de julho. Na ligação, Savana marcou um encontro com o vigilante em um motel, em Ananindeua, região metropolitana de Belém.
Antes de chegar no motel, Joelson passou em uma farmácia, localizada no bairro da Marambaia, em Belém, próximo do local onde morava. O vigilante efetuou uma compra e em seguida foi para o motel encontrar a namorada.
Savana chegou no motel antes de Joelson, acompanhada de Raimundo Nonato. Os dois reservaram dois quartos no motel Colonial, 403 e 405. Em um deles, Raimundo Nonato aguardava. No outro, Joelson estava na companhia da então namorada, que mais tarde o matou.
Após o crime, Raimundo Nonato foi o primeiro a sair do motel, ele pegou um táxi na porta do local. Em seguida, Savana entrou em outro táxi e foi encontrar o comparsa no terminal rodoviário de Belém, no bairro de São Brás.
O casal, além de assassinar o vigilante, fez vários saques com os cartões de crédito de Joelson. Imagens do circuito interno de vigilância do terminal mostram ainda os dois andando abraçados. A policia conseguiu identificar uma mancha de sangue na calça de Raimundo Nonato em uma das imagens, o que provavelmente seria de Joelson.
Prisão dos Suspeitos
A dupla de assassinos acabou presa no dia 11 de Agosto de 2011. Raimundo Nonato Ferreira dos Santos, de 32 anos, foi preso em uma zona rural localizada a 30 km do município de Novo Repartimento. Já Savana Nathália Barbosa Cruz, de 25 anos, foi presa ao chegar em um porto, no município de Almerim.
De acordo com o delegado Luiz Xavier, responsável pela prisão de Raimundo Nonato, uma equipe da polícia, composta por 12 homens, estava de 'campana' no local onde o acusado estava escondido. 'Ele estava em uma área rural, afastada de Novo Repartimento. Era uma zona pesqueira', explica o delegado.
Raimundo foi preso no momento em que recebia a visita de seu irmão, Francisco Ferreira dos Santos. 'O Francisco está preso, mas ele não teve participação no crime. Ele entregava dinheiro para o Raimundo, o que ajudaria na fuga dos acusados', conta o delegado.
'Raimundo Nonato estava se preparando para fugir para o Maranhão. Ele já estava afastado de Savana há alguns dias, tudo isso para ajudar a desviar a atenção da polícia, que já havia iniciado uma perseguição pelos acusados no município de Santarém', informou o delegado Xavier.
Savana pretendia fugir para o Estado do Amapá, onde residem seus familiares. 'Ela deixou o município de Novo Repartimento no domingo (07-08-11). Nós acompanhamos a movimentação dela, mas a perdemos de vista. Foi então que tivemos a informação de que ela estava indo em uma embarcação para o município de Almerim. A partir daí, iniciamos a busca por rio, mas sempre com cautela, para que não ocorresse uma nova fuga. Então, no momento em que a embarcação atracou no porto de Almerim, uma equipe policial já estava no local aguardando a chegada dela para efetuar a prisão', explica o delegado João Bosco, também responsável pelas investigações.
Os acusados confessam o crime
As perguntas sobre os motivos que levaram um jovem casal a cometer um dos crimes mais bárbaros já ocorridos no Estado do Pará foram, enfim, respondidas. A amapaense Savana Nathália Barbosa Cruz, de 25 anos, e seu namorado, o maranhense Raimundo Nonato Ferreira dos Santos, de 33, confessaram à polícia não só a motivação, mas também detalharam como planejaram e executaram a trama para assassinar o técnico em informática (o site G1 afirma que ele era um vigilante) Joelson Ramos de Souza, 32 anos, morto com 13 facadas, decapitado e esquartejado na suíte de um motel em Ananindeua, na Zona Metropolitana da capital paraense, Belém.
Os depoimentos do casal levam a polícia a crer que um misto de traição, mentiras, ganância e ciúme formaram o triângulo amoroso que resultou na morte de Joelson. O crime foi cuidadosamente premeditado. Horas antes da barbárie, Savana e Raimundo foram até o supermercado de Shopping Center, onde compraram a faca que seria usada para matar e esquartejar a vítima, detergente para ajudar a limpar o sangue e os sacos plásticos onde colocariam os pedaços do corpo.
De posse do material, o casal entrou em um táxi e pediu ao motorista que indicasse um motel próximo e barato. O motorista sugeriu a Pousada Colonial, localizada na BR-316. Na chegada ao local, houve um pequeno entrevero com o taxista, que estranhou o fato de o casal pedir para ficar em dois quartos. “Não te mete”, retrucou, aborrecido, Raimundo Nonato. Na guarita da recepção, o casal pediu os dois apartamentos. A recepcionista solicitou uma identificação de Savana Nathália, que informou estar sem documento. A atendente então pediu ao motorista para baixar o vidro do carro, a fim de verificar se não se tratava de um menor de idade.
Já dentro do apartamento, orientada por Raimundo Nonato, Savana ligou para Joelson. O diálogo foi curto, mas insinuante: “Joelson, vem logo, não vai demorar”, disse ela ao amante. Quando a vítima chegou, depois de pagar uma corrida de mototáxi, encontrou Savana no apartamento 406, sentada na cama, aparentando nervosismo. “O que está acontecendo? Tu está nervosa…”, percebeu Joelson. Savana respondeu: “Tu não deverias estar aqui”. Ela dissimula buscar um copo de água no frigobar e aproveita para ligar para o apartamento 403, avisando Raimundo Nonato que Joelson havia chegado. Sem que Joelson perceba, ela destranca a porta do apartamento.
A partir daí, começam as divergências nos depoimentos do casal. Savana contou que estava tirando a camisa do amante quando Raimundo entrou no quarto e surpreendeu Joelson com uma facada pelas costas. O assassino põe a mão na boca da vítima, impedindo-a de gritar, enquanto a golpeia com a faca outras vezes. Já Raimundo afirma, em sua versão, que ao entrar no quarto, Savana estava fazendo sexo com Joelson na cama. Tomado por uma fúria, ao ver a namorada com o amante, o acusado então atacou o rival com mais violência que o necessário – o laudo da morte de Joelson mostra que ele foi morto com 10 golpes de faca nas costas e três no coração. Em seguida, começaram a cortar o corpo, conforme o combinado.
Outra divergência na confissão dos acusados está na participação de Savana no esquartejamento. Ela disse que, enquanto Raimundo Nonato decapitava a vítima, lhe coube a missão de cortar os dedos das mãos e dos pés, mas só teria conseguido decepar um, pois começou a vomitar. Já o comparsa sustenta que Savana foi quem se livrou das impressões digitais da vítima.
Condenação do casal de assassinos
No dia 28 de janeiro de 2015, o Júri anunciou a condenação de Savana Nathália Barbosa da Cruz e Raimundo Nonato Ferreira dos Santos, julgados pelo assassinato de Joelson Ramos. Savana Nathália foi condenada a 40 anos de reclusão em regime fechado e Raimundo Nonato foi condenado a 38 anos e 6 meses. O julgamento durou dois dias e foi realizado no salão do Tribunal do Júri do Fórum Desembargador Edgar Lassance Cunha, de Ananindeua.
Agradecimentos a amiga Nayara Mastub pela dica.
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Eu achava que essa mulher tinha mais de 30... O.o
ResponderExcluirPois é...ela ta bem acabada mesmo...
ExcluirIsso que é perder a cabeça por uma transa.
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