No dia 30 de Abril de 1912 foi inaugurada a estrada de ferro Madeira-Mamoré. Com 366 quilômetros de extensão entre Porto Velho e Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, a ferrovia foi a primeira obra de engenharia norte-americana construída fora dos Estados Unidos. Sua principal finalidade era a de transportar a borracha produzida em Rondônia e, principalmente, na Bolívia para a Europa e para os Estados Unidos. Também eram transportados produtos como juta, madeira e até peles de animais.
O auge da produção de borracha ocorreu entre 1895 e 1915. A partir deste período, o mercado da borracha amazônico e boliviano sofreu um grande golpe. Países asiáticos passaram a exportar o produto a um preço bem mais barato e com mais facilidades. Começava a decadência da estrada de ferro Madeira-Mamoré, que funcionou por 54 anos no prejuízo.
Em 1931, a rodovia passou para o governo brasileiro. Em 1966, foi desativada no governo militar de Castelo Branco. Depois, a Maria Fumaça ainda fazia passeios curtos pela rodovia. Mas desde 2000 está totalmente desativada. O ex-funcionário Lord Brown era foguista. A máquina 18 foi a última a fazer o percurso Porto Velho/Guajará-Mirim. Eram dois dias de viagem.
A Madeira-Mamoré também ficou conhecida como Ferrovia do Diabo por causa da quantidade de trabalhadores que morreram durante as obras vítimas de malária e de outras doenças. O apelido dado a estrada de ferro pode fazer alusão ao sobrenatural, mas o fato é que as mortes aconteceram principalmente por causa da malária, febre amarela, flechadas de índios, afogamento, mas o número de mortes justifica a fama de macabra da ferrovia, afinal as mortes chegaram a superar o patamar de seis mil pessoas - de várias nacionalidades - até o “final da obra”. Composições inteiras com material de trabalho, e até trabalhadores, foram tragadas pela fúria das correntezas, o terreno hostil empurrou locomotivas para o abismo.
Fama de mal assombrada
Muitas pessoas afirmam que em determinados pontos da ferrovia é possível, eventualmente, avistar fantasmas.
A ferrovia que encurtou vidas também teve história breve: apenas 60 anos. Quatro décadas depois da desativação oficial da estrada de ferro Madeira-Mamoré, o apito da Maria Fumaça ainda ecoa pela mata. Só não se sabe o destino nem a direção do trem. Ele percorre a floresta transportando lendas, crenças, imaginação. São muitos os relatos sobre um veículo que parte da estação do além: o trem fantasma.
“Eu vi o trem fantasma! Eu vi. No quilômetro cinco e meio da estrada de ferro. Uma noite, tipo assim sete horas da noite”, garante Jesuá Johnson. “A imagem nítida do trem... não dava pra ver porque era uma escuridão total... mas o farol bem próximo ao ponto da gente temer assim pela segurança”, lembra o músico.
Com a passagem comprada com a própria vida, trabalhadores do outro mundo também são vistos à espera do trem. “Existe a lenda de que os espíritos a noite. De que os enterrados no cemitério da Candelária saem e vão para a beira da linha onde passa o trem na época, pra que eles possam voltar para o local de origem”, conta a curadora Nildete Arruda.
Será que a ferrovia de fato é assombrada por aqueles que perderam a vida na sua construção, ou esse seria mais um caso em que uma história trágica é capaz de instigar o medo no imaginário popular?
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Agora os chineses querem construir uma que provavelmente sairá de Minas Gerais e terminará no Pacífico. Aqui no Brasil provavelmente não entrará muito na densa floresta amazônica, mas na Bolívia poderão ter dificuldades. Será mais uma Madeira-Mamoré?
ResponderExcluirOutro fato sobre esta ferrovia brasileira é o desperdício de dinheiro que o país está tendo não a reativando. Pois ela seria uma excelente fonte de turismo. O investimento valeria muito a pena, ainda mais com tantas estórias sobre sua criação que ajudaria e muito a atrair turistas.
Infelizmente o Brasil desde que desativou e sucateou as linhas de transporte ferroviário no pais , vem pagando um alto preço por isso , enquanto na Europa , Ásia e outros locais ao redor do mundo boa parte do transporte seja de pessoas ou grãos e produtos industrializados passa por ferrovias , no Brasil é feito o contrário , gerando despesas e impostos que poderiam ser melhor aproveitados em outros segmentos , isso é nosso país !
ResponderExcluirO BRASIL TEM QUE SER O PAIS DAS FERROVIAS!
ResponderExcluirENGº ZÉ MARIA FERROVIÁRIO. FOI UMA PENA!
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