Lá pelos anos de 1835, um trabalhador estava carpindo um campo em Margate, cidade inglesa à beira mar. Após fincar a enxada no chão, ele simplesmente desapareceu: abriu um buraco fundo e caiu em uma estrutura escura. James Newlove, diretor de uma escola próxima, ofereceu seu próprio filho, Joshua, para descer pelo buraco, com uma vela, e investigar a descoberta.
Quando voltou à superfície, Joshua contou que havia encontrado um templo 'mágico', adornado com conchas. Claro, as pessoas não acreditaram nele de imediato. Mas após o buraco ter sido alargado o suficiente para que adultos entrassem por ele, viram que o menino estava certo.
Outras fontes afirmam que: era o Sr. James Newlove que escavava o local. Segundo essa versão ele desejava construir um lago artificial em seu jardim de campo. Enquanto escavava, sua pá desapareceu em uma abertura de baixo de uma placa de pedra. Removendo essa placa ele encontrou o que parecia ser a entrada para uma caverna muito profunda que estava imersa nas trevas. Foi então que ele teve a brilhante ideia de amarrar seu filho e pendurar o garoto gruta adentro.
Exame posterior do lugar revelou que a elaborada obra demandava o uso de 4,6 milhões de conchas revestindo as paredes e estruturas construídas, de pedra. Sâo cerca 190 m² de elaborados mosaicos em um recinto que tem quase 3 metros e meio de altura e e 21 metros de comprimento.
Ali existem um altar, figuras de deuses, deusas e outras imagens, símbolos dispostos ao longo de uma passagem subterrânea sinuosa que termina em uma sala retangular (que chamada de câmara do altar).
Em 1837, a gruta foi aberta para a visitação do público - mas ainda não sabemos muita coisa sobre suas origens.
Mas quem construiu a gruta?
O que torna a gruta de Margate um mistério incomum é que não se sabe praticamente nada a respeito de sua origem. Não se sabe, por exemplo quem o construiu, quando e para qual propósito. Tudo indica que o lugar tenha sido erguido como uma espécie de Templo, mas não há qualquer pista de quais divindades eram veneradas naquelas câmaras profundas alagadas de acordo com a variação da maré. O trabalho de construir e ornamentar toda a caverna deve ter sido monumental, consumindo anos e indicando que um número considerável de pessoas esteve envolvida na tarefa.
A primeira hipótese é que algum ricaço local teria construído a gruta por volta de 1700 - estruturas do tipo não são raras na Europa. Alguém rico poderia ter feito um 'mochilão', conhecido capelas decoradas com conchas e adaptado a criação. Porém a gruta não ficava dentro de um terreno com proprietário fixo e, se tivesse sido construída em 1700, em 1835 as pessoas lembrariam da sua construção através de boatos locais. Histórias seriam contadas. Não era o caso.
Também foi suposto que poderia ser o esconderijo de contrabandistas - mas não há uma rota de fuga da gruta e, honestamente, que criminoso passaria seu tempo decorando um depósito?
Uma das hipóteses mais recentes afirma que os construtores do local teriam sido os cavaleiros templários. Eles poderiam ter construído o local lá por 1100. Os ângulos e a forma com que o sol é projetado pelo domo indicariam a influência. Mas, ainda assim, não há provas conclusivas.
Oitenta por cento das conchas nas paredes são típicas da costa britânica, as outras parecem ter vindo de longe - algumas são típicas da Costa da França e Irlanda e foram colocadas em lugares de destaque como para evidenciar o fato delas terem sido trazidas de regiões distantes. Estudiosos afirmam que na câmara maior existem conchas cor de rosa que são típicas do Caribe e outras que só podem ser encontradas no litoral de Cuba. O fato seria apenas curioso se muitos não tivessem atribuído a construção da gruta a homens pré-históricos ou a pescadores anteriores ao período de ocupação romana nas Ilhas Britânicas, ou seja muitos séculos antes dos primeiros navegadores chegarem a América.
Outra possibilidade, levantada por pesquisadores é que a caverna tenha sido construída por Fenícios. Esse povo que habitava as regiões que hoje conhecemos como Síria e Líbano tiveram seu apogeu entre 1500 e 400 antes de Cristo. Sabemos que os Fenícios eram excelentes navegadores e responsáveis pela criação de um alfabeto complexo. Entretanto, a cidade de Margate se localiza no ponto mais distante de Kent uma região que na época dos Fenícios dificilmente poderia ser atingida através da costa. Além disso, nenhum dos padrões remete a divindades cultuadas por esse povo.
Por que não fazer uma datação de carbono? Muitas conchas precisariam ser removidas, para garantir que são analisadas aquelas da construção original e não aquelas que foram colocadas após inúmeras restaurações.
Fontes: Revista Galileu, Sofá da Sala Notícias e Mundo Tentacular
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Bonito até demais para estar assim escondido neah...
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