Peter Plogojowitz: O vampiro sérvio

em 08/05/2018


Nos primórdios do blog Noite Sinistra havia uma série que falava sobre espécies de vampiros. Nessa série podia-se conferir diferentes histórias e lendas ao redor do mundo sobre diferentes tipos de vampiros, o que prova que a crença nessas criaturas é muito antiga (até os Maias acreditavam em vampiros). Hoje falaremos de um homem considerado por muitos um vampiro, trata-se de Peter Plogowitz, que nasceu na sérvia no ano de 1666.

Peter Plogojowitz era um fazendeiro sérvio que ganhou fama de ter se tornado vampiro. Esse foi uma das primeiras e mais bem documentados casos da história vampirística, havendo inclusive um inquérito do Exército em Belgrado a respeito do assunto.


Morador da vila de Kisilova (Kisiljevo nos dias de hoje), Peter era um homem comum e acima de qualquer suspeita. Ele era um trabalhador respeitado por todos na vizinhança, e nada de errado parecia despontar em sua vida.

Apesar de gozar de boa aparência e ótima saúde, no ano de 1728 Peter Plogojowitz repentinamente adoeceu, vindo a falecer após alguns dias aos 62 anos de idade. Porém o mais estranho estava por vir.


Três dias após a seu enterro, em uma noite escura, Peter resolveu sair do túmulo e voltar para casa. Enquanto ele estava vasculhando a cozinha de casa foi surpreendido pelo seu filho, que havia acordado por conta do barulho e se pôs a investigar. Ao se deparar com Peter na cozinha seu filho ficou em estado de choque. Plogojowitz pediu por comida, e o filho prontamente serviu ao pai recentemente falecido uma refeição. Assim que terminou de comer Peter saiu da casa e aparentemente retornou ao seu túmulo, ignorando as perguntas feitas por seu filho.


No dia seguinte o filho de Peter contou aos vizinhos a assustadora história que acontecera na noite anterior. Mesmo muito assustado ele decidiu esperar pelo pai na noite seguinte, imaginando que o mesmo voltaria a aparecer, porém naquela noite ninguém apareceu. No entanto na noite seguinte lá estava Peter a pedir comida novamente, mas dessas vez seu filho não lhe deu comida, alegando que primeiro queria algumas explicações. Contrariado Peter foi embora, mas antes de sair ele deu a seu filho um olhar agressivo e assustador segundo os relatos do filho aos vizinhos na manhã seguinte. Mais tarde naquele mesmo dia o filho de Peter seria encontrado morte.

Restos do antigo cemitério do vilarejo (fonte)
A morte do filho de Peter foi a primeira de seis mortes na aldeia, todas ocorridas em circunstâncias parecidas – todas as vítimas pareciam esgotadas fisicamente e tiveram uma grande perda de sangue. Outro ponto em comum entre as vítimas foi o relato de que teriam avistado uma figura sombria que lembrava Peter Plogojowitz. Essas aparições geralmente se davam nos sonhos das pessoas, onde Peter aparecia agarrando as vitimas pelo pescoço. Esses sonhos aconteciam poucos dias antes das pessoas serem mortas.

Outro antigo tumulo de Kislova (fonte)
Os magistrados locais determinados a botar um fim nessa onda de crimes, antes que eclodisse uma verdadeira histeria entre os aldeões, entraram em contato com o comandante da tropa do exercito na localidade, pedindo a ele que conduzisse investigações. O comandante chegou a Kislova trazendo consigo dois oficiais. O grupo decidiu iniciar as investigações a partir da exumação do cadáver de Peter Plogojowitz, e de todos aqueles que haviam morrido depois que Peter faleceu. Ao abrir a sepultura de Peter Plogojowitz, os investigadores encontraram o corpo em ótimo estado de conservação. Ele apresentava as cores comuns aos cadáveres, mas não parecia estar se decompondo.

No relatório chegou-se a afirmar que o indivíduo parecia estar respirando muito suavemente, quase de maneira imperceptível. Os olhos do “morto” estavam abertos e os investigadores por várias vezes tiveram a impressão de que estavam sendo observados pelo morto enquanto conduziam a sua investigação. Outro aspecto que chamou a atenção do grupo liderado pelo comandante do exército foi que algumas feridas encontradas no corpo de Peter Plogojowitz, pareciam estar cicatrizando, uma vez que pareciam estar envoltas em pele recentemente crescida e cheias de “casquinhas”. Mas o mais aterrador seria o seguinte: parecia estar saindo sangue fresco da boca do alegado vampiro.

Esses fatos levaram o comandante e seus assistentes a concluir que de fato Peter Plogojowitz era um vampiro, e que ele estava envolvido nas mortes das últimas semanas.

Representação da exumação de Peter Plogojowitz
De acordo com as histórias e lendas de vampiros (na Sérvia existem várias história de vampiros, clique AQUI para conhecer uma delas), uma estaca de madeira teria que ser usada para perfurar o coração do cadáver. Os oficiais seguiram a lenda e realizaram o procedimento, e de acordo com o relatório, assim que a estaca perfurou o corpo de Peter Plogojowitz, grande quantidades de sangue fresco jorraram pelo ferimento. O corpo foi posteriormente queimado em uma fogueira.

Os corpos das vitimas foram exumados a exemplo do que houve com Peter, mas não houve qualquer constatação ou suspeita de que algumas delas pudesse ter sido vampirizada.

Voltando a Belgrado, o comandante e seus oficiais concluíram o relatório, no qual afirmavam que Peter Plogojowitz de fato havia se tornado um vampiro, e que ele havia sido responsável pelas mortes acontecidas em Kislova. O relatório acabou sendo publicado pelo Wienerisches Diarium, um jornal de Viena, hoje conhecido como Die Wiener Zeitung. Essa publicação tornou a história muito conhecida na Alemanha, França e Inglaterra.

O envolvimento de oficiais do exército sérvio no processo de investigação e a conclusão do processo dão a esse caso um status todo particular, sendo responsável por colocar a Europa Oriental e Central como o centro das atividades vampirescas.

Fonte: Unmyst3

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