Hoje voltamos a contar com a participação da nossa amiga Maria Reis (@bicurious_), na elaboração de uma postagem aqui no blog Noite Sinistra. Dessa vez a amiga Maria nos sugeriu um texto que falasse do caso de abdução que envolveu Linda Cortille Napolitano, evento que acabou conhecido como "Caso Linda Napolitano".
Linda Cortile Napolitano alega ter sido abduzida por extraterrestres quando estava em seu apartamento, situado no lado leste de Manhattan (Nova York), em novembro de 1989. Segundo o relato da vítima três pessoas que estavam em um carro a dois quarteirões do apartamento de Linda teriam testemunhado o episódio de abdução. Segundo a vítima essas testemunhas puderam observar ela na presença de seres estranhos, envolvidos por uma luz azul e branca, flutuando para fora da janela do seu apartamento, no décimo segundo andar do prédio.
O caso Linda Napolitano gerou enorme interesse e atraiu a atenção internacional, tendo sido alvo de noticiário e artigos no Wall Street Journal (Jefferson, 1992), Omni (Baskin, 1992), Paris Match (De Brosses, 1992), The New York Times (Sontag, 1992), e no programa de televisão ''Inside Edition'', onde Hopkins e Napolitano apareceram juntos falando do caso. O Jornal do Mufon chamou-o de "A Abdução do Século" (Stacy, 1992, p. 9). Enfim, a cobertura se deu não apenas na imprensa ufológica, mas em geral.
Segundo Budd, o relato de Linda teria sido testemunhado por uma pessoa de grande importância e de índole incontestável, porém a mesma teria preferido manter a sua identidade em segredo, abstendo-se de se envolver com declarações públicas sobre o assunto. Mais tarde Budd chegaria a afirmar que essa testemunha chave era o secretário geral das Nações Unidas - Javier Perez de Cuellar. Outra testemunha teria sido uma mulher que estava na ponte do Brooklyn quando observou o suposto sequestro extraterrestre, confirmando a presença de luzes estranhas e “corpos flutuando”.
Um fato curioso é de um exame de raio-X realizado na região do nariz de Linda Napolitano constatou a presença de um corpo estranho, que foi chamado de implante. A revista técnica ''Advance'', destinada a radiologistas, levou adiante um debate sobre o implante nasal de Linda (Hatfield, 1992).
O envolvimento de Budd Hopkins
Como já foi mencionado acima, Budd Hopkins era um importante ufólogo no EUA. Além de participar de palestras e eventos ufológicos, ele era responsável por reuniões onde pessoas que alegavam terem sido abduzidas contavam os seus casos a especialistas da área e a outras pessoas que também passaram por esse tipo de experiência.
Em abril de 1989 Hopkins recebeu uma carta de Linda Napolitano, que morava em New York City. Linda escreveu dizendo que tinha começado a ler o seu livro "Intruders" e lembrou-se de que há 13 anos tinha percebido um inchaço no nariz. Examinada por um médico, este teimou que ela tinha feito uma cirurgia nasal. Linda replicou que nunca tinha feito tal cirurgia, e até perguntou à mãe, que confirmou isso.
Hopkins interessou-se pelo caso porque havia uma possibilidade de evidência médica e porque Linda morava relativamente perto dele, o que facilitaria seus encontros. Linda visitou Hopkins e discutiu com ele suas experiências passadas. Ela se lembrou de alguns eventos pertinentes em sua vida, mas acreditava que não estava mais envolvida com qualquer fenômeno de abdução. Linda, então, começou a frequentar as reuniões do grupo de apoio de Hopkins a abduzidos.
Em 30 de novembro de 1989, Linda chamou Hopkins e relatou que tinha sido abduzida nas primeiras horas da manhã daquele dia, e deu alguns detalhes. Alguns dias depois foi submetida a hipnose regressiva e lembrou-se que tinha flutuado janela afora do seu apartamento no 12° andar e subido num raio de luz branco-azulada para dentro de uma nave que pairava sobre o edifício.
Testemunhas
Mais de um ano depois (fevereiro de 1991), Hopkins recebeu uma carta assinada só com os nomes Richard e Dan.
A carta afirmava que os dois eram policiais e que estavam num carro embaixo de um viaduto na FDR Drive entre 3 e 3 e meia da manhã no final de novembro de 1989. Sobre um alto edifício de apartamentos eles viram um grande objeto brilhante de cor laranja-avermelhado com luzes verdes ao redor da borda. E viram uma mulher e várias figuras estranhas saírem flutuando por uma janela e subir na direção do objeto. Richard e Dan disseram que tinham encontrado o nome de Hopkins e resolveram escrever a ele.
E continuando disseram que estavam extremamente preocupados com o bem estar da mulher, queriam localizá-la , falar com ela e se assegurarem que ela estava viva e em segurança. Também mencionaram que podiam identificar o edifício e a janela pela qual ela saiu.
Ao receber a carta, Hopkins imediatamente chamou Linda e disse-lhe que ela deveria esperar uma visita dos dois policiais. Alguns dias depois, Linda telefonou a Hopkins para dizer que tinha sido visitada por Richard e Dan. Quando bateram à sua porta e se apresentaram como oficiais de polícia ela não ficou muito surpresa porque a polícia vinha frequentemente ao seu edifício procurando testemunhas de crimes.
Mesmo avisada por Hopkins ela não esperava que Richard e Dan realmente aparecessem. Quando eles chegaram e entraram no seu apartamento mostraram visíveis sinais de alívio por ela estar viva. Entretanto, Richard e Dan não estavam muito inclinados a se encontrar ou falar com Hopkins, a despeito do fato de já terem escrito a ele e apesar da solicitação de Linda para que fizessem isso. Richard, então, perguntou a Linda se estaria bem se eles escrevessem um depoimento e o gravassem numa fita.
Ela concordou e duas semanas depois Hopkins recebeu uma gravação em fita de Richard descrevendo a experiência.
Algum tempo depois, Hopkins recebeu uma carta de Dan com um pouco mais de informações. A carta dizia que Richard tinha tirado uma licença porque o contato imediato tinha sido emocionalmente muito traumático.
Dan também mencionou que Richard observava Linda secretamente (esta informação é da apresentação oral de Hopkins no simpósio do Mufon, em 1992, em Albuquerque. Na conferência de Portsmouth, New Hampshire, Hopkins disse que tinha recebido uma carta de Richard contando que Dan fora forçado a tirar licença. Não está claro se Hopkins trocou os nomes ou se os dois indivíduos tiraram licença).
Hopkins recebeu outra carta de Dan a qual dizia que ele e Richard não eram na verdade oficiais de polícia, mas oficiais de segurança que tinham acompanhado uma pessoa muito importante (VIP) a um heliporto de Manhattan quando ocorreu o avistamento. A carta dizia também que o carro deles tinha enguiçado e Richard o empurrara até debaixo do viaduto. Segundo Dan, o VIP também tinha testemunhado a abdução, fato esse que acabou deixando o mesmo histérico.
Não há qualquer evidência concreta de que Richard e Dan de fato fossem pessoas reais, apenas os relatos de Linda e Budd. Algumas pessoas acreditam que o caso de Linda Napolitano é apenas uma história inventada por ela e por Budd Hopkins. Essas pessoas afirmam que Richard e Dan, assim como a suposta carta escrita por eles, seriam apenas mais um elemento na trama criada pela dupla.
Sequestro de Linda
Linda disse que em abril de 1991 ela encontrou Richard na rua perto do seu apartamento. Foi convidada a entrar no carro que Dan estava dirigindo, mas recusou. Richard a agarrou e forçou-a, com alguma luta, a entrar no veículo. Ele dirigiu por 3 horas e meia, interrogando-a sobre os alienígenas e se ela trabalhava para o governo.
Linda foi obrigada a tirar os sapatos e teve os dedos do pé examinados para ver se ela era uma ET (disseram depois a ela que os alienígenas não têm dedos no pé). Ela também lembrou-se de outro carro envolvido no sequestro e sob hipnose recordou a placa desse carro como também de parte da licença do carro no qual ela esteve. Hopkins disse que as licenças eram de certas "agências" (e não deu maiores detalhes).
No simpósio do Mufon, perguntaram a Linda se ela comunicou o sequestro à polícia, ao que ela respondeu que não, pois o sequestro era legal porque se tratava de segurança nacional.
Em outubro de 1991 Linda voltou a relatar um encontro entre ela e a dupla Richard e Dan. Nesse relato ela teria sido levada por Dan a uma casa na praia em Long Island. Lá Dan teria obrigado ela a vestir uma camisola branca semelhante a que ela vestia no dia que foi abduzida de seu apartamento. Dan estaria falando coisas incoerentes e chamava ela de “Dama das Areias”. Linda acabou fugindo da casa, correndo para a praia, porém Dan conseguiu alcançá-la, rendendo-a. Ele teria forçado Linda mergulhar repetidamente na água, o que levou Linda a pensar que seria morta.
Então, uma "força" atingiu Dan e derrubou-o de costas na praia. Ela continuou a correr, mas Richard subitamente apareceu a seu lado como se saísse do nada. Ele fez com que ela parasse e a convenceu a voltar à casa de praia dizendo que iria controlar Dan, fazendo-o beber um Mickey Finn (bebida alcoólica com narcótico disfarçado).
Ela concordou e, uma vez na casa, Richard colocou Dan debaixo do chuveiro para tirar o lodo e areia da praia. Isto deu a Linda uma chance de pegar suas coisas; assim ela descobriu uns papéis com o timbre da Central Intelligence Agency (CIA).
O terceiro Homem
Richard e Dan mencionam em determinado momento que trabalhavam como escolta de um homem importante. Hopkins acabou recebendo uma carta do "terceiro homem" (o VIP). A carta terminava com uma advertência a Hopkins para que ele parasse de procurar o "terceiro homem" porque isso poderia causar danos à paz mundial.
Na conferência de Portsmouth, New Hampshire, Hopkins falou sobre o terceiro homem, dizendo: "Estou fazendo o que posso para mexer com os brios dessa pessoa e fazê-la se apresentar". Linda e Hopkins acreditavam que esse terceiro homem seria Javier Perez de Cuellar, então Secretário Geral das Nações Unidas.
A Testemunha da Ponte do Brooklyn
No verão de 1991, um ano e meio depois da abdução, Hopkins recebeu uma carta de uma mulher, uma telefonista aposentada de Putnam County, New York (Hopkins deu a ela o pseudônimo de Janet Kimble). Ele nem se deu ao trabalho de abrir a carta. Mas em novembro de 1991 recebeu outra carta dela, com o seguinte texto no envelope: "CONFIDENCIAL, ASSUNTO: PONTE DO BROOKLYN".
Esse estranho envelope e o fato dela escrever duas cartas não pareceu levantar nenhuma suspeita em Hopkins. A mulher, viúva, de aproximadamente 60 anos, contava que vinha dirigindo na Ponte do Brooklyn às 3h16 da madrugada do dia 30 de novembro de 1989, quando o carro parou e as luzes se apagaram. Pairando sobre um edifício havia um objeto brilhante, cuja luz era tão forte que ela teve que proteger os olhos, embora estivesse a uma distância de 400 metros.
Mesmo assim, ela conseguiu ver quatro figuras em posição fetal emergindo de uma janela. As figuras se endireitaram simultaneamente e então se dirigiram para a nave, onde entraram. A sra. Kimble ficou bastante assustada com o evento e as pessoas nos carros atrás dela "corriam ao redor dos carros com as mãos na cabeça gritando de horror e incredulidade" (citado em Hopkins, 1992d, p. 7). Ela afirmou: "Nunca mais voltei a Nova York depois do que vi e nunca mais voltarei por nenhum motivo" (Hopkins, 1992d, p. 5).
Apesar do intenso medo e toda a comoção, ela teve a presença de espírito de remexer na bolsa, tirar o isqueiro, acendê-lo e olhar no relógio para saber a hora.
Hopkins entrevistou essa mulher pessoalmente e por telefone. Ela disse que pegou o nome dele numa livraria, telefonou para o número de informações em Manhattan e depois procurou o endereço na lista Manhattan White Pages. Disse também que ficou um pouco relutante em falar do incidente e que só tinha contado isso ao filho, filha, irmã e cunhado.
A radiografia do nariz
Em novembro de 1991, um médico, o qual Hopkins descreve como "intimamente ligado a Linda", fez-lhe uma radiografia da cabeça porque ela sabia do implante no nariz e frequentemente falava do problema. A chapa não foi revelada imediatamente.
Alguns dias depois o médico a trouxe para Linda, mas muito nervoso, sem querer discutir o assunto. Linda levou a chapa para Hopkins, que a mostrou a um amigo neurocirurgião. Este ficou aturdido; um objeto claramente não natural podia ser visto na área nasal. Hopkins mostrou nas suas apresentações um slide dessa chapa, onde até um leigo pode ver o implante. O objeto tinha uma haste de ± 0,63 cm de comprimento trazendo nas duas pontas fios trançados.
Outros aspectos estranhos para esse caso
Em uma entrevista Linda chegou a afirmar que em uma seção de hipnose reconheceu Dan. Segundo ela, nessa seção, seu subconsciente revelou que ela e Dan haviam sido abduzidos juntos em outra ocasião. Durante a abdução eles haviam se comunicado. Ela também afirmou que aparentemente conhecia Richard antes dos eventos de 1989, o que levou Linda a acreditar que ela era vigiado por Richard e Dan.
Linda ainda afirma que um médico a informara que suas células vermelhas não morriam, rejuvenesciam. Ela se perguntava se isso era alguma influência alienígena; algum tempo depois tentou encontrar esse médico, mas não conseguiu. Linda parecia agora acreditar que ela era parte alienígena ou de algum modo teria trabalhado com eles. E também nos disse que tinha um acordo com Budd Hopkins para dividir meio a meio os lucros de um livro sobre o caso.
Seria o caso uma farsa?
Muitas pessoas, algumas delas até membros da comunidade ufológica, acreditam que o caso de Linda Napolitano seja uma farsa criada por ela e Budd Hopkins. Um livro é apontado como chave para provar a farsa de Linda e Hopkins: "Nighteyes" (Olhos da Noite), de Garfield Reeves-Stevens. Este trabalho foi publicado inicialmente em abril de 1989, alguns meses antes de Linda queixar-se de que tinha sido abduzida no seu apartamento.
As experiências relatadas por Linda parecem ser uma composição das vividas pelos dois personagens em "Nighteyes": Sarah e Wendy. As semelhanças são impactantes; algumas estão listadas abaixo. Nem nos incomodamos em incluir as similaridades comumente relatadas em abduções (p.ex., implantes, exames corporais, toques, sondas etc.). Os paralelos são suficientemente numerosos para nos levar a suspeitar de que a novela serviu de base para a história de Linda. Queremos enfatizar que as semelhanças são com os elementos discretos do caso e não com a história em si.
* Linda foi abduzida para dentro de um ufo que pairava sobre o alto edifício onde ela morava em Nova York.
- Sarah foi abduzida para dentro de um ufo que pairava sobre o alto edifício onde ela morava em Nova York.
* Dan e Richard inicialmente afirmaram que tinham estado numa "campana" [vigilância policial] e se envolveram numa abdução durante a madrugada.
- De madrugada, em "Nighteyes", dois agentes do governo estavam de "campana" e se envolveram com uma abdução durante a madrugada.
* Linda foi raptada e atirada dentro de um carro por Richard e Dan.
- Wendy foi raptada e atirada dentro de uma van por Derek e Merril.
* Linda alegou que esteve sob vigilância de alguém dentro de uma van.
- Vans eram usadas para vigilância em "Nighteyes".
* Dan é uma agente de segurança e da inteligência.
- Derek era um agente do FBI.
* Dan foi hospitalizado por trauma emocional.
- Um dos agente do governo em "Nighteyes" foi hospitalizado por trauma emocional.
* Durante o rapto Dan levou Linda para uma casa segura.
- Durante o rapto Derek levou Wendy para uma casa segura.
* A casa era na praia.
- Em "Nighteyes", uma casa era na praia.
* Antes desse sequestro, Linda falou com Budd Hopkins sobre a abdução.
- Antes do sequestro, Wendy falou com Charles Edward Starr sobre a abdução.
* Budd Hopkins é um renomado pesquisador de abduções por ufos morando em Nova York e autor de livros sobre o assunto.
- Charles Edward Starr era um renomado pesquisador de abduções por ufos morando em Nova York e autor de livros sobre o assunto.
* Linda e Dan foram abduzidos ao mesmo tempo e se comunicaram durante o evento.
- Wendy e Derek foram abduzidos ao mesmo tempo e se comunicaram durante o evento.
* Linda achou que "conhecia" Richard anteriormente.
- Wendy "conhecia" Derek anteriormente.
* Dan expressou um interesse romântico em Linda.
- Derek envolveu-se romanticamente com Wendy.
* Dan e Richard sentiram fortes vibrações durante o avistamento.
- Durante o pouso do ufo em "Nighteyes" houve muita vibração.
Fontes: Fenomenum e Corneta Diário
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Bela dica Maria Reis!
ResponderExcluirAgora fica a dúvida se é verdade ou não.
Uma coisa que me deixou curioso é o que uma senhora de 60 anos está fazendo dirigindo de madrugada em Nova York e numa época que a criminalidade era altíssima.
Caso interessante mas muito provavelmente uma farsa.
ResponderExcluirA velha maneira de enganar e fazer um dinheirinho...
As semelhanças com o livro são um tiro no pé.
Achei um caso interessante, mas concordo com o amigo acima.
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