Saudações amigos e amigas, hoje voltamos a falar de um assunto relacionado com a série “História e Lendas brasileiras”. O tema de hoje é uma cidade perdida de Ingrejil, localizada no interior do estado da Bahia. Essa cidade de pedra é um reduto esquecido pelo tempo, que pode trazer importantes revelações a respeito dos povos que habitaram as terras brasileiras a muitos séculos antes da chegada dos portugueses.
Descoberto em 1984, pelo arqueólogo italiano Gabriele Dannuzio Baraldi em cooperação com os arqueólogos Aurélio Abreu e Luís G. Moreira Júnior, o sítio arqueológico chamado de "cidade perdida de Ingrejil" na serra das almas, região da chapada diamantina, conserva vestígios de uma suposta antiga civilização que habitou o Brasil em uma época remota.
Sendo localizada na Serra das Almas, no município de Livramento de Nossa Senhora - BA, em meio à Chapada Diamantina, a Cidade Perdida de Ingrejil tem como primeira visão um grande paredão de pedras com destaque para uma formação denominada de Portal das Almas, acima deste existe uma grande rocha denominada Parabólica, que recebe este nome devido a sua semelhança com uma antena de TV, a qual fica equilibrada em um estreito pedestal de pedra. Logo após esta, se tem a visão de um imenso campo plano de gerais, cercado de morros e serras e com algumas rochas emergidas em meio à vegetação. A partir de Ingrejil, pode-se caminhar pelos campos gerais e subir um morro que faz parte da serra e chegar a uma linha (veia) de ferro que passa pela região, local onde predomina grandes agulhas de pedra, bastante comuns nos locais mais altos desta serra, de alguns pontos desta subida pode-se ter inclusive vistas para a cidade de Livramento de um lado e do povoado de Santa Rosa em Érico Cardoso do outro.
No local podem ser vistos alinhamentos de pedra, terrenos aplainados, pedras encaixadas e polidas, o que sugere a presença de povos megalíticos em Ingrejil. Aliás, o interior da Bahia está repleto de monumentos curiosos que vem despertando o interesse de estudiosos do Brasil pré-colombiano. No município se Santa Sé, o pesquisador Renato Luiz Bandeira descobriu um monumento rochoso que lembra uma pirâmide (foto abaixo).
Baraldi explica como chegou a descobrir o local: "Em Ica, no museu do professor Cabrera existe uma pedra com algo curioso gravado: o Mapa Mundi. Mostra a Antártida sem gelo, a Atlântida e o continente Um, chamado Lemuria. A outra face da pedra mostra a África unida a Europa, até os Urais, e Madagascar unida com a África. Na América do Sul apareciam varias “cidades perdidas”. Uma delas é a de Ingrejil, que, em 1984, descobri no interior do Estado da Bahia, aqui no Brasil."
Gabriele Dannuzio Baraldi |
Segundo o historiador Yuri Leveratto, na antiguidade, várias etnias da América do sul preferiam viver em lugares altos, nas montanhas, em vez de ocupar as planícies, pois perto das montanhas pode-se encontrar fontes de água pura, ou por motivos de defesa, já que é mais difícil para um grupo rival atacar uma cidadela localizada nas alturas, ainda mais quando o acesso á essa cidadela é um caminho estreito perto dos abismos. Outra razão importante seria a questão espiritual, pois a maioria desses povos sul-americanos venerava o Sol, a Lua e as Estrelas como Deuses, logo ocupar as regiões altas colocariam esses povos mais perto de seus Deuses.
Yuri Leveratto durante visita ao local |
Leveratto afirma que o povo que viveu em Ingrejil vivia provavelmente da agricultura, mas também da caça efetuada no vale onde hoje surge Itaguassú, o qual, em um tempo, teve abundância de animais.
Segundo o investigador Baraldi, quem em algumas campanhas de escavação descobriu as fundações de um muro (feito que foi documentado pela rede Globo de televisão), os antigos megalíticos viveram em Ingrejil ao redor de 2000 a.C. Yuri Leveratto acredita que a cidade possa ser mais antiga, e alega que ela poderia datar de mais de 1000 a.C.
O certo é que esse é mais um sítio arqueológico brasileiro que deveria ser melhor estudado e investigado, ao invés de ser considerado como apenas um monte de pedras empilhadas.
Não é de hoje que abordo matérias a respeito de lendas, documentos e achados a respeito de antigas cidades no interior da região nordeste do Brasil. Essa minha insistência no assunto, e a grande quantidade de “linkagens” que faço nessas postagens, certamente incomoda alguns leitores que não são tão apaixonados pelo tema, mas eu estou insistindo no tema por um motivo simples: diluir as coincidências.
Quando é publicado um texto sobre uma determinada formação rochosa curiosa, como por exemplo: pedras empilhadas e alinhadas, ou pedras com formas curiosas e bizarras, geralmente é levantada a hipótese de que tal formação possa ser um vestígio da presença de algum antigo povo desconhecido, ou que isso seja o indício de que o Brasil foi visitado por alguma antiga civilização (as mais citadas são civilizações pré - colombianas e da Mesopotâmia). Esses assuntos, quando analisados separadamente, geram grande desconfiança naqueles mais céticos, que geralmente usam o argumento de que tais formações são de fato oriundas da ação da natureza, mesmo que estejamos falando de um muro de pedra formado por pedras planas cuidadosamente empilhadas, ou que isso tudo seja apenas obra da casualidade.
O ponto chave é o seguinte: a grande recorrência de tais formações em diferentes partes do nordeste e note, provam que não podemos considerar tais sítios arqueológicos separadamente. Cada um deles é uma parte do quebra cabeça que é a história brasileira antiga.
Fontes: Yuri Leveratto e Manoa Expedições
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Os céticos são como os evangélicos: ou não acreditam, dando qualquer desculpa para uma situação, ou acreditam que tudo tenha uma resposta só.
ResponderExcluirAprendam uma coisa: devemos trabalhar com todas as possibilidades e ir buscar a resposta daquilo e tentar se possível buscar a resposta. Imagina se Charles Darwin achasse que as tartarugas de Galápagos fosse uma casualidade ou se Newton pensasse que o fruto caiu da árvore por que Deus quis?
Céticos, agradeçam a curiosidade e a insistência de milhares de pessoas para que hoje você se locomovam com veículos e utilizem a internet.
Uma das muitas coisas que admiro na história e na arqueologia é que em ambas as áreas poucas coisas são imutáveis. A história é um grande quebra-cabeça...olhando de um modo geral conseguimos vislumbrar a maior parte dos eventos, mas sempre existem algumas peças faltando que ocultam alguns detalhes, e investigar esses detalhes é interessante.
ExcluirAs pedras mostradas na figura no texto acima são provas disso: elas podem ser peças desse quebra cabeça ou apenas ser mais uma formação rochosa que por coincidência se parecem com ruínas. Só que se ninguém investigar o assunto a fundo, nunca teremos resposta alguma.
De qualquer maneira, afirmar que as peças de pedra são ações naturais apenas, cabe uma investigação antes de afirmar o que é. Mas os céticos são tudo: arqueólogos, físicos, químicos, historiadores e etc
ExcluirExato manolo...existem setores conservadores (céticos) dentro do meio científico...é isso que mais incomoda...
ExcluirAinda bem que existem céticos. Acreditar em tudo cegamente revela ignorancia e falta de objetividade. Tem gente que vê um amontoado de pedra e já possui a capacidade de formular teoria estapafúrdias que mais parecem estórias em quadrinhos.
ResponderExcluircomo sempre...mais uma boa matéria
ResponderExcluirExcelente matéria!
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