Saudações galera atormentada...Hoje daremos continuidade a série que trata de “Histórias e lendas brasileiras”, onde os amigos e amigas estão convidados a participar, enviando qualquer história curiosa da região em que vocês moram. O texto de hoje foi enviado ao blog pelo amigo Feliphe Lyon que mora em Belém – Pará. A história compartilhada pelo amigo Feliphe foi contada a ele pela sua avó, e se passa por volta dos anos de 1930 e 1940.
Eu e o amigo Feliphe falhamos em tentar encontrar na internet um relato semelhante ao que a avó do nosso colaborador contou a ele, mas talvez algum outro leitor ou leitora do blog residente na cidade de Belém, talvez possa conhecer esse causo. Caso algum de vocês conheça esse relato, ou alguma variação dele, sinta-se convidado a participar via comentários e deixar o seu relato.
Chica era empregada doméstica na casa de um desembargador, o casarão se localizava em frente à Praça Batista Campos (fica no centro de Belém, no bairro Batista Campos). Como tantas outras pessoas na época, Chica era uma mulher muito religiosa, e costumava ir à missa que era celebrada na capela do cemitério da Soledade (nessa época ainda eram realizadas missas dominicais lá, hoje ele se encontra abandonado).
Certo domingo após um longo dia de trabalho e uma noite de sono pesado, Chica acordou sobressaltada e crente que tinha perdido a missa das 6 horas. Arrumou-se depressa e saiu rumo à capela sem olhar no relógio da sala da casa de seus patrões. Como sua condição não permitia que apanhasse um taxi, a doméstica ia sempre a pé. Tal era a pressa que Chica nem estranhou o estado desértico em que se encontrava a rua naquele dia.
Chegando ao cemitério Chica logo concluiu que realmente perdera a hora, afinal a capela estava lotada, quase não havia assentos disponíveis, porém Chica encontrou um no ultimo banco. Após fazer suas preces penitenciais Chica notou que o padre não estava no altar. Não havia ninguém no altar, ao olhar ao seu redor notou que todos seguravam velas em suas mãos, alguns ate portavam mais de uma vela em cada mão. Mesmo achando estranho ela achou melhor baixar à cabeça e esperar a entrada do padre.
Depois de esperar alguns minutos (para Chica uma eternidade, pois tinha ainda retornar a tempo de preparar a mesa do café de seus patrões) Chica resolveu perguntar a alguém sobre o motivo da demora em começar a missa. Ao seu lado só estavam sentados homens e como Chica foi criada segundo a crença de que uma mulher solteira não devia puxar assunto com homens desconhecidos, levantou-se e foi ate uma jovem que estava ajoelhada próximo do altar, ajoelho-se fez que estava rezando e após perceber que a moça terminara sua prece perguntou se ela saberia informar porque a missa ainda não havia sido iniciada. Ao olhar com mais atenção para o rosto da jovem, Chica percebeu que ela era extremamente magra e seus olhos estavam fundos e imersos em olheiras profundas. Chocada com a face doentia da jovem ela desviou o olhar para os outros e notou o mesmo aspecto em todos. Foi quando a jovem respondeu que ainda estava cedo demais para missa começar. Chica então replicou perguntando o motivo daquela aglomeração se a missa ainda estava longe de começar. A moça então respondeu que eles eram as almas dos que estavam enterradas no Soledade e tinham morrido vitimas da cólera, e estavam esperando as preces de seus parentes.
Atordoada Chica saiu correndo e ao chegar à casa de seus patrões entrou correndo e gritando. Assustados os patrões que foram socorrer sua empregada no portão ouviram o seu espantoso relato.
Após esse episódio Chica acabou adoecendo, sendo acometida por uma misteriosa febre. Uma semana depois dessa febre, a pobre doméstica acabou enlouquecendo.
Vale lembrar que o cemitério de Nossa Senhora da Soledade (ou Nossa Senhora da Soledad como algumas fontes mencionam), recebeu um grande número de vitimas fatais do surto de cólera e varíola que causou cerca de 30 mil mortes no século 19. O terreno que atualmente ele ocupa, não é um terço de seu tamanho original. Para quem conhece Belém, ele ia até o Manoel Pinto da Silva.
Abaixo os amigos e amigas poderão conferir uma galeria de imagens a do cemitério de Nossa Senhora da Soledade. (Fonte das Imagens: Lugares Esquecidos)
Caso algum amigo ou amiga residente em Belém reconhecer essa lenda, ou alguma variação dela, convido que deixe um relato nos comentários do blog.
Agradecimentos ao amigo Feliphe Lyon (clique AQUI para acessar o perfil dele no Facebook) pelo envio dessa história.
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'Adm', fiz um comentário sobre a postagem e ainda incluí dois links com estórias parecidas por volta das 13 hrs.
ResponderExcluirFui censurado?
Como assim censurado? Eu não apaguei nenhum comentário, até poque quando um comentário é apagado por mim ou pelo usuário que fez o comentário, aparece aquela mensagem de "Esse comentário foi removido pelo autor"...
ExcluirTenta mandar os links mais uma vez...
Amigos me adicionem no Facebook www.facebook.com/franklin.uchoa
ResponderExcluirRapaz eu moro aqui em Belém. Vira e mexe passo na frente desse cemitério, tem uns camelos ao lado dele. Mas sinceramente desde que eu me entendo por gente nunca ouvi essa história. Mas vou te falar, tanto de dia quanto a noite é bizarro passar por lá. Acho que até os ladrões daqui não roubam por lá. É muito velho o cemitério e creio que ninguém entra lá.
ResponderExcluirGrato pela participação e por acrescentar mais informações a respeito desse emblemático lugar...
ExcluirOlá. Sou de Belém, embora atualmente esteja morando em outra cidade. O Cemitério da Soledade é cenário de muitas lendas urbanas da capital paraense, e embora eu nunca tenha ouvido a história aqui relatada, já li algumas parecidas. Outro cemitério, o de Snata Isabel, que fica próximo ao centro da cidade, também é palco de lendas e histórias de terror.
ResponderExcluirUma característica peculiar a ambos é que, todas as segundas-feiras, eles abrem para receber pessoas que vão até os túmulos de alguns "santos populares" para fazer promessas ou pagar graças alcançadas. É o chamado "culto das almas". Mesmo o Soledade, que está desativado há décadas e permanece fechado, abre as portas novamente às segundas-feiras, para permitir a entrada desses promesseiros.
Se você se interessa por esse assunto, aconselho a buscar o livro "Visagens e Assombrações de Belém", do escritor Walcyr Monteiro. (http://minhateca.com.br/tetykelly/Livros/Walcyr+Monteiro+-+Visagens+E+Assombracoes+De+Belem,3847700.rtf)
Ele reúne várias histórias sobrenaturais que se conta pela cidade. Há um relativamente parecido com este, embora seja próximo ao cemitério de Santa Isabel, chamado "a procissão das almas".
Abraços. Ótimo blog!
Lorena Werneck
Muito agradecido pela dica amiga Lorena...vou procurar esse livro sim...já publiquei várias lendas e histórias de assombração ambientadas em Belém...cidade rica em histórias, lendas e com um folclore belíssimo...
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