Síndrome de Münchhausen

em 01/06/2014


Síndrome de Münchausen é um transtorno factício, ou seja, os indivíduos fingem ou causam a si mesmo doenças ou traumas psicológicos para chamar atenção ou simpatia a eles. Os sintomas podem ser induzidos por abuso de medicamentos/drogas.

Pacientes com síndrome de Münchausen têm poucos contatos sociais significativos com outras pessoas que não sejam profissionais de saúde. Costumam mobilizar a equipe do hospital onde estão internados e exigir um grande número de exames para excluir outros diagnósticos.

Algumas variações dessa síndrome foram observadas em alguns serial killers, sobretudo assassinas mulheres que, na infância, sofreram de algum tipo de rejeição, como provavelmente aconteceu com a serial killer alemã Gesina Gottfried (clique aqui para conhecer ela). Muitas dessas assassinas envenenaram pessoas próximas com a intenção de obter algum tipo de atenção.

Origem do nome

O nome deriva de Barão de Münchausen (Karl Friedrich Hieronymus Freiherr von Münchausen, 1720-1797), a quem é atribuída uma série de contos fantásticos.

Em 1950, o Dr. Richard Asher (o pai de Jane Asher e Peter Asher) foi o primeiro em descrever um padrão de auto-dano onde os indivíduos fabricavam histórias, sinais, e sintomas de doença. Lembrando o Barão de Münchausen, Asher nomeou esta condição comoSíndrome de Münchausen. Originalmente, este termo era usado para desordens fictícias. Porém, agora é considerada que é um grupo extenso de desordens fictícias, e a diagnose de Síndrome de Münchausen é reservada para a forma mais severa onde a simulação de doença é a atividade central da vida da pessoa afetada. É interessante observar que, por mais que guarde uma semelhança externa com a hipocondria, ambas as desordens não se cruzam.

Sintomas

A Síndrome de Münchhausen é uma doença psiquiátrica em que o paciente, de forma compulsiva, deliberada e contínua, causa, provoca ou simula sintomas de doenças, sem que haja uma vantagem óbvia para tal atitude que não seja a de obter cuidados médicos e de enfermagem.

Na Síndrome de Münchausen, a pessoa afetada exagera ou cria sintomas nela mesma para ganhar atenção, tratamento e simpatia. Em alguns casos extremos, pessoas com esta síndrome estuda a fundo alguma doença para conseguir produzir os sintomas com maior precisão. Por exemplo, pode injetar na veia um material infectado, causando uma infecção. O portador dessa síndrome difere do hipocondríaco, pois esse realmente acredita que está doente.


Alguns dos possíveis sintomas da síndrome de Munchausen são:

  • Sintomas se encaixam perfeitamente na descrição clássica da doença relatada, mas a resposta aos tratamentos é instável e ineficiente;
  • Ânsia de se submeter a diferentes exames e procedimentos;
  • Histórico médico e pessoal incoerente;
  • Consultar diferentes médicos e diferentes hospitais, algumas vezes de várias áreas;
  • Profundo conhecimento da doença e dos procedimentos hospitalares;
  • Recusa em deixar os médicos conversarem com familiares ou amigos.
  • Transtornos psicológicos, especialmente os relacionados a carência afetiva, teatralidade e insegurança.

Síndrome de Münchhausen por procuração

A Síndrome de Münchausen por procuração ocorre quando um parente, quase sempre a mãe (85 a 95%), de forma persistentemente ou intermitentemente produz (fabrica, simula, inventa), de forma intencional, sintomas em seu filho, fazendo que este seja considerado doente, ou provocando ativamente a doença, colocando-o em risco e numa situação que requeira investigação e tratamento.

Às vezes existe por parte da mãe o objetivo de obter alguma vantagem para ela, por exemplo, conseguir atenção do marido para ela ou se afastar de uma casa conturbada pela violência.


Nas formas clássicas, entretanto, a atitude de simular/produzir a doença não tem nenhum objetivo lógico, parecendo ser uma necessidade intrínseca ou compulsiva de assumir o papel de doente ou da pessoa que cuida de um doente. O comportamento é considerado como compulsivo, no sentido de que a pessoa é incapaz de abster-se desse comportamento mesmo quando conhecedora ou advertida de seus riscos. Apesar de compulsivos, os atos são voluntários, conscientes, intencionais e premeditados. O comportamento que é voluntário seria utilizado para se conseguir um objetivo que é involuntário e compulsivo. A doença é considerada uma grave perturbação da personalidade, de tratamento difícil e prognóstico reservado. Estes atos são descritos nos tratados de psiquiatria como distúrbios factícios.

Induzir a Síndrome de Münchausen no filho é uma forma de abuso infantil. Além da forma clássica em que uma ou mais doenças são simuladas, existem duas outras formas de Munchausen: as formas toxicológicas e as por asfixia em que o filho é repetidamente intoxicado com alguma substância (medicamentos, plantas etc) ou asfixiado até quase a morte.

Frequentemente, quando o caso é diagnosticado ou suspeitado, descobre-se que havia uma história com anos de evolução e os eventos, apesar de grosseiros, não foram considerados quanto à possibilidade de abuso infantil. Quando existem outros filhos, em 42% dos casos um outro filho também já sofreu o abuso. É importante não confundir simulação (como a doença simulada para se obter afastamento do trabalho, aposentar-se por invalidez, receber um seguro ou não se engajar no serviço militar). Alguns adolescentes apresentam quadro de Munchausen by self muito similares aos apresentados por adultos. A doença pode ser considerada uma forma de abuso infantil e pode haver superposição com outras formas de abuso infantil. À medida que a criança se torna maior há uma tendência de que ela passe a participar da fraude e a partir da adolescência se tornarem portadores da Síndrome de Münchhausen clássica típica em que os sintomas são inventados, simulados ou produzidos nela mesma. Ao contrário do abuso e violência clássica contra crianças as mães portadoras da síndrome de Münchausen by proxy não são violentas nem negligentes com os filhos. O problema, descrito a primeira vez por Meadow em 1977, é pouco conhecido pelos médicos e sua abordagem é complexa e deve envolver o médico e enfermagem, especialistas na doença simulada, psiquiatras/psicólogos, assistentes sociais e, mais tarde, advogado e diretor clínico do hospital e profissionais de proteção da criança agredida (Conselhos Tutelares e juízes da infância).

Fonte: Wikipédia

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Um comentário:

  1. Esse pessoal devia fazer um intercâmbio em algum hospital público brasileiro, com o ÓTIMO atendimento dos médicos e da equipe de enfermagem, eles pensariam duas vezes antes de querer ficar doente... de sobra ainda sai de lá com uma infecção bacteriana contagiosa.

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