No texto de hoje falaremos de um ditador, que enquanto esteve no poder causou terríveis sofrimentos ao povo que governou. Falo de Idi Amin Dada Oumee, também conhecido como: "O talhante de Kampala", "senhor do horror" e "o carniceiro da África" são alguns dos diversos apelidos de um dos mais cruéis e desumanos ditadores da África.
Idi Amin Dada Oumee (1920 - 2003) foi ditador de Uganda por quase dez anos (1971 a 1979). Estima-se que Amin tenha sido direta e indiretamente responsável pela morte de entre 300 mil e meio milhão de pessoas durante o seu regime.
Amin nunca escreveu uma autobiografia ou autorizou algum relato oficial sobre sua vida, dessa forma, há discrepâncias sobre quando e onde ele nasceu. A maioria das fontes biográficas afirmam que ele nasceu em Koboko, Kakwa ou Kampala por volta de 1925. De acordo com Fred Guweddeko, um pesquisador da Universidade Makerere, Amin era filho de Andreas Nyabire. Nyabire converteu-se do catolicismo para o islamismo em 1910 e mudou seu nome para Amin Dada. Ele nomeou seu primeiro filho em sua homenagem. Abandonado pelo pai ainda jovem, Idi Amin cresceu com a família de sua mãe em uma fazenda no noroeste de Uganda. Guweddeko diz que sua mãe se chamava Assa Aatte, uma lugbara e Herbalista tradicional que tratava os membros da realeza de Buganda (um reino subnacional em Uganda), entre outros. Depois de sair da escola foi recrutado ao exército por um oficial do exército colonial britânico.
Carreira no Exército
Amin juntou-se ao King's African Rifles (KAR) do exército colonial britânico em 1946 como um cozinheiro assistente. Impressionou com seu 1,90 metro de altura, e os seus 110 quilos bem como a sua habilidade pugilística, que o converteram num campeão de boxe na categoria de pesos-pesados do seu país (1951-1960).
Foi forçado a juntar-se ao exército durante a segunda guerra mundial. Depois disso, na infantaria, participou de diversos conflitos na Somália e no Kênia. Durante os anos seguintes, foi acumulando promoções e gratificações militares, até que em 1966, dois anos após a independência do país, tornou-se chefe do Exército. Em 2 de fevereiro de 1971, Amin declara-se Presidente de Uganda. Com seu temperamento megalômano, vingativo e violento, inicia seu governo que acabaria marcado pela brutalidade.
Em 1972 expulsou cerca de 40 mil asiáticos, descendentes de imigrantes do império britânico na Índia, dizendo que Deus lhe havia dito para transformar Uganda num país de homens negros. Ameaçou queimá-los vivos caso não saíssem em 90 dias. Nesse mesmo ano, milhares de civis, juizes, diplomatas, professores e estrangeiros foram executados durante seu governo. Em alguns caso, vilarejos inteiros foram dizimados. Os corpos foram despejados no rio Nilo, e tamanha era a quantidade de cadáveres, que, segundo as histórias, em algumas partes do rio ficavam represadas.
As matanças e carnificinas garantia-lhe o título de "senhor do horror" durante seu regime. Muitos ugandenses acusavam o ditador manter cabeças decepadas de seus inimigos em uma geladeira, de alimentar crocodilos com cadáveres e de ter desmembrado uma de suas esposas.
O último rei da Escócia |
Com o passar dos anos, muitos acreditavam que ele era louco. Uma vez declarou-se "rei da Escócia", proibiu os hippies e as minissaias, e chegou a um funeral da realeza saudita usando um kilt. Ficou conhecido também por debochar de vários líderes internacionais: afirmava dar conselhos ao presidente americano Richard Nixon, criou o "Fundo Ugandense para a Salvação da Inglaterra" e cogitou a transferência da sede da ONU de Nova York para a capital de Uganda.
Seu reinado de horror e sangue durou até 1979, quando o líder por ele derrubado Milton Obote, exilado na Tanzânia, convocou um ataque e, no dia 11 de abril, o ditador foi derrubado pela Frente Nacional de Libertação de Uganda.
Depois do golpe, Amin abandonou então o país e fugiu para a Líbia, mas teve de procurar um novo refúgio quando o ditador líbio Muammar al-Gaddafi o expulsou do país. Recebeu asilo da Arábia Saudita em nome da caridade islâmica, onde passou a viver até o fim de sua vida, acompanhado pelas suas quatro esposas e seus mais de 50 filhos. Quando o seu estado de saúde se agravou, uma de suas quatro mulheres pediu para que ele pudesse voltar a Uganda para morrer, mas o atual governo negou o pedido, sob o argumento que se retornasse ao país seria julgado pelas suas atrocidades.
O ditador morreu com mais de 80 anos devido a falência múltipla dos órgãos. Foi enterrado na Arábia Saudita no dia 16 de agosto de 2003. Os ugandenses reagiram com uma mistura de alívio com a morte de um tirano e a nostalgia por um líder que muitos aplaudiram por expulsar asiáticos que dominavam a vida econômica.
A Anistia Internacional lamentou profundamente que o ditador tenha falecido sem ser julgado por seus crimes contra a humanidade.
Idi Amin foi retratado no filme "O último rei da Escócia", com a belíssima atuação de Forest Whitaker, a qual lhe rendeu o Oscar de melhor ator em 2007.
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É muito triste! E o pior é que existem governantes psicóticos igual a ele hoje em dia.
ResponderExcluirPior é que na maioria dos casos eles não pagam pelos seus crimes...
ExcluirSe os bons são maioria porque o mal é que impera?alguém tem Teorias???...
ResponderExcluirDe onde vc tirou q os bons são maioria?
ExcluirDe onde vc tirou que o mal impera?
ExcluirAo meu ver os bons sao a maioria mas os maus andam armados
ResponderExcluirAo meu ver os bons sao a maioria mas os maus andam armados
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir"...e a nostalgia por um líder que muitos aplaudiram por expulsar asiáticos que dominavam a vida econômica..." Tem povo idiota para tudo. Quando ele fez isso, a economia de Uganda foi praticamente para a ruína.
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