Klaus Barbie: O carniceiro de Lyon

em 17/01/2014


Nikolaus 'Klaus' Barbie nascido em Bad Godesberg - Alemanha em 25 de outubro de 1913 e morto em Lyon - França em 25 de setembro de 1991. Klaus foi um oficial da SS nazista, conhecido pela brutalidade com que torturava os seus prisioneiros, o que lhe rendeu o apelido de carniceiro de Lyon ou o açougueiro de Lyon. Foi um dos responsáveis operacionais pelo Holocausto. Barbie é o que pode-se chamar de caçador, responsável por localizar rebaldes e judeus. Usava amplamente técnicas de tortura e intimidação afim de conseguir informações a respeito do paradeiro de pessoas procuradas pelos nazistas.

Inicio de suas atividades

Nikolaus Klaus Barbie nasceu numa pequena localidade situada no vale do Reno, no estado da Renânia do Norte. Foi recrutado para a SS no dia 26 de setembro de 1935. Em 1940 é enviado para Haia onde é responsável por capturar os refugiados políticos alemães nos Países Baixos, além de perseguir o povo judeu. É precisamente para fugir de Klaus Barbie que Anne Frank (ela se tornou mundialmente famosa com a publicação póstuma de seu Diário, no qual escrevia as experiências do período em que sua família se escondeu da perseguição aos judeus dos Países Baixos. O conjunto de relatos, que recebeu o nome de Diário de Anne Frank, é considerado um dos livros mais importantes do século XX) se vê obrigada a viver escondida durante meses em Amsterdã. Em 1942, Klaus Barbie é enviado para Dijon e, no mês de novembro do mesmo ano, para Lyon, onde assume a direção da Gestapo.

Durante este período, Barbie é responsável por dois dos atos mais infames cometidos pelos Nazistas na França. O primeiro foi o assassinato de Jean Moulin, o braço-direito de Charles de Gaulle e responsável por unir a Resistência Francesa. Imediatamente após ter unido a Resistência Francesa, Moulin deslocou-se a Lyon para se encontrar com os chefes da Resistance Lyonnaise. Graças à denúncia de um companheiro de Moulin, Klaus Barbie consegue encontrar Moulin. Depois de preso em Montluc, Moulin é torturado praticamente até à morte por um dos homens de Barbie e, provavelmente, pelo próprio Barbie e deixado à sua sorte no pátio da prisão. Moulin sucumbiu às suas feridas após uma semana. A sua morte torna-se ainda mais trágica por se saber que ele nunca teria sido capturado se não tivesse sido traído por um dos seus companheiros da Resistência. O próprio Klaus Barbie admitiu mais tarde que nunca o teria capturado não tivesse tido a ajuda de René Hardy, um dos companheiros de Moulin.

Charles de Gaulle
Jean Moulin
O outro crime pelo qual Klaus Barbie nunca será esquecido é a destruição de um campo onde se escondiam crianças judias. Todas com idades inferiores a 14 anos, as 44 crianças tinham-se refugiado em Izieu, uma pequena aldeia perto de Lyon. Barbie, decidido a cumprir o programa nazista chamado solução final da questão judia, que consistia no extermínio do povo judeu e na elevação do povo ariano, encontrou as crianças, que foram depois deportadas para Auschwitz, o mais cruel campo de extermínio da história da Segunda Guerra Mundial. Nenhuma destas crianças sobreviveu.

Crueldade

Os atos de Barbie que mais chocaram a sociedade foram os de tortura durante os interrogatórios. Depois de oficiais da Gestapo espancarem os prisioneiros para assegurar que estes não reagissem durante o interrogatório, eram deixados sozinhos por umas horas. Os prisioneiros mais destemidos e que se recusassem a falar eram sujeitos a chicoteadas, amputações, fome e aos temidos "banhos" — estes "banhos" consistiam em manter o prisioneiro debaixo d'água até desmaiar para que fosse então reanimado, interrogado e novamente submergido, caso insistisse no silêncio. Os testemunhos deixados por algumas das suas vítimas não deixam quaisquer dúvidas sobre a crueldade e o prazer com que executava os atos de tortura.


No fim da ocupação alemã em Lyon em setembro de 1944, Barbie, que havia contraído uma doença venérea, viu-se obrigado a partir para um hospital na Alemanha. Já na viagem em direção ao hospital, Barbie deu ordens à Gestapo para assassinar todos os 70 prisioneiros deixados na prisão de Montluc. Depois de se recuperar da sua doença, Barbie saiu do hospital e o seu paradeiro permaneceu desconhecido durante 40 anos.

EUA recrutam o caçador

Em abril de 1947, Barbie é recrutado em Munique, no mesmo ano em que é julgado à revelia na França pelos seus atos criminosos e condenado à pena de morte, por uma unidade especial do Counter Intelligence Corps americano. Os objetivos do CIC não eram a perseguição de criminosos de guerra, atributo de outro ramo da organização, mas a luta contra a espionagem soviética na zona de ocupação americana, a infiltração no KPD, o partido comunista alemão, e a obtenção de informações sobre o aliado francês - alvo de desconfianças.

Klaus Barbie vai parar na Bolívia

Em 1951 depois de muitos serviços prestados aos americanos, Klaus Barbie se vê em apuros por conta dos caçadores de foragidos nazistas, sendo ajudado pelos americanos a fugir para a Bolívia juntamente com sua família. Sua fuga deu-se por uma Ratline (rotas de fugas usadas por nazistas). Em 1957 ele adquiri naturalidade boliviana. Dispõe de um passaporte diplomático e desloca-se à Europa, sob o nome de Klaus Altmann para negociar a compra de veículos militares destinados a reprimir as manifestações da oposição.


Em 1966, o ex-agente das SS número 272284 começa a lidar com armamento naval. Com o apoio do general-presidente Barrientos, ele cria a Transmaritima Boliviana, uma sociedade da qual possui 49% das ações (os 51% restantes pertencem ao Estado).

Klaus Barbie é identificado em 1971 graças a Serge e Beate Klarsfeld, um filho de um deportado assassinado em Auschwitz e uma alemã, que se incumbiram de procurar todos os acusados de crimes de guerra que haviam saído impunes da 2ª Guerra Mundial.

Extradição e condenação

No entanto, só em 1983, após a reposição da democracia na Bolívia, sob o governo de Hernán Siles Zuazo, é extraditado para França. Em 1987 é dado início ao seu julgamento na cidade de Lyon, e Klaus Barbie é acusado de 177 crimes contra a humanidade e condenado à prisão perpétua. No total, é responsabilizado pela deportação de pelo menos 843 pessoas.


Durante o julgamento, Klaus Barbie não deu sinais de arrependimento dos seus atos, chegando mesmo a afirmar o seu contentamento por ter salvo a França de um regime socialista. Chegando até a dizer a frase "Vocês têm de me inocentar".


Barbie morreu de leucemia na prisão de Lyon em 25 de setembro de 1991, 4 anos depois do pronunciamento de sua sentença.

Fontes: Wikipédia e História Viva

9 comentários:

  1. Lembra o "caçador de judeus " do filme Bastardos Inglorios

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    1. Também tive essa impressão...rsrsrsr. Por falar nisso...ótimo esse filme hein!!!!

      Abraços manolo...

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  2. os norte americanos tb são a fina flor do planeta não.......ajudaram o carrasco em se esconder e ainda deram documentos para o cara vir para o lixão do mundo a América do sul (sendo ajudado pelos americanos a fugir para a Bolívia), após serviços prestados...o cara mata sem dó e sem piedade e depois é mandado em segurança para um lindo continente de ......................................preencham o que quiserem...na linda pontilhada...queriam informações desta besta humana, usassem contra ele o mesmo artifício que ele usou contra os inocentes....

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    1. errata ..é linha pontilhada e não linda...

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    2. Essa atitude por parte dos americanos nos leva a pensar que eles apenas caçaram e levaram a julgamento aqueles criminosos de guerra que não tinha serventia para eles...os que poderiam ser usado para ajudar o Tio Sam foram libertados da culpa pelo mal que causaram...

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    3. Se vocês forem estudar a história a fundo, não ver que ele torturava os membros da resistência francesa que usavam táticas terroristas contra o exército alemão. E as deportações eram ordens do governo alemão e do governo interino francês.

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  3. Americanos sempre no meio da merda...

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    1. Pois é Allan...parece que eles tem um prazer imenso em se meter em treta, ou em tudo que eles se metem acaba virando treta...srsrs

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    2. Allan Moraes, corrigindo; NORTE AMERICANOS ou ESTADUNIDENSES.

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