O massacre de Blacksburg

em 21/01/2020


Olá amigos e amigas, essa semana volto a falar de um massacre. Como vocês poderão ler nas linhas abaixo, hoje o assunto é o massacre ocorrido em 2007 na Universidade Virginia Tech, em Blacksburg - EUA, onde morreram 33 pessoas. Conheceremos também um pouco sobre o perturbado autor de tal ato criminoso. Venham comigo conhecer esse trágico capítulo da história universitária estadunidense.

A Universidade Virginia Tech, onde estudam mais de 25 mil alunos, foi palco do maior massacre numa instituição de ensino dos Estados Unidos, em 16 de abril de 2007. O estudante coreano Cho Seung-Hui, de 23 anos, matou 32 colegas e professores antes de se matar.

A universidade em Blacksburg, no estado da Virginia, foi multada em US$ 55 mil por não ter alertado os estudantes a tempo de que um homem armado estava no campus.


O Massacre

Cho Seung-hui foi até um dos alojamentos de estudantes, o West Ambler Johnston Residence Hall, por volta das 7:15 horas da manhã (8:15 horas no horário de Brasília), e matou duas pessoas. A polícia e a equipe de resgate chegaram ao local rapidamente e encontraram duas vítimas baleadas, um homem e uma mulher.



Apesar desse assassinato, as aulas não foram suspensas. O autor do crime conseguiu fugir do local, o que levou as autoridades a pensarem que ele já tinha abandonado a universidade. No entanto o estudante voltaria a agir duas horas depois, no edifício da faculdade de engenharia Norris Hall, que fica a cerca de 800 metros do alojamento em que atacou primeiro. Neste segundo ataque, provocou a matança indiscriminada de outras 30 pessoas.


Nesse meio tempo, por volta das 8:26 horas, a direção da universidade decidiu enviar e-mails aos alunos, professores e funcionários do estabelecimento. O texto informava que havia ocorrido um assassinato no West Ambler Johnston Residence Hall e pedia que as pessoas avisassem as autoridades sobre qualquer atividade suspeita no campus.

Às 9:45 horas a polícia recebeu uma ligação de emergência sobre tiros em outro lugar do campus, o edifício de engenharia Norris Hall, que possui escritórios, salas de aula e laboratórios.


Os policiais foram até o local mas encontraram as portas trancadas pelo lado de dentro. Os oficiais arrombaram as portas e encontraram vários estudantes baleados e mortos. O autor dos disparos já estava caído, com um tiro na cabeça. Em nenhum momento houve contato entre a polícia e o atirador.


Negligência

Vários estudantes e pais de alunos da universidade acusaram a instituição de negligência, porque o e-mail que informava sobre o incidente não dava instruções sobre se os alunos deveriam permanecer no campus ou não. Só foi solicitado que os estudantes avisassem sobre qualquer atividade suspeita.

Só por volta das 10 horas da manhã, os estudantes receberam um segundo e-mail da direção avisando que um "franco-atirador descontrolado" estava no campus.


O reitor da universidade, Charles Steger, explicou que a ideia de mandar o primeiro e-mail era uma forma de alertar os estudantes que já estavam no prédio. A instituição alegou que acreditava que a situação já estava controlada e o caso encerrado após as duas mortes ocorridas na residência estudantil.

"Manifesto multimídia"

O assassino enviou uma correspondência ao departamento de jornalismo da emissora NBC mais de 40 minutos depois de matar duas pessoas em seu primeiro ataque.

Dentro do pacote havia 23 vídeos curtos em que Cho fala diretamente à câmera. Nas imagens, o estudante não citava nomes, mas falava por algum tempo sobre religião e seu ódio à riqueza. O pacote também continha fotografias e um CD-Rom com vídeos e mais de cem linhas de texto do manifesto.

"Vocês tiveram 100 bilhões de chances de evitar este dia, mas decidiram derramar o meu sangue. Vocês me encurralaram e só me deixaram uma opção. A decisão foi de vocês. Agora vocês têm sangue em suas mãos e nunca vão conseguir limpá-las", dizia o estudante coreano em um dos vídeos.

A produção dos vídeos indica que Cho trabalhou no pacote há algum tempo, pois além de ter demorado para gravar todos os vídeos, ele os quebrou em fragmentos incluídos entre os parágrafos do texto que ele enviou.


Quem era o Cho Seung-Hui?

Cho Seung-Hui nasceu em 18 de janeiro de 1984, na cidade coreana de Seul. Cho chegou aos Estados Unidos com a idade de oito anos, junto com sua família. Ele se tornou um estrangeiro residente permanente como um coreano nacional sul. No ensino médio, ele foi diagnosticado com um grave transtorno de ansiedade conhecido como mutismo seletivo, bem como o transtorno depressivo maior. Depois deste diagnóstico, ele começou a receber tratamento e juntamente com apoio à educação especial até seu penúltimo ano do ensino médio. Durante os últimos dois anos de Cho na Virginia Tech, vários episódios demonstraram seu comportamento anormal, bem como jogos e textos escritos que apresentou, contendo referências à violência. Tal comportamento causou preocupação entre os professores e colegas.


A infância de Cho Seung-Hui

Alguns membros da família de Cho que permaneceram na Coreia do Sul, tinham preocupações sobre o seu comportamento durante a sua infância. Familiares de Cho achavam que ele possuía alguma doença mentail. De acordo com o tio de Cho, Cho "ele não falava muito e não se misturava com outras crianças". A tia-avó materna de Cho, Kim Yang-soon, descreveu Cho como "frio" o que ja preocupava a família de Cho desde idade tenra. De acordo com Yang-soon,  Cho era extremamente tímido e "simplesmente não falava nada."

Em outros sentidos ele era conciderado bem comportado e que recebia bem ordens e sugestões. A tia-avó disse que ela sabia que algo estava errado após a partida da família para os Estados Unidos, pois ela recebia frequentemente notícias sobre a irmã mais velha de Cho, mas poucas notícias sobre Cho, o que poderia indicar vergonha dos pais em mencionar as atitudes do menino. O avô de Cho relatou que Cho nunca olhou o avô nos olhos, nunca o chamou de avô, e nunca manifestou interesse em abraçá-lo.

Comportamento dentro da Universidade

Aluno do último ano de letras, com especialização em inglês, Cho vivia na própria universidade, no bloco de dormitórios Harper Hall.

Aparentemente, os trabalhos de redação que Cho fez durante o curso mostraram uma personalidade atormentada.

A professora Nikki Giovanni, que lecionou poesia a Cho, afirmou que ela o tinha expulso de sua classe em 2005, porque ela encontrou o seu comportamento "ameaçador". Segundo a professora Cho estava intimidando as alunas para que ele pudesse fotografar suas pernas. Outro motivo apontado pela professora, como fator para a expulsão de Cho na sua disciplina era que as poesias escritas por ele sempre apresentavam elementos ofensivos e obscenos.

Colegas estudantes descreveram Cho como uma pessoa "calma" que "não iria responder se alguém  o cumprimentasse. A estudante Julie Poole relatou que no primeiro dia de uma aula de literatura do ano anterior ao massacre, os alunos deveria se apresentar, quando foi a vez de Cho se apresentar, ele não falou nada. De acordo com Poole, o professor olhou para a lista de presença e descobriu que, enquanto todos os outros haviam escrito seus nomes, Cho havia escrito apenas um ponto de interrogação. Poole acrescentou que: "nós só realmente o conhecíamos como o ponto de interrogação".

Karan Grewal, que compartilhou um quarto com Cho em Harper Hall, informou que Cho "sentava-se em uma cadeira de balanço junto à janela em seu quarto no dormitório e olhava para o gramado abaixo, por longos períodos de tempo." De acordo com Grewal, "Cho passou a faltar constantemente as aulas no último ano".

Outros alunos relataram que Cho tinha o costume de mandar mensagens depressivas e textos de Shakespeare, especialmente trechos de Romeu e Julieta, via AIM (comunicador de mensagens instantâneas semelhante ao MSN). Tais atitudes levaram esses jovens a pensar que talvez Cho fosse um suicida.

A arma do crime

Segundo a polícia, o estudante tinha o Greencard, que lhe permitia trabalhar nos Estados Unidos. Esse documento permitiu também que Cho comprasse sem dificuldades as armas que usou no massacre.

Uma pistola usada nos ataques havia sido comprada cinco semanas antes, por US$ 571. O recibo da compra foi deixado por Cho em sua mochila.

Pelas leis da Virgínia, para comprar uma arma, basta ter mais de 18 anos, passar incólume por um teste de antecedentes criminais e ser um cidadão americano.

Armas e munições podem ser adquiridas até no supermercado.

A tragédia reacendeu o debate em torno do controle do porte de armas nos Estados Unidos.

O atirador teria sido identificado por meio da análise das digitais e registros de imigração, já que seu rosto teria ficado bastante desfigurado depois de ele cometer suicídio.

O Ministério das Relações Exteriores da Coréia do Sul ofereceu condolências às vítimas e afirmou que não existia uma razão conhecida para o massacre.

Diplomatas sul-coreanos afirmaram ainda esperar que a tragédia "não desperte o preconceito racial".

Nomes das vítimas do massacre

Ross Abdallah Alameddine, 20 anos;
Christopher James "Jamie" Bishop, 35 anos;
Brian Bluhm, 25 anos;
Ryan Clark, 22 anos;
Austin Cloyd, 18 anos;
Jocelyne Couture-Nowak, instrutora de Francês;
Peruvian student Daniel Perez Cueva, 21 anos;
Prof. Kevin Granata, 46 anos;
Mathew Gregory Gwaltney, 24 anos;
Caitlin Hammaren, 19 anos;
Jeremy Herbstritt, 27 anos;
Rachael Elizabeth Hill 18 anos;
Emily Jane Hilscher, 19 anos;
Jarrett Lane, 22 anos;
Matt La Porte;
Henry J. Lee;
Prof. Liviu Librescu, 76 anos;
Prof. G.V. Loganathan, 51 anos;
Partahi Lumbantoruan, 34 anos;
Lauren McCain, 20 anos;
Daniel O'Neil, 22 anos;
Juan Ortiz, 26 anos;
Minal Panchal, 26 anos;
Erin Peterson, 18 anos;
Michael Pohle, 23 anos;
Julia Pryde, 23 anos;
Mary Karen Read 19 anos;
Reema Samaha, 18 anos;
Waleed Mohammed Shaalan, 32 anos;
Leslie Sherman;
Maxine Turner;
Nicole White, 20 anos;


Fonte: G1, Wikipédia e BBC Brasil 

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2 comentários:

  1. isso só me faz pensar uma coisa , os estudantes que falaram como o rapaz era poderiam não ter falado um simples detalhe , que deixa quase claro no que o garoto diz no video , que ele poderia ter sofrido bullying , e todos sabem que nos Estados Unidos os casos de bullying são gravíssimos

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  2. Nos EUAS se encontram mais lojas de armas do que farmácias, qualquer pangaré pode comprar sem problema algum a arma que quiser. Querem o que?

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