Madame Blavatsky

em 02/06/2013

Nascida no dia 30 de julho de 1831, Helena Petrovna Blavatskaya era da cidade de Ekaterinoslav, que na época fazia parte do Império Russo e hoje é território da Ucrânia. Desde criança, Helena demonstrava ter uma personalidade forte e seus dons incomuns criaram uma espécie de folclore doméstico a seu respeito. Seu pai era coronel do exército e sua mãe uma escritora de romances. Era uma família de origem nobre, típica da alta aristocracia russa, rica e culta. Sua mãe faleceu quando era ainda muito nova e sua criação foi seguida pelos avós em Saratov. Como era comum naquela época, casou-se muito cedo, aos 17 anos, com Nikifor Blavatsky, um homem muito mais velho e rico. Helena aceitou o casamento na esperança de se tornar independente. Só que seu relacionamento foi uma frustração, na própria lua de mel ele fugiu de seu marido indo para Constantinopla e iniciando um longo período de viagens pelo mundo.

Helena passou pelos mais diversos lugares durante sua viagem pelo mundo. Conheceu diversas doutrinas religiosas e esotéricas, das quais absorveu vários ensinamentos para sua vida e para fundamentar sua concepção filosófica do mundo. Estudou com magos e mestres renomados do esoterismo. Buscando sempre o crescimento espiritual e o conhecimento esotérico, Helena dizia ter vivido experiências fantásticas. Seus variados mestres a ajudaram a desenvolver seus supostos poderes paranormais de maneira controlada para ajudar a instruir o mundo ocidental. Depois de muito caminho percorrido e vários países visitados, Helena voltou à Índia, onde viveu durante um período de sua vida.

Com o objetivo de levar o conhecimento oriental absorvido para o ocidente, Helena mudou-se para os Estados Unidos em 1873 e iniciou uma carreira pública que a tornou muito conhecida e polêmica. Após ter supostamente mostrado seus poderes psíquicos para muitas pessoas, ganhou seguidores e críticos ferozes que alegavam ser tudo falsidade. A controvérsia persiste até os dias atuais, mas fez sua popularidade aumentar ainda mais, tornando-a conhecida como Helena Blavatsky ou Madame Blavatsky.

Estabelecida nos Estados Unidos, Helena Blavatsky uniu-se a um amigo de trabalho, Henry Olcott, para fundar sua mais famosa obra, a Sociedade Teosófica, em 1875, com o objetivo de fundar um núcleo de fraternidade humana sem distinção de crença, de raça, de sexo, de casta ou de cor. Além de investigar as leis da natureza, os poderes latentes do homem e encorajar os estudos de religião comparada, filosofia e ciência. Henry e Helena resolveram morar na Índia, mas a estadia no país oriental traria consequências negativas. Um incidente intitulado de Caso Coulomb abalou fortemente a reputação de Helena Blavatsky, que foi declarada culpada por fraudar um relatório da Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres. O evento forçou Helena a voltar para a Europa, onde continuou publicando textos sobre a Teosofia. Posteriormente foi provado que as cartas usadas como base para esse episódio, não foram escritas por Helena, e sim haviam sido falsificadas.

Emblema da Sociedade Teosófica (a suástica ou cruz gamada no topo do selo teosófico é um antigo símbolo religioso do Oriente, não tendo aqui nenhum tipo de conotação nazista. A suástica da S.T. representa evolução espiritual, enquanto que a suástica nazista é invertida, possuindo uma outra simbologia associada).
A obra de Blavatsky se opunha à extrema separação entre ciência e religião na época e procurava fundar uma escola de pensamento sintética para integrar facções opostas e construir um novo senso de identidade. Helena dizia que o materialismo e a superstição desvirtuavam o grande público, atrapalhando o conhecimento dos povos ocidentais. Por outro lado, combatia o dogmatismo irracional do cristianismo e de vários credos, estimulando a liberdade de pensamento e de pesquisa. Entre críticas e louvores, sua personalidade forte e polêmica foi fundamental para promoção do esoterismo oriental no ocidente, estimulando a criação de várias escolas esotéricas que se espalham pelo mundo até hoje.

Nos últimos anos de vida, Helena encontrava-se frequentemente adoentada, porém permanentemente em discussões públicas e administrando sua Sociedade Teosófica. Embora a carga de trabalho fosse enorme, em função do grande crescimento, não deixava de acompanhar de perto as atividades. Dedicou-se também a uma intensa atividade literária e deixou uma série de artigos e livros importantes, com destaque para A Doutrina Secreta – seu principal trabalho literário, uma síntese de História, Ciência, Religião e Filosofia –, A Voz do Silêncio e Glossário Teosófico. Helena Blavatsky foi vítima de uma grave epidemia de gripe ocorrida em Londres no ano de 1891. Atingida pelo surto, seu quadro clínico piorou muito em função da debilidade de saúde já existente. A gripe associou-se a uma nefrite e Helena Blavatsky faleceu cercada de amigos no dia oito de maio de 1891 e foi cremada três dias depois. Um terço das cinzas ficou na Europa, um terço foi para os Estados Unidos e o outro terço está na sede da Sede Internacional da Sociedade Teosófica, na Índia.

Fonte: Info Escola.

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2 comentários:

  1. eu acho que ela tem toda razão , o materialismo impoe limites a ciencia e a superstição impoe limites a religião , eu quando era criança via claramente uma fina linha que liga ciencia e religião , não lembro nem sei como mas conseguia enxergar , poxa , é uma pena que eu era criança e nunca anotei nada , nem uma simples ideia permaneceu na minha cabeça , acho que um dia vou viajar pelo mundo pra ver se eu reencontro minha propria teoria perdida

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