Raro tipo de nuvem aparece próximo a Porto Alegre

em 18/04/2013


Forma lenticular dá aspecto de disco voador para as formações brancas típicas de dias frios.

O céu do Vale do Sinos pareceu se transformar em paisagem de outro planeta, na segunda-feira. Entre o final da manhã e o começo da tarde se formou um tipo de nuvem rara em formato lenticular, e quem olhou para cima viu o que pareciam ser discos voadores brancos. Conforme a MetSul Meteorologia, "nunca havia sido documentada uma aparição tão bela até hoje na Grande Porto Alegre".

No ano passado, em 13 de julho, o mesmo tipo de nuvem apareceu, mas com menos definição e quantidade. As lenticulares apareceram em consequência do vento Oeste forte, trazido pelo enorme ciclone extratropical que está no Atlântico Sul.

A característica principal das nuvens lenticulares é a de que não se movem. Conforme o meteorologista Luiz Fernando Nachtigall, elas se formam e se transformam continuamente num mesmo ponto à medida que o ar ascende na atmosfera sobe um morro ou montanha, condensando-se e produzindo a nuvem.

Estão assim, associadas, a ondas na atmosfera que se desenvolvem quando o ar relativamente estável ascende rapidamente ao encontrar uma barreira topográfica perpendicular à direção do vento soprando em altos níveis da atmosfera.

Nachtigall destaca que as nuvens lenticulares são mais comuns no inverno porque o vento em níveis mais altos da atmosfera geralmente é mais forte.

Na história da ufologia, muitas vezes as nuvens acabaram confundidas com discos voadores pelo seu aspecto arredondado, tanto que são conhecidas como nuvens UFO.

As nuvens lenticulares se formam normalmente entre 6 mil e 12 mil metros de altitude, explica Nachtigall. No caso desta segunda, a sondagem por balão meteorológico realizada às 9h no Aeroporto Salgado Filho mostrou vento forte, ao redor de 50 nós (92 km/h), entre 4 e 9 mil metros de altitude.

Os dados apontaram a presença de vento Sudoeste de 49 nós a 4300 metros, 51 nós a 5000 metros, 52 nós a 5300 metros, 50 nós a 6500 metros, 56 nós a 7300 metros, 51 nós a 9300 metros e 72 nós a 12800 metros de altitude na área de Porto Alegre.

Quando aeronaves encontram uma onda de montanha, em regra há turbulência de forte a severa. Uma das formas de se constatar a presença de ondas de montanha é justamente a presença de nuvens lenticulares.

Mas quando o ar está muito seco, e as nuvens não se formam, os pilotos não têm a advertência visual sobre o risco de turbulência na presença das ondas.

Aqui na América do Sul, o local onde as nuvens lenticulares são mais comuns é na região da Cordilheira dos Andes, onde as montanhas atingem mais de 6 mil metros de altitude.

Quem já viajou para o Chile possivelmente já tenha escutado o alerta do piloto sobre risco de turbulência ao sobrevoar a Cordilheira, resultado das ondas de montanha.

Fonte: Correio do Povo

Quando amanhecer, você já será um de nós...

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