Descoberta a trajetória de asteroide que explodiu na Rússia

em 03/03/2013


Astrônomos traçaram a origem do meteoro que deixou mais de 1.000 pessoas feridas, após explodir sobre a Rússia central neste mês.

Usando vídeos de filmagens amadoras, eles foram capazes de traçar a trajetória do meteoro através da atmosfera terrestre e então reconstruir sua órbita ao redor do Sol.

Enquanto a rocha queimava por sobre a cidade de Chelyabinsk, uma onda de choque detonou janelas e balançou prédios.

Uma equipe da Colômbia publicou os detalhes no site Arxiv.

Vários vídeos da bola de fogo foram feitos por intermédio de câmeras de celulares, câmeras circuito fechado, e câmeras em painéis de carros, e subsequentemente compartilhadas na Internet. Além disso, as câmeras de tráfego tinham registrado a data e hora exatas do incidente, o que auxiliou as pesquisas.

O meteoro foi estimado pela NASA como tendo entre 7 e 10 toneladas, com 17 metros de diâmetro.

Usando a filmagem e a localização do impacto no Lago Chebarkul, Jorge Zuluaga e Ignacio Ferrin, da Universidade de Antioquia em Medellin, foram capazes de usar trigonometria simples para calcular a altura, velocidade e a posição da rocha quando caía na Terra.

Para reconstruir a órbita original do meteoro ao redor do Sol, eles usaram seis diferentes propriedades de sua trajetória através da atmosfera terrestre. A maioria delas são relacionadas ao ponto em que o meteoro se tornou brilhante o suficiente para emitir uma sombra perceptível nos vídeos.

O meteoro de Chelyabinsk, agora como nome de ChM, parece ter estado em uma órbita elíptica ao redor do Sol antes de colidir com a Terra.

Os pesquisadores digitaram seus cálculos no software de astronomia desenvolvido pelo Observatório Naval dos EUA e os resultados sugerem que o meteoro pertence à uma família conhecida de rochas espaciais, chamadas asteroides Apollo.

Até agora, foram descobertos aproximadamente 9.700 asteroides. Desses, 5.200 seria do grupo dos Apollos. Os asteroides são divididos em grupos de acordo com seu tipo de órbita.

O Dr. Stephen Lowry, da Universidade de Kent, disse que a equipe fez bem em publicar a descoberta tão rapidamente.

Certamente parece que ele era membro da classe Apollo de asteroides. Sua órbita elíptica, de baixa inclinação, indica uma origem dentro do sistema solar, mais provavelmente vindo do cinturão de asteroides que fica entre Marte e Júpiter. Talvez, com mais dados, poderemos determinar aproximadamente de que ponto no cinturão ele originou“, disse o Dr. Lowry.

Fonte: BBC:

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