A história de fracassos na tentativa de produzir ‘The Man Who Killed Don Quixote’, projeto idealizado pelo diretor Terry Gilliam é uma daquelas lendas que percorrem o mundo do cinema, há quase 20 anos.
Aqui no blog Noite Sinistra já publicamos algumas matérias que falam a respeito de supostas maldições envolvendo filmes, como por exemplo: A Profecia, Poltergeist, O Bebe de Rosemary e a Maldição de Atuk. A maldição de Atuk refere-se a um caso semelhante ao relatado na matéria a seguir a respeito da maldição de The Man Who Killed Don Quixote, porém sempre que alguma tentativa de produção de Atuk parecia começar sair do papel, o ator previamente escalado para ser protagonista da história acabava morrendo.
Gilliam, que integrou o grupo humorístico britânico Monty Phyton e é famoso por seus filmes de visual fantástico como ‘Brazil’, ‘12 Macacos’, ‘Medo e Delírio’ e ‘Os Irmãos Grimm’, tenta levar a ambiciosa empreitada para a tela grande desde o final da década de 90, mas sempre acaba esbarrando em algum obstáculo.
O roteiro gira em torno de um publicitário que, num passe de mágica, acorda de repente na Espanha Medieval e é adotado por Don Quixote, que o confunde com seu fiel escudeiro, Sancho Pança.
A combinação entre o “cavaleiro da triste figura”, criado por Miguel de Cervantes, e um cineasta sempre ousado em sua linguagem é de fazer qualquer fã de arte salivar na expectativa.
A Suposta Maldição
Em 2000 o filme quase virou realidade. Gilliam escalou Johhny Depp para o papel de publicitário e o ator francês Jean Rochefort como Don Quixote. Fez semanas intensas de pré-produção no deserto de Bardenas, na Espanha, onde a maior parte do longa seria rodado.
Apesar de lindíssimo, o local se revelou um pesadelo: era constante a passagem de caças das Nações Unidas sobrevoando a área em treinamento, e mudanças climáticas traziam diariamente ventos fortes e chuva. Para complicar, Rochefort teve um problema de saúde e não podia mais montar um cavalo, parte fundamental do personagem.
Os problemas do projeto foram devidamente registrados no documentário ‘Perdido em La Mancha’. É de cortar o coração ver a produção se desmontando aos poucos, e Gilliam mantendo o bom humor. Afinal, “sempre veja o lado bom da vida” é um dos lemas do Monty Phyton.
Entre 2005 e 2014 novas tentativas foram feitas, mas de novo tudo empacou, principalmente pela dificuldade em encontrar estúdios dispostos a financiar o projeto.
Em 2015 a Amazon (concorrente da Netflix nos EUA) se propôs a fazer o filme. MasJohn Hurt, escalado para ser Don Quixote, recebeu o diagnóstico de um câncer no pâncreas semanas antes do início das gravações. A fama de ser um projeto “amaldiçoada” crescia ainda mais.
Mas desta vez parece que a coisa ficou séria novamente. Uma colaboração entre cinco produtoras europeias foi capaz de injetar o dinheiro necessário e, nestas últimas semanas, o cineasta visitou as novas locações, nas Ilhas Canárias, Espanha.
Adam Driver (o Kylo Ren dos novos ‘Star Wars’) substitui Johnny Depp e Michael Palin, outro integrante do Monty Phyton, assume a armadura de Don Quixote.
O início das filmagens está marcado para outubro. A torcida para que finalmente tudo dê certo é grande. Mas uma coisa é certa: os dramáticos bastidores desta jornada literalmente quixotesca de Terry Gilliam já entraram para a história do cinema.
Fonte: Yahoo
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