Saudações amigos e amigas, hoje eu volto a falar de "Histórias e Lendas brasileiras". Hoje eu volto a falar de uma lenda ambientada na cidade mineira de Ouro Preto, uma cidade de grande importância histórica e cultural para nosso país. O tema da postagem de hoje é uma lenda muito famosa na cidade: A lenda da Missa dos Mortos.
Existe um registro muito popular de fatos dessa natureza que aconteceram na Cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, no começo do século XX, por volta de 1900. O caso todo ocorreu numa pequena Igreja que ficava ao lado de um cemitério, e esta era a Igreja de Nossa Senhora das Mercês de Cima.
João residia na sacristia do templo, cuja conservação lhe era confiada. Na dita noite ele estava deitado em seus aposentos, eram altas horas quando ouviu um ruído na capela. Aquela era uma daquelas noites frias e chuvosas de Ouro Preto, quando começa o período chuvoso em Minas Gerais. João estava com a cabeça debaixo do cobertor e todo encolhidinho para esquentar-se melhor. Ouvindo os estranho ruídos, ele levantou e se dirigiu para a Igreja, e viu na nave uma claridade anormal. Seriam ladrões? Mas o templo era pobre e qualquer ladrão, por mais estúpido, saberia que a Capela das Mercês não dispunha de prataria, nem de qualquer coisa que valesse um sacrilégio.
Enfim, tudo pode acontecer... Estava ainda nessas cogitações quando ouviu, distintamente cantado por vozes estranhas, o “Deus nos salve”. Nesse ponto João encheu-se com uma coragem de que ele próprio não se julgaria capaz, encaminhou-se pelo corredor até a porta que dava para a Capela-mor.
Penetrando por ela, verificou que a igreja estava toda iluminada, com os lustres acesos. E apinhada de fiéis. No altar-mor, um sacerdote devidamente paramentado, celebrava a missa. João Leite estranhou a nuca do padre, pelada, lisa e branca (na época o padre rezava a missa de costas para os fiéis e toda cerimônia era em latim); não se lembrava de calvície tão completa no clero de Ouro Preto, que ele bem conhecia.
Os fiéis que enchiam a nave trajavam de preto. Entre eles, alguns homens de cogula, algumas mulheres de hábito da Irmandade das Mercês. Todos ajoelhaos e de cabeça baixa. Quando o celebrante voltou-se para dizer o “Dominus Vobiscum” (Frase em latim que significa "O Senhor esteja convosco", cujo responso, é:"Et cum spiritu tuo" ("E com o vosso espírito")), o zelador viu que o religioso tinha uma simples caveira em lugar de cabeça.
Assustou-se ainda mais com aquilo e, reparando melhor nos assistentes, agora de pé, constatou que os mesmos não passavam de esqueletos vestidos. Então, correu para a porta ao lado. Essa porta que dava para o cemitério do adro e , por inútil, vivia fechada com tranca e tramela, estava agora escancarada para a noite chuvosa, batida pela ventania.
Fontes: Folclore Brasileiro Ilustrado e Casos de Minas
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Adm, falta mais coisas sobre esta lenda, não falta não?
ResponderExcluirHum...o que ta faltando manolo...?
ExcluirFoi uma sensação que tive ao ler. Deve ser efeito dos remédios que tomo.
ExcluirAchei Adm, é isto que eu estava sentindo falta. Dos complementos.
ExcluirInformações Complementares:
________________________________________
Nomes comuns: Missa das Almas, Missa das Almas Penadas
Origem Provável: É sem dúvida originária da Europa. Em Portugal e Espanha, por volta da idade média, já se conheciam lendas com estas. Os romanos antigos acreditavam que os fantasmas dos parentes mortos se reuniam de tempos em tempos. Assim, eles, como também os Mouros espanhóis, celebravam a Festa dos Mortos. O objetivo era espantar os fantasmas errantes dos antepassados. Em Portugal é conhecida como "A Missa das Almas", e na Espanha como "La Misa de las Animas".
No caso brasileiro, é uma lenda muito comum em todo interior do país, embora seja citada como primeiramente relatada em Ouro Preto, Minas Gerais, na Igreja de Nossa Senhora das Mercês de Cima.
Também em Minas Gerais, na cidade de São João Del Rei, na Matriz de N. S. do Pilar, existe um relato semelhante. Nesse caso, aconteceu com uma viúva, moradora do lugar. Ela teria assistido a uma dessas missas e perdeu a noção do tempo. Quando o sino bateu doze vezes, à meia-noite, tudo desapareceu ficando ela sozinha completamente desorientada, e imaginando se tudo aquilo não passara de um sonho, daqueles que parecem a mais pura realidade.
De acordo com a crença de alguns, a pessoa que presencia uma dessas missas, está perto de morrer ou seria um aviso de que vai morrer alguém conhecido dela. Já outros afirmam que é um sinal de longevidade.
Ótimo artigo, Nando.
ResponderExcluirQuando eu era pequena, fui pra Curitiba passar uns dias na casa do meu avô, e ele me disse que à noite, descia um morcego gigante, que ficava voando pela Vila Hauer, atrás de pessoas desavisadas pra ele se alimentar.
Não sei se isso é lenda urbana de lá, ou se ele só disse isso pra eu não sair pro quintal de madrugada, mas fica a dica aí! HAHA!
Abç!